Pra você que não tem preguiça de ler =)

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

ESPECIAL JB: You Only Live Twice

Com 007 só Se Vive Duas Vezes
"You Only Live Twice" - 1967








A captura de uma nave espacial americana, por outra desconhecida, em pleno espaço sideral, acaba criando enorme tensão entre as grandes potências mundiais, deixando o mundo à uma possível Terceira Guerra Mundial. Porém, o governo britânico acredita em uma terceira potência, ao investigar o pouso da tal nave, e envia James Bond ao Japão, após fingir a morte do espião para despistar os supostos inimigos. Lá, Bond descobre que a SPECTRE está novamente por trás de tudo, e finalmente fica cara-a-cara com o temível líder da organização.


(quem tem medo dele?)


Os anos 60 foram marcados pela corrida armamentista e espacial entre as grandes potências, e tomando isso como pano de fundo, os roteiristas Roald Dahl e Harold Jack Bloom adaptaram o livro para as telonas, além de "matar" James Bond na sequencia pré-créditos do filme. Créditos, aliás, novamente feitos por Maurice Binder e mesclam imagens vulcânicas à motivos japoneses e são tidos como uns dos mais belos da franquia.


(Bond, és tu?)


As locações japonesas surpreenderam, tanto pela beleza, como pela demonstração do poderio nipônico do pós-guerra. Os cenários das instalações japonesas do Tigre, por exemplo, impressionam pelo realismo e pela modernidade. Ken Adam está novamente de parabéns, inclusive pelo incrível cenário do interior do vulcão, uma proeza para a época. As cenas do espaço sideral estão incrivelmente bem feitas para 1967, sem a presença de CGI e qualquer outro afim.


(e pior que isso voa...)


Quanto ao elenco, temos excelentes atuações de Tetsuro Tamba como o chefe da inteligência  japonesa Tanaka, e as agentes japonesas Aki, de Akiko Wakabayashi, e a bela Mie Hama como Kissy Suzuki (cujo nome só é conhecido pelos créditos). Quanto ao Sr. Osato, de Teru Shimada, e a nº 11 Helga Brandt de Karin Dor são apenas eficientes em seus papéis, e sem acrescentar muita personalidade à eles. Minha decepção foi justamente o vilão do filme. Embora Donald Pleasence esteja muito bem caracterizado e alise compulsivamente aquele gatinho branco, é impossível, pelo menos de minha parte, sentir medo daquele homem, mesmo que ele esteja com um revólver na mão.


Um dos acertos do filme é a excelente trilha sonora. É nítida a influência da música tradicional japonesa nas composições de John Barry, novamente responsável pela trilha. E a canção-título do filme, cantada agora por Nancy Sinatra, é uma das mais amadas pelos fãs. Sobre as cenas de ação, bons elogios, mesmo que nos bastidores não tenha sido tudo flores, inclusive tendo um caso de acidente grave envolvendo um cameraman que teve o pé decepado.


(ui...)


Fora alguns poucos deslizes, "You Only Live Twice" é um bom filme, e garantiu uma estrondosa bilheteria. A franquia estava mais forte do que nunca, mesmo com um filme ligeiramente defeituoso. E agora? O quê podia-se esperar de um sexto filme? Como o público reagiria agora que Connery - cujo contrato havia se encerrado - seria substituído? O quê os anos setenta guardariam para Bond?


ROTEIRO: 8
ELENCO: 8,5
LOCAÇÕES: 9,5
TRILHA SONORA: 9
"BOND" EM SI: 8,5
BONDGIRLS: 9
VILÕES: 8,5
DIREÇÃO: 8
EDIÇÃO/RITMO: 8,5
FINAL: 9,5

TOTAL: 87


Abertura:




E em breve, "On Her Majesty Secret Service".

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

 CANSADO








Sabe aquela hora
em que falar não basta,
que a conversa só piora?

Quando nada pode se fazer?
Quando ouvir é demais pra você?
Quando o som daquela voz te deixa pior?

