(continuação, cap 29)
Romero- Já está aqui, vagabunda?
Renata (furiosa)- Vagabundo é você! Seu horroroso, marginal! Criminoso! Agressor vagabundo, agora é sua vez de ir pra cadeia!
Romero (possesso, avançando)- Tá falando de quê, vadia?!
Renata (rindo, descontrolada)- Espera! Espera pra ver! Você não sabe o quê uma mulher pode fazer quando deixam-na irritada!
E, cínica, deixa a casa dos pais. Romero não perde tempo, arruma uma mochila e parte para o seu barco.
Na manhã seguinte, o falatório é certeiro na Praça Central, e Suzana Borges está ela mesmo vendendo exemplares em frente à um canteiro na praça, com uma expressão satisfeitíssima.
Suzana- Venham, venham! Marido furioso ataca esposa e neta! Será que já o prenderam? Saibam de tudo aqui! Olha quem vem ali...
Ela se espanta ao ver o carro da primeira dama virar a esquina da Praça Central. Rápida como um foguete, ela deixa a banquinha improvisada com seus colegas do jornal e corre até o carro de Laís, pondo-se de frente ao veículo. O chofer freia e se assusta, abrindo a janela para xingar. Mas Laís já salta do banco de trás, irritadíssima com Suzana, seu desafeto.
Laís (irritada)- Quer ser atropelada, "atraso"?
Suzana- E a senhora, o quê fará sobre isso? - e mostra o jornal para Laís, que estreita os olhos para a manchete. - Creio que "Romero Vasconcelos" seja seu pai, né, querida?
Laís- Faz o seguinte, amorzinho, pega esse jornal e enfia no seu...
Suzana (cortando)- Opa! Opa! Olha os maus hábitos! Que é isso, primeira dama... até parece que está querendo perder seu cargo... - e dá uma risadinha.
Laís tira então Suzana do seu caminho, mas logo as duas ouvem o camburão voltando do píer de Praia Verde, e muitas pessoas, na maioria pescadores, correndo atrás do veículo. Suzana se anima e puxa um bloco de notas da bolsa.
Suzana- ÓTIMO! Já prenderam o meliante! - e sai correndo em direção à delegacia.
O furdúncio está feito na porta da delegacia. Romero é tirado do camburão, e vários pescadores, assim como Suzana Borges, Telma, Angelo e Olívia. Leonor está caminhando com Jardel e nota o burburinho.
Leonor- Eita, vamos, vamos ver o que é!
(intrervalo)
Leonor e Jardel chegam à delegacia, onde vários pescadores estão protestando pela prisão de seu líder, além de Renata, que vem protegendo Olívia. Tarcísio, que está passando, para em frente à ex-namorada.
Tarcísio (timidamente)- Quem... foi preso?
Renata (dura)- Meu pai. Pois é.
Tarcísio arregala os olhos para a frieza dela. Olívia anda devagar, meio escondida por Renata, e a empresária tenta se esquivar dos olhares de Tarcísio.
Pouco depois, Telma sai da delegacia após prestar depoimento e parece intrigada.
Olívia- Que foi, querida? Tá mal? Não tá gostando de ver sua família nessa situação, né?
Telma- Nem é tanto isso... - ela parece confusa. - O vovô tá até tranquilo. Cara de pau. Ele mandou chamar a minha mãe, como se isso fosse bastar. Acho que vai apelar pra ela soltá-lo. Não sei pra quê.
Olívia engole em seco e arregala os olhos. Renata nota o nervosismo da mãe e se vira para ela.
Renata- Aconteceu algo, mãe?
Olívia (assustada)- Não! Não, minha filha, é... que seu pai e sua irmã não se dão muito bem...
Renata (estranhando)- É mesmo? No meu tempo era exatamente o contrário... ele a amava e a paparicava... agora a odeia, é isso?
Olívia prefere ficar calada. Telma não registra nada da conversa e dá um beijo de despedida na avó.
(intervalo)
Laís (revoltada)- Ele quer o quê?!
É tardinha, e Laís e Paulo estão tomando um chá à varanda da casa. Telma acabara de contar sobre o pedido do avô.
Telma- Você ouviu, quer que a senhora vá visitá-lo.
Laís- Mas eu já fui, na hora do seu depoimento.
Telma- Ele quer falar com a senhora, mãe. - ela suspira, sem paciência. - Eu vou subir e tentar relaxar um pouco, tenho muito trabalho no posto médico amanhã...
Paulo- Depois vamos convesar sobre o pos...!
Ele para a frase no meio com o "shhhh!" que Laís faz, agitando a mão no ar.
Laís (irritada)- Peraí, Paulo, deixa eu pensar.
