Pra você que não tem preguiça de ler =)

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Homem ao Chão

Capítulo 26 - O Maior dos Reencontros





Após acalmarem Natália, que estava morrendo de curiosidade para ver o reencontro, Renata e Olívia se dirigiram para a varanda da casa, com vista para a piscina, ainda suja, e o jardim, com várias folhas pela grama.

Olívia- Ah... essa casa é linda... já viemos numa festa aqui quando os Viscaia ainda moravam... você estava com um vestido...

Renata (completando)- ... verde! Você quem costurou...

Olívia- Foi... você estava linda... - ela olha para a filha, que está mirando os próprios pés. - Você está linda, filha. Como sempre foi?

Renata esboça um sorriso, mas continua com a mesma expressão. O silêncio domina as duas por uns instantes. Renata e Olívia olham em direções opostas.

Renata- Aconteceu muita coisa aqui, não foi?

Olívia- É... aconteceu sim.

Renata (com desgosto)- Como vai o... papai?

Olívia- Do mesmo jeito. - e Renata nota um desprezo nunca ouvido na voz da mãe. - Só regrediu. Não o vejo como marido mais. Apenas o suporto.

Renata- E faz demais.

As duas se olham.

Olívia- Então, Renata... responde todas as perguntas do povo da cidade... como você voltou pra cá, rica e virou investidora? É pedir demais pra você responder?

Renata sorri, e olha para a mãe.

Renata- Tenho esse direito, né?

Olívia (dando de ombros)- Eu faria igual.

Renata suspira por um instante. Olha para a piscina e dali para a mãe, e desata à falar.


(intervalo)


Olívia parece impressionada com a história da filha.

Olívia- E agora tem essa doida pegando no teu pé, querida?

Renata (suspirando)- Pois é... ainda peguei essa briga.

Olívia- E como era... o italiano?

Renata não gosta do sorrisinho no rosto da mãe.

Renata (cética)- Não houve nada entre nós dois. Ele era um homem muito educado. Um cavalheiro, como dizem.

Olívia- Um anjo, para você! Você deve tudo à ele! Tudo isso! - e ela olha em volta. - E, me conta... e esse hotel que você quer construir?

Renata- É meu sonho... sempre foi... trazer o progresso para minha cidade.

Olívia- Mas... não seria mais fácil ou mais agradável para você sair pelo mundo... sei lá,  ou apenas se meter numa praia belíssima do Nordeste?

Renata (dá uma risada)- Ah, mãe! Eu não preciso do mundo todo! Só preciso disso aqui... e os outros... Não preciso deles.

Olívia, porém, olha no relógio e dá um pulo da cadeira.

Olívia- Nossa, está tarde! Preciso voltar pra casa! Seu pai não deve saber que vim aqui...

Renata- E aquela história de "apenas o suporto"?

Olívia, porém, não responde. Sai apressada da varanda e, sem falar com Zaíra e Nathália, bate a porta ao passar.

Zaíra- Eu, hein...

Olívia corre, pelas ruas escuras e pacatas de Praia Verde. Cruza a pracinha e vai para rua de casa, mas congela no portão ao vislumbrar Romero à meia-luz, o cinto na mão, uma expressão séria mas calma no rosto.

Romero- Onde você estava, imprestável?


(intervalo)

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