Estou assim.
Cansei.
Você, não aguento mais.




Cadê o tempo nessas horas?

sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Histórias da Mansão

Capítulo 18 - Conversa de Mãe











Sarah se desespera, e bate os braços, em vão. Danilo dá uma última olhada em Sarah, mas Vítor o puxa pelo braço e os dois desaparecem pela escada secundária. O barulho da água chama a atenção de Raíssa, que está passando pela saída, perto da academia, se vira e vê a prima se afogando, ao longe. Ela grita por Osvaldo, que está na varanda do andar de cima, fumando, e pula na piscina, para salvar Sarah.

- O quê... o quê é isso!? - ele grita, largando o cigarro e percebendo o acontecido. - Não... não... SARAH!

Osvaldo corre para dentro do quarto, para sair. Raíssa consegue puxar a prima para a escada, e a arrasta para cima, deitando-a no deck de madeira.

- Sarinha... Sarinha! Responde! Tá me escutando? - a menina bate no rosto da prima, que tosse, com o rosto vidrado. Ela olha para cima e vislumbra Vítor e Danilo, que observam a cena do alto, por entre as frestas da persiana do quarto de Vítor. O menino pisca, com sadismo, e entra.

Raíssa agora faz Sarah expelir a água. Osvaldo abre a porta da saída lateral e sai por lá.

- Filha! Filha! Você caiu? É isso?!
- Ca... caí... caí... - ela fala, assustada.

Osvaldo urra, irritado.

- E você cai na piscina, mas você tem ciência que nem sabe nada e tá paralítica! - grita Osvaldo.
- Como assim, tio? - Raíssa fica chocada. - Ela cai na piscina e você fica atacando ela?!
- Ela sabe que não pode passear por aqui! - Osvaldo se ira. - Ela caiu na piscina de burra que foi!

Raíssa se choca, arregalando os olhos. E Sarah cai no choro.

Longe dali, no andar superior da mansão, Vítor dá risadas enquanto Danilo fica com uma expressão completamente assustada no rosto.

- Você podia ter matado ela, Vítor! - sibilou o medroso, acuado numa cadeira.
- Ah, cala a boca! - grita o outro, mas depois se refreia e baixa o tom. - A Sarah já tá morta naquela cadeira de rodas, eu só dei um empurrãozinho.

Danilo arregala os olhos, espantado, e leva as mãos à boca.

- Como você é capaz de dizer isso?
- Do mesmo jeito que te digo pra calar a boca, ou o próximo é você! - murmura o branco, uma expressão séria e ameaçadora surgindo repentinamente no rosto.

Danilo fecha os olhos e assente rápido. Vítor sorri, discretamente.


- - - - -


Depois de todo o susto, a família Oliveira janta em conjunto. Ronaldo, na ponta, não para de lançar olhares apreensivos à Ana Paula, que parece muito infeliz.

- Mana... você falou com o Bernardo? - pergunta o patriarca.
- Falei... ele vai fazer uma viagem... uma colega. - ela responde, desgostosa.
- Colega, é... - Luana comenta, maliciosa.

Ronaldo lança um olhar condescendente para a cunhada, mas nada fala.

- Cadê meu bebezinho que não desceu pra jantar ainda? - indaga Luana, antes de tomar um gole de suco.
- "Bebezinho" é ótimo, não é? - comenta André com um sorrisinho, arrancando risadinhas de todos, exceto Ana Paula.
- Ora, o bebezinho é apenas mal compreendido. - queixa-se Luana, irritada. - Vocês todos deveriam tratá-lo melhor... ah... olha, chegou alguém... por que não anunciaram...?

Todos olham em direção ao corredor quando Daniel aparece, parecendo muito embaraçado, e ainda esperando algum sinal de vida de Danilo. Ronaldo se empertiga na cadeira e sorri para o recém-chegado. Ana Paula revira os olhos e encara o próprio prato, espetando uma batata com força.

