Pra você que não tem preguiça de ler =)

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

(continuação, cap 26)





Olívia tenta acalmar o marido.

Romero- Diga logo que você foi ver a Renata! Diga! Anda! O quê disse à ela?

Olívia (aterrorizada)- Calma, Romero! Não disse nada, nada!

Romero (puxando-a pelo braço para casa)- Tem certeza, imbecil? Não soltou nenhum pio?

Olívia (após fechar a porta, dolorida)- NÃO! Não falei nada, já disse! Me solta, Romero, tá me machucando...

Romero joga Olívia contra a televisão. Ela grita e derruba o aparelho, que cai no chão e se destroça, gerando fumaça e faíscas. Olívia leva uma mão à testa, sofreu um corte e sangra profusamente.

Olívia (após um gemido de dor)- Não...falei nada, seu animal...

Romero- É mesmo? E o quê vai fazer? Vai me denunciar, é? É aquela bobeira de Lei Maria da Penha?

Olívia- Eu podia, se quisesse...

Romero apenas olha, ameaçador e com feições duvidosas para a esposa.

Olívia- Mas não o farei.

Romero ergue uma mão trêmula e ameaçadora para Olívia, mas solta um urro e, possesso, corre para o andar de cima.

Na manhã seguinte...

Telma está no posto médico com o doutor Silveira, quando a porta é subitamente aberta por Olívia, que tropeça e cai, segurando um pano ensanguentado na testa, perto dos cabelos.

Telma- Vó!... Que é isso?

Silveira- Dona Olívia? O quê foi isso?

Olívia- Me ajudem... me ajudem por favor... não consegui estancar sozinha.

Telma e o Dr. Silveira se entreolham e se adiantam para erguer a senhora e dar os pontos.


(intervalo)

Após medicar a avó, Telma vai até a praça central com ela e, uma vez sozinhas no coreto, Telma se vira para a avó, que está assustada.

Telma- Então, me diz, vó... foi... o vô que fez isso na senhora?

Olívia se vira para a neta, as feições machucadas, o cabelo desgrenhado e o rosto lívido.

Olívia- Não há como negar, não é?

Telma (revoltada)- Eu sempre soube! Meu avô sempre me demonstrou ser um crápula, e isso é verdade? Ele te bateu? Ele te bate?!

Olívia- É! Bateu, bateu, mas calma...

Telma- "Mas" nada! Isso é agressão! O vovô é um bruto, ele tinha que ser preso!

Olívia (rápido)- Não! Não! Não vamos fazer nada com ele! Isso eu resolvo depois!

Telma (revoltada)- Mas, vó...!

Olívia- NÃO! Não discuta comigo! Eu... eu resolvo tudo! E tenho algo para lhe falar, que é mais importante do que isso no momento!

Telma fica furiosa, muda, e nada fala. Morde os lábios, encarando o olhar pesado e certeiro de Olívia, curiosa.

Telma- Não posso deixar que fique tudo desse jeito. Não vou deixar.

Olívia- Não vai fazer nada, já disse. Agora, venha, escute... tem algo muito importante que você precisa saber.

Telma (irritada)- E o quê é? Diz logo, vó.

Olívia, porém, olha em volta primeiro. Telma estranha e olha também.

Olívia- Você... sabe que tem uma tia, chamada Renata, não sabe?

Telma- O quê minha tia tem a ver com isso tudo? Ela bate em você também, é isso?

Olívia- Sua tia voltou para a cidade, foi solta.


(intervalo)


Telma parece indiferente, mas se vira, com curiosidade.

Olívia- Eu fui vê-la ontem, e...

Telma (irônica)- E o vovô te bateu por isso, não é?

Olívia não responde, mas anda irritada pelo coreto.

Olívia- Não fica curiosa, minha filha? Em conhecê-la?

Telma (hesitante)- Eu... confesso... eu sempre quis saber o porquê de tanto ódio. Assim... - ela nota o olhar da avó. - Eu sempre ouvi a mamãe e o pai falando de "Renata aqui, Renata lá", e a minha mãe xingando ela... de vadia, muita coisa... ela foi alguma ex do papai, não foi, vó?

Telma parece realmente curiosa. Olívia faz cara de pena, mas mantém sua postura.

Olívia- Não... antes fosse... no devido tempo você descobre... - ela se enche de coragem e continua a falar. - Você conhece a casa dos Viscaia? A mansão velha...

Telma- Sei, mas... ela mora lá? Ela não é ex-presidiária?

Olívia explica rapidamente a história para Telma, sem perceber que as duas estão sendo vigiadas por uma figura de óculos escuros, de longe.

Telma- Entendi... e isso é verdade?

Olívia- É, Telminha. É sim. Você confia na vovó, não é? Então pode confiar na... tia Renata.

Telma- Você acha que eu devo vê-la, vó?

Olívia- Não sei se "deve", minha filha, mas... - ela tenta escolher as palavras certas. - Sua tia... precisa de calor humano, de gente da família por perto, entende? Seu avô nunca perdoou ela, você sabe...

Olívia esconde os machucados virando-se de costas para Telma, que sorri, levemente.

Telma (após um tempo)- Posso... lhe fazer esse favor, sim.

Olívia se vira, radiante,  e chora de emoção. Telma estranha, mas dá um sorrisinho tímido e abraça a avó.

Olívia- Não é pra mim... é pra ela, e pra si mesma. Agora vá.

Telma não diz mas nada, apenas sai andando rapidamente e vira-se para acenar para avó. Olívia acena, sorrindo, e não percebe uma pessoa que se aproxima, assustando-a.

Olívia (de supetão)- Nossa! Que susto...! Laís?!

Laís- Susto, é?


(fim do capítulo 26)


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