Capítulo 27 - Reações
Laís está furiosa e agarra com força o braço da mãe, que faz uma careta.
Laís (bufando)- Você tá envenenando a Telma contra mim, não é?
Olívia (reagindo à altura)- Não tô envenenando ninguém, Laís! Apenas contei pra sua filhinha sobre a tia dela!
Laís arregala os olhos e suas feições vão do medo ao ódio.
Laís- Que foi que você contou?! - ela se descontrola e começa a sacodir a mãe. - Fala, desgraçada! Você contou tudo! Eu te mato se você tiver contado tudo!
Olívia parece hesitante, mas quando Laís a solta, dá uma gargalhada e deixa a filha mais nervosa.
Olívia (desdenhosa)- Claro que não contei, que desespero é esse? A Telma não vai saber de mim sobre isso...
Laís- Quer dizer o quê com isso? Vai saber da vagabunda da Renata? Vocês estão mancomunadas, é?
Olívia (irritada)- Deixe de leseira de novela mexicana, a Renata não sabe que tem uma filha viva. Agora, se já acabou de palhaçada... eu vou andando.
Olívia segue reto na rua, em direção à própria casa. Laís corre furiosa para o carro, onde o chofer a aguarda, e abre a porta para ela.
Laís (possessa)- Droga, DROGA! Isso não pode vir à tona...
Ela olha do chofer, que entrara no banco da frente, e a mãe, distante na rua, atravessando-a.
Laís (de súbito)- Atropela!
Chofer (chocado)- O q-quê?
Laís (gritando)- Atropela, imbecil, acelera!
Ela bate com a bolsa na perna do chofer, que por impulso acelera com toda, cantando pneu. Olívia é pega de surpresa, mas consegue desviar. Ainda assim o carro bate com toda em seu quadril e ela cai no chão, já na calçada. O carro de Laís dispara e logo depois dobra a esquina.
(intervalo)
Olívia se levanta, com dores, mas parece estar ilesa.
Olívia (balançando a cabeça)- Que foi que eu fiz para merecer uma vida dessas?
Longe dali, na mansão dos Viscaia...
Renata está observando uns papéis junto de Thiago, o arquiteto.
Renata- Ficou lindo! Eu mesma não poderia imaginar algo tão lindo!
Thiago (sorrindo)- Estou aqui pra isso, pra te agradar.
Renata sorri, dando uma olhada para o arquiteto, e dá dois tapinhas no ombro dele, notando depois a amiga, Zaíra, parada na porta com olhar de censura.
Zaíra- Amiga, tem uma mocinha no portão que não para de olhar pra cá.
Renata (indiferente, com um papel nas mãos)- Sim, muitas pessoas olham pra essa casa, ainda mais depois que eu comprei.
Zaíra- É que ela... parece tanto contigo!
Renata levanta o olhar, curiosa. Zaíra volta à porta e espia pelo olho-mágico.
Zaíra- Ela tá vindo pra cá!... Ela parece contigo, garota, quando chegasse no pre...
Renata- Psiu! Já entendi!
Não se passam nem dois segundos e batem na porta. Zaíra abre sem cerimônia e se espanta com a semelhança de Telma e Renata.
Telma (nervosa)- Oi... é aqui que mora a Renata?
Zaíra- É sim, menina... - ainda abobalhada, vira-se para a sala de estar. - Dona Renata! Pra você!
Telma fica constrangida, enquanto Zaíra sai com cara de espanto e Renata chega ao hall. Telma está de costas e logo depois se vira.
Renata (um tanto indiferente)- Oi... posso ajudar?
(intervalo)