- Ahn... Não sabia que estavam todos jantando... - ele começa, chateado.
- Agora que entrou, jante conosco queridinho. - diz Luana, piscando para o ex-cunhado.
- Não, ele só veio buscar o Danilo, não foi? - pergunta Ana Paula sem olhá-lo.
- Mas você está convidado à jantar conosco, Daniel. - fala Patrícia, sorrindo com gentileza.
- Não... melhor não. Sei que incomodo aqui dentro.

Ana Paula faz cara de "é mesmo?", ainda sem olhá-lo.

- Bem, vou de uma vez atrás do meu fi... - a frase de Daniel é interrompida quando Danilo e Vítor descem fazendo estardalhaço a escada, e o estudante fica petrificado ao se deparar com o pai dentro da mansão.

- Ih, e esse drogado pode entrar aqui dentro agora? - provoca Vítor, passando por Daniel e esbarrando nele com o ombro, propositalmente.
- Drogado não! - Daniel agarra Vítor pelo cotovelo e o empurra contra o portal. A cabeça do menino bate com força e ele dá um ganido de dor.
- Ei, Daniel! - grita Paulinho, se erguendo. - Meu filho!
- Agora você o defende, esse marginalzinho... - ele empurra o braço de Vítor e a mão do garoto bate na quina do aparador de vidro, e ele se fere. - Vamos, Danilo! Venha! Já faz tempo que eu tô te esperando.
- E aquela saída que tinhamos combinado, esqueça! - grita Paulo, ofendido.

Ele arrasta o filho pra fora, acenando de qualquer maneira por cima da cabeça, enquanto Luana fica gritando ofensas, já de pé, e corre para o "bebezinho" dela.


- - - - -


Após o jantar, Ana Paula vai dar uma volta no jardim. Alheia à mais uma discussão de Vítor, Paulo e Luana, ela se dirige à estufa, onde Ronaldo a encontra, depois, olhando para o céu.

- Ana Paula... mana... quer conversar?

Ela se vira, completamente distraída.

- Ahnn... o quê? Ah, é você, Ronaldo...
- Tá pensando em quem? No Daniel...? - começa ele.
- Que brincadeira é essa, eu pensando no Dani...
- Ou tá pensando no seu filho, Wagner?

Ana Paula se vira, incisiva, para Ronaldo, mas desata a chorar e o irmão a ampara.

- Ô, maninha... não fica assim! Vai dar tudo certo...
- Como, Ronaldo? Como se ele não me dá bola? - ela chora, revoltada. - Ele não atende quando ligo, eu não posso chegar lá! Aquele homem horroroso... - ela se retrai toda e faz uma cara de terror. - Ele envenenou o Wagner, eu tenho certeza!

Ronaldo se senta num dos bancos e faz Ana Paula se sentar defronte à ele.

- Olha... - ele começa, e ela presta atenção. - Você sempre foi uma mulher forte... você teve gêmeos aos quinze! E você criou Bianca, Danilo e Raíssa por cima dos nossos pais, que estavam muito desgostosos com a situação. Você fez um ótimo trabalho e não tem culpa de nada que está acontecendo agora, tá entendido?
- Tá, sim... - responde ela, enxugando as lágrimas.
- Agora... você não pode desistir... por que não faz uma denúncia contra o tal homem? Aliás... - ele pensa melhor, se irando. - Eu devia me juntar com nossos irmãos e dar uma surra nele.
- Um bando de coroas batendo em outro! - ela dá uma risadinha desdenhosa, encarando o irmão chocado. - Isso não daria em nada, só em vocês, presos.

Ela sacode a cabeça.

- Mas você não pode abaixar a cabeça assim, está me ouvindo?
- E o quê farei? - ela pergunta desesperada.
- Vá atrás do seu filho! Não deixe isso barato!

Ana Paula para de chorar. Encara Ronaldo, que se assusta.

- Tem razão. - e se ergue.

Ronaldo parece assustado.

- O quê está fazendo?
- Vou atrás do meu filho, ora. - ela parece estranhá-lo. - Não foi você mesmo que mandou?