Paulo- O que está havendo, Laís, o quê o seu pai poderia pedir de tão importante?
Laís (erguendo-se)- Deve me pedir pra soltá-lo. Doce ilusão... - ela dá um muxoxo de impaciência e pega a bolsa na mesinha ao lado. - Tchau, querido, eu volto já.
Logo em seguida, Laís chega a delegacia.
Delegado (nervoso)- Pri-primeira-dama! A senhora por aqui!
Laís (impaciente)- Sim, sou eu. Preciso falar com meu pai, Romero Vasconcelos.
Delegado- Ele é seu pai...?
Laís (irritada)- Foi isso que falei, não foi? Ah, e um local reservado para conversarmos.
O delegado obedece, nervoso. Pouco depois, Laís está numa saleta esperando o pai, que chega, com um semblante de pura fúria.
Romero- Primeiro... (ele faz uma pausa para sentar-se) - quero que castigue a pirralha da sua filha por ela ter me denunciado.
Laís (alteando a voz)- Isso decido eu, não cabe a você falar...
Romero (cortando)- Eu estou preso por causa dela!
Laís- Ah, vamos deixar de melodrama, papai. Diga aí, o quê vossa senhoria quer de mim, diga logo.
Romero- Não é óbvio? Eu quero que me solte!
Laís olha o pai com condescendência e solta uma estrondosa gargalhada.
(fim do capítulo 29)
Tarcísio (timidamente)- Quem... foi preso?
Renata (dura)- Meu pai. Pois é.
Tarcísio arregala os olhos para a frieza dela. Olívia anda devagar, meio escondida por Renata, e a empresária tenta se esquivar dos olhares de Tarcísio.
Pouco depois, Telma sai da delegacia após prestar depoimento e parece intrigada.
Olívia- Que foi, querida? Tá mal? Não tá gostando de ver sua família nessa situação, né?
Telma- Nem é tanto isso... - ela parece confusa. - O vovô tá até tranquilo. Cara de pau. Ele mandou chamar a minha mãe, como se isso fosse bastar. Acho que vai apelar pra ela soltá-lo. Não sei pra quê.
Olívia engole em seco e arregala os olhos. Renata nota o nervosismo da mãe e se vira para ela.
Renata- Aconteceu algo, mãe?
Olívia (assustada)- Não! Não, minha filha, é... que seu pai e sua irmã não se dão muito bem...
Renata (estranhando)- É mesmo? No meu tempo era exatamente o contrário... ele a amava e a paparicava... agora a odeia, é isso?
Olívia prefere ficar calada. Telma não registra nada da conversa e dá um beijo de despedida na avó.
(intervalo)
Laís (revoltada)- Ele quer o quê?!
É tardinha, e Laís e Paulo estão tomando um chá à varanda da casa. Telma acabara de contar sobre o pedido do avô.
Telma- Você ouviu, quer que a senhora vá visitá-lo.
Laís- Mas eu já fui, na hora do seu depoimento.
Telma- Ele quer falar com a senhora, mãe. - ela suspira, sem paciência. - Eu vou subir e tentar relaxar um pouco, tenho muito trabalho no posto médico amanhã...
Paulo- Depois vamos convesar sobre o pos...!
Ele para a frase no meio com o "shhhh!" que Laís faz, agitando a mão no ar.
Laís (irritada)- Peraí, Paulo, deixa eu pensar.
Paulo- O que está havendo, Laís, o quê o seu pai poderia pedir de tão importante?
Laís (erguendo-se)- Deve me pedir pra soltá-lo. Doce ilusão... - ela dá um muxoxo de impaciência e pega a bolsa na mesinha ao lado. - Tchau, querido, eu volto já.
Logo em seguida, Laís chega a delegacia.
Delegado (nervoso)- Pri-primeira-dama! A senhora por aqui!
Laís (impaciente)- Sim, sou eu. Preciso falar com meu pai, Romero Vasconcelos.
Delegado- Ele é seu pai...?
Laís (irritada)- Foi isso que falei, não foi? Ah, e um local reservado para conversarmos.
O delegado obedece, nervoso. Pouco depois, Laís está numa saleta esperando o pai, que chega, com um semblante de pura fúria.
Romero- Primeiro... (ele faz uma pausa para sentar-se) - quero que castigue a pirralha da sua filha por ela ter me denunciado.
Laís (alteando a voz)- Isso decido eu, não cabe a você falar...
Romero (cortando)- Eu estou preso por causa dela!
Laís- Ah, vamos deixar de melodrama, papai. Diga aí, o quê vossa senhoria quer de mim, diga logo.
Romero- Não é óbvio? Eu quero que me solte!
Laís olha o pai com condescendência e solta uma estrondosa gargalhada.
(fim do capítulo 29)
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