Pra você que não tem preguiça de ler =)

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

(continuação, cap 13)




Nesse mesmo dia, longe dali, em Praia Verde...
Várias pessoas fazem fila em frente à uma grande tenda armada numa esquina da praça central da cidade. Um grande cartaz anuncia "O dia do Cidadão", e setas direcionam os moradores aos serviços de cartório, dentista e cabelereiro. Num grupo compacto, mais para o centro da praça, estão alguns jornalistas da capital, a repórter do jornal local Praia Verde News, Suzana Toledo, e alguns políticos da cidade, entre eles o prefeito, Paulo Pradaxes. Ele está dando uma entrevista à Suzana, que parece interessada.

Suzana (terminando)- Ótimo, ótimo, senhor prefeito... a sua entrevista vai sair amanhã mesmo no Praia Verde News... primeira página, hehe.
Paulo- Obrigado! Obrigado! E eu peço que deem destaque ao dia do Cidadão como manchete, será possível, dona Suzana?

Suzana- Claro, querido... - ela dá uma piscadela para Paulo, que não nota. - Então (ela bate palmas)- Agora precisamos de uma foto... aqui, a Igreja como plano de fundo... o senhor está elegantérrimo, prefeito, ótimo... - diz ela, ajeitando o terno de Paulo discretamente. - Será que...
Laís (atrás dela)- Será que eu posso entrar na foto, queridinha? - Laís sorri, afetadamente. - Afinal de contas, não há companhia melhor para o prefeito do que a primeira-dama, não acha?

Suzana- Claro, dona Laís... - ela lança um olhar gélido. - Aqui, então...
Ela muda Paulo de posição, dando destaque à ele perante Laís, que se irrita. Mas a primeira-dama insiste e agarra o braço do marido com força.

Suzana- Pronto... - diz, com desdém. - Digam Xis!
(intervalo)


Após a foto, Laís mantém Suzana longe de Paulo e sai andando em direção às tendas.
Laís- Desgraçada dessa jornalista... dando uma de doida pra cima do meu marido... ela que não invente ou eu mando cortar a licença do jornaleco dela... Oi filha queridinha!

Ela acena para Telma, que está ajudando na tenda do dentista. Telma dá um docinho para uma garotinha e sorri para ela, para depois se levantar e ir até a mãe, que acenava compulsivamete. Laís deu um abraço forte em Telma, que se incomodou.
Telma- Oi, mãe... espera, preciso voltar pra ajudar...

Laís- Não queridinha! Você tem que ficar com sua mamãe e seu papai!
Fazendo cara de desdém, Telma soltou a mãe.

Laís- Filha, por favor, não faça show...
Telma- Ah, mãe, que saco, o meu pai está doido pra me trancar dentro da prefeitura, mas eu quero ajudar! Quero um trabalho que eu goste de fazer.
Laís (se irritando)- Ah, pare com isso, Telma! Agora, deixe esse avental branco aí e venha com a mamãe, seu pai vai fazer um discurso. Vamos! - ela fala alto, após Telma fazer cara feia.

Telma, com raiva, deixa o avental na mesinha e sai com Laís.


(intervalo)


Depois do aclamado discurso, Telma se dirige ao coreto da praça, onde sua avó, Olívia, conversava com algumas colegas. A avó ficou radiante e se levantou para abraçá-la.
Telma- Não, vó, não precisa se preocupar! eu só vim te dar um beijo!

Olívia- Não, não, eu queria caminhar um pouco com você, querida. Pode ser? - Olívia sorri.
Telma (animada)- Claro, vó! Vamos.

Já mais distante, perto do calçadão da cidade, as duas falando animadas. Olívia recostou-se a um poste algum tempo depois, olhando o mar.
Telma- Bonito à essa hora, né?

Olívia (distraída)- É... - ela suspirou. - Eu..., eu queria te fazer uma pergunta, minha filha...
Telma (segurando em um segundo poste, serelepe)- Claro, vó!

Olívia- Você... você sabe de sua... tia... Renata, não é?
Telma (ligeiramente desconcertada)- Sim... você vive me falando dela. A mamãe me recminina quando falo da tia Renata... coitada dela.

Olívia não consegue segurar algumas lágrimas.
Telma- Tá tudo bem, vovó?

Olívia- Claro, claro... é que - ela respira fundo. - A sua tia Renata está saindo hoje da prisão... eu... eu queria saber o quê pensa disso, filha.
"Isso o quê?", disse uma voz atrás dela. Laís se aproxima, imponente, com uma cara de raiva, mas disfarça perante a filha. Telma se chateia e Olívia olha com medo para a filha.

Laís- Anda, querida mamãe, isso o quê?
(fim do capítulo 13)

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