Ela sai, quase correndo, em direção às garagens, e Ronaldo tenta seguí-la.

- Espere, não mandei ir agora! - ele diz, mas é em vão: Ana Paula já entrara no seu carro e, dando a partida, quase atropela o irmão antes de sair.

- Ah, mas que saco! - ele resmunga, ofegante. - Ela é oito ou oitenta!


- - - - -


Após se despedir das filhas, na casa de Priscila, Bernardo vira e encara Jéssica, que tenta não olhar a cena.

- Cuida bem delas, certo?
- Como se eu não cuidasse. - ela replica, azeda.

Bernardo fica irritado.

- Eu não insinuei nada, Jéssica! Nossa, você agora vem com quatro pedras na mão pro meu lado!
- Até parece que eu não tenho motivo. Anda, vai embora...
- Você tá me expulsando? - indaga Bernardo, indignado.
- Estou sim. - ela responde, encarando lívida o arquiteto.

Bernardo não consegue reprimir uma risadinha. Mas antes que ele comece a falar, um carro para em frente à casa de Priscila e todos se viram para olhar. Dele salta Juliana, que avança pelo jardim, após passar pelo portão, decidida.

- Oi tia Ju! - diz Carol, acenando pra recém-chegada.
- Oi, queridinha... - ela faz um carinho na bochecha da pequena, um sorriso falso no rosto logo desfeito ao virar para encarar Jéssica e Bernardo. - Oi, querido, você tava demorando aí eu vim...
- Aonde não lhe chamaram, só pra constar... - começa Jéssica, irritada.

Juliana, porém, parece querer evitar uma briga na frente das filhas de Bernardo e sorri, irônica, para Jéssica, que fica possessa e respirando fundo.

- Estamos indo. - diz Bernardo, estendendo a mão para Priscila, que estava assistindo a tudo calada, e saindo. Juliana dá uma aceno de cabeça para as irmãs e sai, indo para o seu carro, e os dois partem. Carol e Alice entram, risonhas, e Priscila encara Jéssica.

- Ainda não tô acreditando nessa de vocês se divorciando.
- Pois acredite. - Jéssica ergue a cabeça, decidida. - Ele achou uma melhor, não foi? Então que se vire. Deixo ele sem nossas filhas. Minhas filhas, a partir de agora. - ela acrescenta, com um sorrisinho.
- Você ainda gosta dele, Jéssica, eu sei disso! - Priscila exclama, com um sorriso amarelo.
- Não gosto... agora eu o desprezo. - ela faz uma cara de nojo ao dizer isso.

Priscila se assusta com o tom da irmã, mas não prolonga o assunto e resolve se retirar. Jéssica suspira um pouco, olha para a rua e depois entra.


- - - - -


O fim de semana se passa...

Após desistir de sair correndo atrás de Wagner na sexta-feira anterior, Ana Paula liga para Bernardo e os dois se encontram na mansão.

- Mas você está decidida a encontrá-lo?
- Com certeza. - responde Ana Paula com firmeza. - Eu só não fui na sexta na casa deles porque seria a segunda vez que adentraria lá à noite, ia pegar mal, cara...

Bernardo sorri com a frase da tia, e dá umas palmadinhas, levantando da poltrona.

- Bom, tia... tô indo, tenho uma reunião agora. Qualquer coisa me liga, ok?
- Tudo certo, meu filho, Deus te abençoe.

Ele beija a tia e sai, apressado. Ana Paula fita o sobrinho sair, e fica pensativa.

- Já é a hora dele me ouvir.

Ela se levanta e sai, e Ronaldo, que a espiava do topo da escada, sorri, acenando com a cabeça.

- Tomara que dê tudo certo!

Minutos depois, Ana Paula freia o carro embaixo da frondosa árvore que sombreia a casa de Edmundo e Raquel.

- É... é a hora. Ele vai me ouvir agora.

Ela sai do carro e dá poucos passos quando escuta uma ruído e se vira. Wagner vem chegando à casa, com uma sacola de compras à mão.

