Capítulo 32 - A verdade torta
Telma caminhou até bem perto de onde estavam Renata e Laís. A mais nova a encarava de pé, ofegante e nervosa. A primeira dama arfava, choramingando, no chão.
Telma- Como assim, a minha mãe me roubou de você, tia? Que brincadeira de mal gosto é essa? Porque você tá batendo nela?
Laís (furiosa)- Ela é maluca, filha! Ela é doida de pedra, ela tá me batendo por diversão!
Renata- Nada disso!
Laís (cortando)- Ela inventou tudo isso, ela quer tirar você de perto de mim, minha filha!
Renata- Não, Telma, é mentira! Eu tô batendo porque sua mãezinha merece!
E ela dá mais um chute em Laís, que geme. Telma passa por Renata, esbarrando nela, que se choca, e se ajoelha ao lado de Laís, para ajudá-la. A primeira dama discretamente sorri para Renata, que se desarma e chora. Muitos ao redor começam a olhar a cena.
Laís (chorando)- Ob-obrigado, filha. Me ajude...
Telma- Sim, mãe... levante. - e ela olha para Renata. - Você vai me explicar isso muito bem, tia! Eu estava até gostando de você! Mas já tô arrependida.
Renata (calmamente)- Eu vou explicar tudo isso.
Laís (rapidamente)- Não, sua louca! Saia daqui, saia!
Renata- Eu sou sua mãe, Telma.
A menina gela, e arregala os olhos. Laís contrai as feições de ódio e medo.
(intervalo)
Telma parece sem ar, mas olha da mãe para Renata tentando absorver a bomba.
Laís (possessa)- Saia daqui, sua cobra! Pare de falar bobagem! Pare de blasfemar! Pare de mentir!
Renata apenas sorri de Laís para Telma, que parece mortificada, mas leva a mãe para dentro da prefeitura. Renata olha em volta, onde os presentes mostram-se desaprovadores, mas ela põe os óculos escuros e vai até seu carro, saindo em disparada.
Dentro da prefeitura, Laís é amparada até o gabinete de Paulo, que está estarrecido, e junta-se à Telma, ao lado da mulher.
Paulo- Que confusão toda foi essa? - e ele puxa um lenço de papel da mesa e limpa o sangue de um ferimento da bochecha da esposa. - Que a doida da sua irmã fez?
Telma (antes que Laís possa responder)- Ela falou que é a minha mãe.
Laís arregala os olhos e encara a filha, que mantém a cara dura e contém lágrimas nos olhos. Paulo se assusta e encara a mulher.
Paulo- Que loucura é essa? Hein, Laís?
Laís (fazendo-se de ultrajada)- O quê, tá achando que isso é verdade, Paulo? Tá duvidando de mim?!
Paulo- Estou fazendo uma pergunta, Laís!
Telma olha para a mãe, com lágrimas nos olhos, e Laís gela quando Paulo também a encara.
(intervalo)
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