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sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Homem ao Chão

Capítulo 13 - Lavando Roupa Suja





Donato faz Renata se senta, e só depois disso ele se senta, com dores. Ele então se vira com uma leve careta de dor para a morena, que está séria.

Donato- Bem... eu preciso te pedir desculpas. Faz muito tempo que eu não faço isso.
Renata- Tudo bem. Tá desculpado, seu Donato...

Donato- Não precisa do "seu". Eu sou seu amigo, então é Donato.

Renata dá um leve sorriso e uma lágrima cai do seu olho.
Renata- Desculpe... é que demonstrações de carinho me foram poucas nesses últimos 18 anos.

Donato- Então... eu preciso explicar o que tá acontecendo nessa casa.
Ele respira fundo e começa a falar.

Donato- Eu... eu estou morrendo, Renata.
A morena leva às mãos a boca, espantada. Lágrimas lhe brotam rapidamente nos olhos e ela se curva para apanhar as mãos de Donato, que não muda a expressão.

Donato- Eu estou com câncer terminal, no quadril... eu manco por causa das dores... - ele fecha os olhos, ressentido - eu.. eu não sabia mais o quê fazer... eu quase me matei quando soube da minha sentença de morte... eu...
E Donato, pela primeira vez, cai no choro, sem disfarces. Renata se aproxima e abraça Donato, que não recusa. Mas, de longe, Leonor assiste a tudo, perplexa.


(intervalo)


Leonor cobre a boca com o seu leque vermelho, e em seus olhos existe puro rancor.
Leonor- Como... como assim? - ela sorri, irônica - Como assim, o Donato chorando, do nada? Ele NUNCA fez isso! Nunca! E ainda menos comigo!

Angelo (chegando)- Que foi, mãe?

Leonor (revoltada)- O quê foi? O seu pai! Fazendo o ridículo, chorando e se abraçando com aquela faxineirazinha nova que ele arranjou!

Angelo se adianta para observar a cena. Nesse momento Renata e Donato se separam. O rapaz então se vira para Leonor, que está possessa.

Angelo- Mãe, faz um favor... vai relaxar.

Ele entra, deixando a mãe irritada. No coreto, Renata continua de mãos dadas com Donato, que nunca pareceu tão fragilizado.

Donato- Eu estava num momento péssimo, com o trabalho,  com a minha saúde... e eu acabei descobrindo que a vagabunda da Leonor estava tendo um caso com o meu próprio médico!

Renata- Nossa!

Donato- Eu tirei a história a limpo... e fiquei sabendo que não era o primeiro. Minha cabeça agora dói realmente da quantidade de chifre que essa desgraçada me botou quando eu viajava à negócios.

Donato se ergue; já parece o homem furioso e autoritário de novo.

Donato- Bem, se quiser ir embora, eu vou entender perfeitamente. Sugiro que durma aqui em casa até que ache um lugar para se acomodar.

Renata- Não seu... Donato! - ela sorri, com um olhar dele. - Eu fico. Quero ficar ao lado do senhor. Eu percebi... perdoe a intromissão... - ela fica sem jeito - que o senhou não tem muitos amigos... e eu fico aqui, para ser sua faxineira... e sua amiga, se quiser.

Ela sorri, sincera. Donato faz que sim várias vezes e, com um sorriso tímido, vai saindo.

Donato- Venha, é melhor eu lhe mostrar o quarto...


(intervalo)
 

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