Pra você que não tem preguiça de ler =)

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Homem ao Chão

Capítulo 14 - Enfrentando as Feras





Olívia não baixaa bola, e se mantém frente a frente com a filha.
Olívia (calmamente)- O "isso" que você está falando é a sua irmã Renata, Laís.

Laís (rapidamente)- Não me lembre dessa vagabunda!

Telma (reagindo)- Não xingue ela assim, mamãe! Ela pode estar abnegada!
Laís- Não discuta! Você não conheceu a infeliz da sua tia e é melhor que não a conheça. Não quero que ela te mate também. Agora, saia daqui. Quero conversar com a sua avózinha.

Telma parece relutante. Olha para Olívia, que num olhar a convence a ir embora. Após verificar que Telma está bem longe, Laís se vira, furiosa, para Olívia, que continua à peitá-la.

Laís- Nunca mais... ouse... em citar a vagabunda da minha irmã.

Olívia (mais alto; apontando o dedo para Laís)- Nunca mais chame a minha filha de vagabunda. Nunca!

Laís (rindo)- Ora, ora, ora! Parece que mamãe quer se revoltar depois de velha, não é?

Olívia- Não sou aquela anta que vocês enrolaram, Laís.

A filha, porém, aproxima seu rosto do de Olívia, que recua um pouco.

Laís- Não perca sua pose, queridinha. Mantenha-se assim. Agora não ouse falar mais nada sobre a sua adorada filha, ou você vai se ver comigo. E, eu juro... eu acabo com a sua raça, mamãe. Não acaba com a minha vida!

Após soltar um grunhido de raiva, Laís se afasta, majestosa, enquanto Olívia fica respirando fundo.
(intervalo)

Longe dali, na mansão de Donato...

Renata está limpando a cozinha. Pouco depois, Donato aparece no aposento e vai beber água, silencioso. Ao pousar o copo na pia, faz barulho e assusta Renata, que derruba um pote cheio de açafrão, espatifando-o.
Donato (rápido)- Desculpe!

Renata (abaixando-se)- Não, seu donato... eu que ando me assustando com tudo. Vou limpar isso...

Donato- Eu te ajudo...

Ele se agaixa junto à ela, mas as dores do seu quadril apertam e ele geme, quase caindo.

Renata- Seu Donato, espere!

Donato cai, mas Renata o levanta e o põe numa cadeira. Ele fecha os olhos, com uma expressão de agonia. Renata, com pena dele, se senta ao lado e segura sua mão.

Renata- O senhor está bem?

Donato- Não me chame de senhor... você é, acredite ou não, uma das poucas pessoas que confio. Meu nome é Donato, e quero que chame assim.

Renata- Claro... tá bom... Donato. O senhor está bem? Quer algum remédio?

Donato (após muito pensar)- Não... remédio não... (ele abre os olhos) Eu estive pensando numa loucura... algo que nunca teria coragem de fazer... e quero que me responda uma coisa, Renata.

Renata (dando de ombros)- Pode falar.

Donato (incisivo)- Qual o seu atual sonho? Seu desejo? Sua motivação de vida, Renata?

(intervalo)


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