- A senhora...?
- Sim. Eu... e acho que devemos ter mais uma conversa.

Wagner não parece aborrecido. Olha, porém, para dentro da casa, e hesita por um instante, sob o olhar indagador da freira.

- E então? - pergunta ela, impaciente.
- Ahn... - ele fica desconcertado. - Vamos... entre. Vou lhe dar uma última chance para falar comigo.


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quinta-feira, 22 de novembro de 2012

ESPECIAL JB: Thunderball

007 Contra a Chantagem Atômica
"Thunderball" - 1965





O mundo está sob tensão. Após um minucioso planejamento de anos, duas bombas atômicas foram roubadas pela perigosa organização SPECTRE, e seu misterioso nº 1 está extorquindo os líderes mundiais sob ameaça de explodir uma grande cidade americana ou britânica a fim de começar a Terceira Guerra Mundial! Novamente recai nos esforços de James Bond impedir que isso aconteça, e ele vai atrás de pistas em Nassau, nas Bahamas. Lá Bond deve confrontar o nº 2 da SPECTRE, Emilio Largo, e se esquivar da sexy porém mortal Fiona Volpe!


(Fiona Volpe...)


"Thunderball" poderia nem ter chegado aos cinemas: uma série de batalhas jurídicas entre Harry Saltzman e Cubby Broccolli, os produtores da série, e Kevin McClory, um roteirista e colaborador de Ian Fleming que teria criado a SPECTRE e o nº 1, Ernst Starvo Blofeld. Por causa disso, apenas pouco antes das filmagens decidiram que McClory produziria o filme e tudo correu bem. O orçamento estava na casa dos 10 milhões de dólares, e "Thunderball" é ainda, seguindo valores corrigidos, a maior bilheteria da franquia, e teria arrecadado nos dias de hoje cerca de 990 milhões de dólares.


Em termos técnicos, tudo em "Thunderball" é uma evolução em relação aos filmes anteriores, além do fato da realização do filme ser desafiadora, pois 25% das cenas do filme estão debaixo d'água. Os resultados foram satisfatórios após contratarem os realizadores de "Flipper". Mais uma vez as praias caribenhas foram cenário para as aventuras do agente britânico, dando o ar da graça nas filmagens subaquáticas dos corais de Nassau. Entre o elenco, além dos já habituais M, Moneypenny e Q, temos um excelente Adolfo Celli como o vilão, Emilio Largo, que mesmo estando à sombra do Goldfinger de Gert Fröbe, mostra presença em cena e tem diálogos excelentes com Bond.




Há ainda uma profusão de Bondgirls (não que isso seja algo ruim...), cada uma com seu momento relevante e defendendo com competência suas personagens. Martine Beswick, como Paula Caplan e Molly Petters, como a massagista Patricia Fearing, estão competentes e, claro, muitas saudações para a protagonista, Domino, que tem uma ótima presença em cena, onde a antiga Miss França Claudine Auger esbanja um misto de sensualidade e inocência. Mas todos os holofotes se viram para Luciana Paluzzi e sua impagável Fiona Volpe, um papel criado especialmente para ela, que viveria Domino, e mais tarde declarou que a vilã era "muito melhor de se viver".


"Thunderball" é conhecido por várias cenas memoráveis, como a luta antes dos créditos entre Bond e a "viúva" Bouvar, bem como a fuga de Bond no pai do "jetpack", logo em seguida; a briga de Bond com o capanga de Largo na piscina de tubarões (reais) de Palmyra, e a batalha subaquática do fim do filme.




Em resumo, o quarto filme da franquia consegue reunir uma trama eletrizante, com atuações excelente e (muitas) mulheres belas, que garantiram uma bilheteria excepcional e deixou o caminho aberto para o sucesso da franquia.


