Pra você que não tem preguiça de ler =)

quinta-feira, 12 de abril de 2012

Homem ao Chão

Capítulo 18 - Acertando as Coisas





Natália e Olívia ficaram conversando até tardinha, quando a mais jovem levantou-se de um pulo, sobressaltando dona Olívia.

Natália- Meu Deus, tá tarde! Os meninos estão saindo agora da escola!

Olívia- Mas não disse mais cedo que eles já estão bem grandinhos?

Natália- Não é isso, dona Olívia... - ela apanha a bolsa pra sair. - É porque hoje tem reunião de pais e mestres e a diretora me conhece, acha que sou desastrada e sem juízo. - ela amarrou a cara e Olívia sorriu. - Enfim... vou indo.

Olívia- Eu acompanho você até a porta. - e se levanta.

Natália- Eu apareço aqui essa semana, talvez na quarta. - ela olha a senhora, sorridente. - A senhora é a mãe que eu não tive, dona Olívia!

Olívia- Ô, menina, que é isso! - diz ela com lágrimas nos olhos. - Também gosto muito de você!

Natália- Já vou. Depois trago os meninos pra conhecer a "avó" deles!

Mas ela abre a porta e dá de cara com Romero.

Romero (secamente)- Tá esperando o quê?

Um clima tenso paira no ar na fração de segundo que Natália olha de relance para Olívia e sai. A dona de casa fica parada, tensa, enquanto Romero bate a porta com um estrondo, assustando a esposa.

Romero- Que é que essa desocupada está fazendo aqui?

(intervalo)

Já era noite quando, no meio de uma chuva, num bairro pobre e afastado, um carro prateado e reluzente apareceu na porta da casa de Zaíra. A ex-presidiária olhou assustada, da pequena janelinha da porta, uma bonita mulher descer do carro e puxar um guarda-chuva.

Admirada com uma visão incomum naquele lugar, Zaíra tirou os olhos da televisão e correu para a porta, abrindo-a devagar, mas sorrindo em seguinte ao verificar quem era a morena.

Zaíra- Menina! Você está deslumbrante! O quê aconteceu com sua vida??!

Renata (ofegante)- Cara... deixa de perguntas complicadas! É uma história muito longa...

Zaíra- Entra, menina, entra! Saia dessa chuva!

Meia hora depois, as explicações dadas e várias risadas seguidas, Zaíra voltava à sala com duas xícaras de café.

Zaíra- E a mala tá morando na sua casa?

Renata- Ainda está, mas só até amanhã. Nem que eu tenha que pagar uma diária de hotel pra ela.

Zaíra- E ela não herdou um dinheiro?

Renata- Deixa... eu quero parecer piedosa.

Zaíra (olhando com censura)- Ah, desculpa, querida... mas isso seria ser esnobe!

Renata (travessa)- É... eu sei!

As duas desatam a rir, espantando o cachorro de Zaíra. Ela faz uns gestos pro canino e ele silencia.

Zaíra- Então... você tá rica! O quê você vai fazer agora?

Renata (séria)- É por causa disso que eu vim aqui conversar.

Zaíra se espanta com o tom e olha a amiga com atenção.

(intervalo) 

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