Pra você que não tem preguiça de ler =)

quinta-feira, 6 de março de 2014

(continuação, cap 32)





Laís dá uma gargalhada vacilante, mas mantém a pose.

Laís (zombeteira)- Mas é claro que isso é mentira, Paulo! Como eu poderia roubar a minha irmã? E pra quê eu faria isso, Paulo! Eu estava grávida de você! Você sabe disso!

Paulo- Sim... eu sei... - mas ele se mostra confuso.

Telma, porém, não parece desistir tão fácil, e fica revoltada quando Telma e Paulo olham para ela.

Telma- Mas porque a minha tia ia dizer isso, mãe? Por quê?

Laís (indo até ela)- Meu bem... sua tia é desequilibrada. - ela abraça a filha, que olha para o chão. - Você sabe... ela estava grávida quando foi presa, e a filha dela morreu no parto.

Telma- Eu... não sabia muito bem disso.

Laís (acenando com a cabeça)- Pois é... pois é! Ela é desequilibrada, e só porque você é... um pouquinho parecida com ela, ela acha que você foi roubada por mim! Isso é ridículo!

Paulo (rindo com desdém)- Convenhamos... a Telma parece muito com a tia dela.

Laís- Exatamente, parece! Mas isso é genética, querido, é de família, somos todas lindas! - e Telma ri. - Ela também... inclusive.

E Laís olha para os lados com desdém. Paulo levanta e abraça a filha.

Paulo- Não fique assim, filha... nós te amamos, e somos seus pais, com certeza. Vamos ver... o quê faremos em relação à sua tia.

E o prefeito olhou para a primeira-dama, que fez-se de desentendida e, após apertar o ombro da filha, saiu pelo corredor.


(intervalo)


Renata está na casa de Natália, tristonha, enquanto a amiga está acabando de pôr os filhos para dormir.

Natália- Mas você passou o dia na rua? Não foi na obra, não fez nada? Só bateu na irmã?

Renata- E é pouco?

Natália (pensativa)- De fato... eu também queria bater naquela cobrinha! Hihihi

E ela chama Renata para fora do quarto dos filhos, e as amigas vão pra sala. Natália pega um uísque e leva para uma mesinha no terraço.

Natália (servindo dois copos)- A Telma não acreditou em nada, né?

Renata- Claro que não. Foi muita burrice. Mas eu sei que é verdade. E eu precisava acabar com a raça da minha irmã.

Natália (revoltada)- Como você não me chamou! Eu tinha que estar lá assistindo!

As duas riem juntas, mas a expressão de Renata volta logo para a confusão. Natália nota e, após virar o copo de uma vez, fita a amiga.

Natália- Mas, tá pensando em fazer o quê, amiga?

Renata- Não sei amiga... - ela relaxa, desolada, no ombro da outra, e uma lágrima cai de um de seus olhos. - A minha filha praticamente me rejeitou... enfim... - ela limpa o rosto e se ergue. - Eu preciso tirar essa história a limpo. Nunca confiei no meu pai, mas não sei... não sei se ele mentiria ou não numa história dessas...

Natália- Então, quem você acha que pode te ajudar?

Renata (se levantando)- A minha mãe... - ela levanta o rosto, decidida. - Só ela pode me dizer a verdade. E eu sei que ela vai falar.

Natália (batendo palmas)- Vai lá amiga! Força! Eu vou... beber mais uma dose...

E erguendo o copo em saudação, Natália sorri. Renata apanha a bolsa e sai da casa da amiga.


(intervalo)


Telma sai do quarto, decidida, e acaba cruzando com o pai no topo da escada.

Paulo- Oi filha, vai sair?

Telma- Vou... não! Não, vou sim. - ela se atrapalha, ajeitando a bolsinha. Paulo estranha.

Paulo- Vai aonde?

Telma- Vou... vou encontrar... o Angelo! O rapaz, o biólogo, lembra que eu falei sobre ele?

Paulo- Sim, sim, claro, filha. Vai com Deus. Não volta tarde, hein?

Paulo, porém, segura o pulso da filha quando ela se afasta e a menina se volta para o pai, assustada.

Telma- O quê foi, pai? - ela o encara, nervosa.

Paulo (desconfiado)- Você... acreditou naquela história da sua mãe, Telma?

Telma- Ah, pai... parece sem pé nem cabeça... mas a minha tia, bem... - ela faz uma careta - já matou um homem, já foi presa, ela pode ter ficado sequelada. Perdeu um filho... isso mexe com a cabeça as pessoas.

Ela anda até o pai, sorrindo, e o abraça.

Telma (sorrindo)- Eu tô saindo, viu? Estou bem. Estou tranquila.

Ela se afasta, mas logo depois Paulo fecha a cara. Apanha a carteira e o celular, pondo ambos nos bolsos.

Paulo (para si)- Mas eu não estou.

E sai de casa, rumo à casa da sogra.

Nenhum comentário:

Postar um comentário