ROTEIRO: 10
ELENCO: 10
LOCAÇÕES: 10
TRILHA SONORA: 10
"BOND" EM SI: 10
BONDGIRLS: 10
VILÕES: 10
DIREÇÃO: 10
EDIÇÃO/RITMO: 10
FINAL: 10


TOTAL: 100


Abertura:



E, em seguida... "You Only Live Twice".

domingo, 18 de novembro de 2012

Música

Oi pessoal, tudo bom?



Vamos tentar voltar ao ritmo das postagens! Vamos agora postar uma música nova e viciante, que viciei (!). É do grupo sul-africano Die Antwoord, e mesclam com perfeição hip-hip à musica eletrônica. Recomendo que escutem as músicas da banda, vale a pena! Os clipes são ótimos, bem humorados, excelentes! O clipe em questão é da música "I Fink U Freeky", e por mais nojento e repulsivo que seja, é tão bom... haha!


Fiquem com eles!



Não se aterrorizem! HAHA!

Tenham uma boa semana!

ESPECIAL JB: Goldfinger

007 Contra Goldfinger
"Goldfinger" - 1964






O ouro é o tema da nova missão de 007. Após explodir um depósito de heroina mexicano, James Bond está em Miami, para investigar os negócios obscuros de Auric Goldfinger, um rico industrial que tem obsessão pelo metal dourado, e possui um plano diabólico para acabar com as reservas do vil metal dos Estados Unidos da América! Tudo isso regado à muito champanhe, luxo e mulheres belas.


 (Everything he touches, turns gold...)


E haja mulher bonita! "Goldfinger" é conhecido principalmente por seu excelente vilão, pelo roteiro inovador, pela inserção de gadgets e pelas bondgirls, em especial a loira fatal, Shirley Eaton, personificando a bela Jill Mastersons que, com menos de dez minutos em tela, atraiu todas as atenções ao aparecer completamente coberta de tinta dourada. Uma imagem icônica e forte, numa das cenas antológicas da franquia.

Fora Eaton, contamos também com a igualmente bela e admirável Honor Blackman, que está extremamente sexy e segura como a piloto bandida Pussy Galore (um dos muitos nomes excêntricos de Ian Fleming), que mesmo sendo uma sombra da Pussy lésbica e líder de gangue do livro, realiza um trabalho excelente. Por último mas não menos importante, temos a modelo Tania Mallet, em seu único trabalho como atriz, interpretando Tilly Mastersons, personagem que tem maior participação na obra de Fleming, e poderia ter sido um personagem mais relevante.

Mas como falar de "Goldfinger" sem mencionar seus vilões? Como não podemos lembrar da caracterização e da presença de cena de Gert Fröbe, como o megalomaníaco Goldfinger? Eleito o pior (ou melhor?) vilão da série para os críticos, é um dos poucos em uma situação realmente embaraçosa. Junto de Goldfinger temos seu fiel escudeiro e capanga, Oddjob, uma das figuras mais queridas e lembradas pelos fãs da franquia. Mesmo que o halterofilista Harold Sakata, que o interpretou, não tenha soltado um único pio durante toda a película, sua presença em cena, bem como seu sorriso irônico e seu chapéu assassino, são memoráveis e sempre referenciados em outros filmes.


(ESSE sorriso!)


O Bond de Sean Connery está em sua melhor forma, transmitindo segurança mesmo quando capturado, e seu lado irônico foi bem explorado no filme, por Connery e pelo diretor, Guy Hamilton, rendendo tiradas memoráveis, como as falas entre Q e Bond. A direção de Hamilton seguiu os preceitos de Terrence Young, acrescentando mais cenas de ação e perseguição, como a comentada sequencia com o Aston Martin DB5 equipado. O clássico automóvel reapareceria em outros filmes da franquia, assim como no último, "Skyfall".


(O carro mais famoso da franquia)


A trilha sonora é novamente de autoria de John Barry, e temos novamente os créditos de entrada de Maurice Binder. Desta vez a inovação é que a canção-título é cantada, e a pioneira é Dame Shirley Bassey. A cantora interpretaria mais duas músicas na franquia, "Diamonds Are Forever" e "Moonraker".

