Pra você que não tem preguiça de ler =)

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012


(continuação, cap 15)





Donato- Você pegou rápido, hein?
Renata- Por favor, Donato. Não subestime minha inteligência.

Donato dá uma risadinha.
Donato- É muita crueldade, não é?

Renata- Pra essa perua da sua ex-mulher, é sim.
Donato- Você não gosta dela, é? - ele levanta as sobrancelhas.

Renata (hesitante)- Não fede nem cheira pra mim. Até tentar se virar pro meu lado, e sei que ela vai fazer isso no futuro, caso aconteça.

Donato (esperançoso)- Caso...? Você quer se casar comigo ou não, Renata? Me ajude nisso. É meu último desejo, meu último pedido. Não vá negar nada à um moribundo...

Renata sorri amarelo. Donato dá uma olhada incisiva para a morena, que recua.

Renata- Você não quer se aproveitar de mim, não é?

Donato- Por favor, Renata. Eu nem sei mais o quê é isso. Vamos, balance a cabeça.

Renata parece novamente hesitante. Após alguns segundos, ela faz que sim e sorri.

(intervalo)

Tarcísio chega em casa, já tarde. Nicanor, seu sogro, está roncando no sofá da sala e não nota a presença do genro. Ele anda pelos cômodos da casa e chega até a cozinha, onde Olga está, de bobs, fazendo sua habitual faxina noturna. Tarcísio fica indiferente à presença da esposa, e vai beber água. Olga só se volta para o marido quando ele pousa o copo vazio na pia.

Olga- Com quem você estava?

Tarcísio- À essa altura, as fofoqueiras já devem ter falado, não é?

Olga (irritada)- Deixe de brincadeira pro meu lado, Tarcísio. O quê você estava conversando com aquela Natália?

Tarcísio- Ah, é! Esqueci de falar que ela voltou do Espírito San...

Olga (irritada)- Não me interessa! Não quero você voltando lá pras tantas da noite, tá me ouvindo?

Tarcísio- Dane-se, Olga. Vou dormir.

Olga- E vai lavar essa porcaria de copo!

Tarcísio (já saindo)- Pra quê? Quando eu sair você vai lavar mesmo...

Olga dá um urro, furiosa. Agarra o copo e põe-se à limpá-lo.

Olga- Se fazendo de espertinho... me aguarde!

(intervalo)

Leonor está à varanda, relatando toda a cena da cozinha para Angelo, que ouve tudo atento.

Leonor- Era tudo que me faltava! Se o Donato casa com essa vagabunda eu fico sem nada!

Angelo- Calma, mãe! Ela pode estar apenas... sei lá, protegendo o papai.

Leonor- Não brinque... não invente! Essa daí de besta só tem a cara, Angelo, não se engane! E não defenda seu pai! Sabe como ele é contra sua profissão, meu lindo! Sabe que ele não te olha bem faz tempo! E ainda por cima, ele inventa de se casar com uma faxineira!

Angelo- Ela sempre me tratou bem, mamãe, me parece ser uma boa pessoa.

Leonor (irritada)- Não brinque, não me contradiga!

Angelo balança a cabeça, mas depois olha por trás da mãe, que se vira.

Donato vem chegando com Renata. A morena parece acuada, mas Donato está caminhando decidido e Leonor se levanta, encarando-o.

Leonor- O que foi agora, Donato? Qual será seu próximo planinho delirante?

Donato- Não é planinho, querida ex-esposa. - Leonor amarra a cara. - Eu vim anunciar oficialmente agora que em uma semana, eu e Renata vamos nos casar.
Angelo se levanta, espantado. Leonor está possessa e fica sem palavras, apenas respirando fundo. Renata está estática, mas mantém seu olhar para Leonor, que a encara com fúria.
Donato- Angelo, meu filho, quero que amanhã você e sua mãe saiam com a Renata e comprem roupas novas, e tudo que ela necessitar. Está bem?

Angelo assente, trêmulo e sem palavras.
Leonor- E porque eu tenho que ir junto?

Donato- Eu preciso de uma opinião feminina, não é? Diga à Renata as suas lojas favoritas, essas coisas... vamos, Renata, vou te mostrar seu novo quarto...
Renata ainda se demora olhando para Leonor, que aponta no meio do rosto da rival.

Leonor- Ainda vou acabar com você.
(fim do capítulo 15)

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