(continuação, cap 16)
Telma acorda, toma um banho e desce para o café. Se depara com os pais tomando café. Laís logo ergue a cabeça para Telma.
Laís - Ah, finalmente, filha. Seu pai quer falar com você.
Telma (indiferente)- Bom dia pra você também, mãe.
Paulo pigarreia e as duas silenciam.
Laís (para o marido)- Então, amor... vamos?
Paulo- Bem, filha. É sobre aquela conversa, seu cargo na prefeitura...
Telma (impaciente)- Isso de novo?
Laís- Escute seu pai agora, Telma!
Telma- Escutem vocês dois! - ela se levanta. Laís levanta junto. - Eu não sou mais nenhuma criança pra vocês controlarem minha vida!
Laís (interrompendo Paulo)- Você mora debaixo do nosso teto! Você vai acatar nossa decisão!
Telma- É esse o problema? Eu morar aqui?
Paulo (se erguendo)- O quê você tá dizendo filha? Tá pensando...
Telma- Eu saio daqui. É só arranjar um local. E agora... (ela olha em volta) eu vou pro posto de saúde. Depois eu falo mais com vocês.
Ela puxa a bolsa e sai. Bate a porta com força e os pais se sentam. Laís, mais tranquila, dá dois tapinhas na mão do marido.
Laís- Eu arrumo isso.
(intervalo)
Telma atravessa a praça, após sair da casa do prefeito. Chega na frente do mercadinho, e olha para Tarcísio, que está finalizando uma compra. Após isso, ela se aproxima sorrindo e Tarcísio sorri de volta. Confunde-se com Renata.
Telma- Oi, seu Tarcísio!
Tarcísio- Oi, Renata!
Telma- Quem? -ela sorri, confusa.
Tarcísio (confuso; dá um tapa na cabeça)- Ah! Me perdoa! Você parece muito com sua...
Telma- Minha tia... eu sei. Cansei de ouvir o povo me dizendo isso. Tá tudo bem...
Tarcísio fica rapidamente nervoso e se vira para o outro lado. Telma se adianta.
Telma- Aqui tem aqueles lenços descartáveis? Na farmácia tá em falta, e eu tô indo pro posto de saúde...
Tarcísio (apontando)- Tem... tem ali. Pode ir lá...
Telma agradece, e sai. Volta com dois pacotinhos na mão, já puxando a carteira.
Telma- Tá aqui... tô saindo. Obrigada, seu Tarcísio.
Tarcísio- De nada, Renata!... - ele se cala novamente.
Telma sorri, enviesada, e vai saindo.
(intervalo)
Num cartório, no Rio de Janeiro, estão presentes Donato e Leonor. Ele, junto ao juíz, ela, impaciente, agitando seu famoso leque vermelho e vestindo luto, irritada.
Leonor- Vamos acabar essa palhaçada, hein, Donato?
Donato- Cale-se. Não te obriguei a vir como testemunha. Já está aqui, vai ficar aqui. Agora fica quieta.
Leonor não se abala, mas puxa o celular e faz uma ligação.
Leonor- Alô, Angelo? Cadê, chegue logo aqui com a faxineira...
Donato- RENATA, LEONOR!
Leonor (indiferente)- ...enfim, a noiva do seu pai. Anda, ou ele vai ter que arrumar outra testemunha.
Angelo- Já cheguei, to aqui na porta...
Eles se viram, e veem Angelo com uma mulher morena, alta, com um terninho branco-pérola e um sorriso tímido no rosto. Renata. Leonor não consegue segurar o espanto abre a boca num "O" perfeito. Donato dá um sorriso tímido. Ela vai até o noivo e a cerimônia começa.
Após os "aceito", o juíz sorri.
Juíz- Pode beijar a noiva.
Leonor vira o rosto e Angelo fica ansioso.
Donato (tímido)- Posso?
Renata hesita um instante. Olha pro juíz e de volta para Donato, e imagina o seu primeiro beijo com Tarcísio, no mar em Praia Verde. Ela sorri.
Renata- Pode.
E Donato a beija. Leonor faz cara de nojo e vai já saíndo do cartório. Angelo, educado, bate palmas. Donato e Renata interrompem o breve beijo e se abraçam dizendo, ao mesmo tempo, "Obrigado."
(fim do capítulo 16)
Nenhum comentário:
Postar um comentário