"Goldfinger" leva o crédito de firmar a franquia 007, com sua história única, um elenco primoroso e uma produção impecável. Como seriam seus sucessores? Teriam tanto sucesso quanto o mesmo? Será que o tão aguardado "Thunderball" seria melhor?


ROTEIRO: 9
ELENCO: 9
LOCAÇÕES: 9,5
TRILHA SONORA: 10
"BOND" EM SI: 10
BONDGIRLS: 9
VILÕES: 10
DIREÇÃO: 10
EDIÇÃO/RITMO: 9,5
FINAL: 9


TOTAL: 95,0


Abertura:




E em seguida... "Thunderball"...
(continuação, cap 28)





Telma está saindo do posto médico, mais tarde naquele dia, e cruza com Angelo, que está atravessando a praça central. Ambos sorriem e rumam para o mesmo lugar.

Telma- Oi!

Angelo (sorridente)- Oi, tudo bom? Indo pra casa?

Telma- Sim...

Angelo (tomando coragem)- Não quer... sair e... sei lá, dar um passeio?

Telma (após umas risadinhas)- Aahh, tá certo. - ela sorri. - Onde você quer ir?

Angelo- Um dos quiosques da orla... pode ser?

Telma- Claro!

Angelo- Então ok... eu vou buscar você na sua casa, está certo?

Telma- Como você quiser.

Angelo sorri e, timidamente, avança e beija a bochecha de Telma, que sorri. Os dois se despedem e Telma segue pela ruazinha que dá na casa do prefeito. Angelo atravessa a praça central e dá de cara com o carro de Laís e com Leonor à janela, sorrindo, com enormes óculos de sol.

Leonor- Olá queridinho! Entra, que mamãe quer falar com você...

Angelo- Que...

Laís (impaciente)- É, querido, eu estou aqui. Entre, faz favor...

Angelo entra no carro, aturdido. Leonor faz espaço para ele. Laís logo se vira para o menino.

Laís- Então... vimos toda sua conversinha com minha filha. O quê exatamente você deseja dela?

Angelo- Como assim?

Leonor- Você quer ficar com a Telminha, não é?


(intervalo)


Angelo- Mas... porque vocês duas estão perguntando isso? Com todo respeito... - acrescenta, olhando para Laís, que sorri.

Laís- Basta você nos ajudar com uma simples coisinha, querido.

Angelo olha para as duas, criticamente. Leonor parece esperançosa e Laís, ansiosa.

Angelo- Vocês querem algo juntas...

Laís- "Vocês" não, querido. As "senhoras".

Angelo (ironizando)- As senhoras à minha frente querem algo em comum, não é? Não é, mãe? - ele olha de Leonor pra Laís. - E você... sogrinha... você quer algo que minha mãe também quer. Vocês querem ver a Renata acabada.

Leonor- Claro que sim, que afirmação idiota.

Laís- Muito esperto, queridinho! Mas, e então? Vai colaborar, ou vou ter que embaçar pro seu lado?

Angelo ergue as sobrancelhas, irônico.

Angelo- Então embace, queridinha. - ele faz questão de enaltecer as últimas sílabas. - E, mamãe, não invente de fazer qualquer tipo de chantagem comigo depois. Tenham um bom dia, minha futura namorada está me esperando para um passeio.

Ele sai do carro, mesmo com os gritos de Leonor e Laís.

Laís (furiosa)- Você disse que seu filho ia cooperar!

Leonor (indignada)- RÁ! Tire sua filhinha do caminho! Sem ela, podemos agir com o Angelo!

Laís- Calma! Precisamos pensar... - ela raciocina, respirando fundo, e lembra-se de um detalhe. - Ah... já sei. Vamos falar com meu pai.

Olhando para uma intrigada Leonor, ela dá sinal pro chofer dar a partida.

Longe, na casa de Romero e Olívia...

Já é noite quando o pescador chega. Olívia está acabando de pôr a mesa do jantar e se assusta quando o marido bate a porta. Acaba derrubando o paliteiro de vidro, que se espatifa.

Romero- Presta atenção, idiota! E bote mais dois pratos, porque teremos visita.

Olívia (indiferente; irritada)- E quem vem?

Romero- Laís e uma amiga dela.


(intervalo)


Olívia- Laís... e elas vem fazer o quê aqui?

Romero- Isso não é da sua conta. Apenas ponha a mesa para mais duas!

Olívia (irritada)- Tá, tá, já vou botar!

Romero (alteando a voz)- E baixe esse tom pro meu lado, está ouvindo?

Do lado de fora, Telma e Angelo se aproximam, sorrindo.

Telma- Vem, quero que você conheça minha avó!

Angelo- Certo... ei, você ouviu?

Telma para, e vira-se para dentro da casa, onde Romero ainda grita.

Romero- Deixe de ser impertinente, mulher, e bote logo a janta que eu estou com fome! - diz ele, sentando bruscamente numa cadeira,

Olívia (indignada)- Você está podre, vá se lavar!

Romero- Como é? - ele se vira com um olhar letal.

Olívia (corajosa)- Eu lavei a casa toda, e a sala de jantar e você está impregnando a comida com esse cheiro de peixe podre!

Romero (se erguendo)- Esse cheiro de peixe é o que lhe dá sustento, sua ingrata vagabunda!

Telma e Angelo entram na casa, mas Romero não percebe; segura Olívia pelos cotovelos enquanto fala.

Romero- Não está aqui pra me dar ordens, sua mulher imprestável!

Telma- Vô...

Romero (não ouvindo a neta)- Ponha-se no seu lugar, sua vadia! - e ele vira um estrondoso tapa no rosto da esposa, que cai no chão, com lágrimas nos olhos.

Telma- EU NÃO ACREDITO!

Romero se assusta e se vira, completamente desarmado. Telma avança até o avô, indignada.


(fim do capítulo 28)

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Homem ao Chão

Capítulo 28 - Os Ataques





É manhã, e Leonor está impaciente, na Estação de Trem de Vila Verde. Abana-se com o leque e resmunga, com calor.

Leonor - Nossa, que estufa isso aqui... ah, finalmente!

O trem finalmente aparece, e após alguns apitos e o ruído do freio, para. Leonor olha ansiosa para os passageiros que desembarcam e procura ansiosa.

Leonor (avançando até uma das saídas)- Anda, queridinho, cadê você?

"Atrás de você, loira!", ouve-se uma voz astuta.

Leonor se vira, com um sorriso de orelha a orelha, e dá de cara com Jardel, seu antigo advogado e amante. Ela avança, sorrindo afetadamente e dá um beijinho rápido no recém-chegado.

Leonor- Olá, querido! Bem vindo ao fim do mundo!

Jardel (abanando-se) - Fim do mundo mesmo... achei que não ia chegar mais! Só vim porque você me disse que íamos levar uma bolada!

Leonor (sorrindo)- Com certeza, querido... agora vamos, que o Sol está esquentando e aqui é à pé...

Jardel lança-lhe um olhar de desdém, mas a acompanha. Pouco depois, os dois se encontram no restaurante local com Laís, que sorri, educada.

Laís- É esse o homem que me falou? O advogado?

Leonor- Sim, queridinha, esse é o Jardel. Jardel, querido, essa é a primeira-dama da cidade, Dona Laís.

Jardel- Primeira-dama? Muito prazer...

Laís (apertando a mão dele)- Sim, certo... vamos ao que interessa. - ela tira os óculos e os põe na mesa, encarando os dois. - Preciso impedir a qualquer custo a construção do hotel da minha querida irmã.

Jardel - O terreno é em área de preservação?

Laís- Não, mas podemos forjar alguma coisa. Temos o projeto Tamar aqui, e podemos usar o filho da Loira para funcionar!

Leonor sorri para Jardel, que se impressiona com as duas.

Jardel- Então, vamos aos trabalhos!


(intervalo)


Alguns dias se passam.

Após supervisionar o início das obras com Thiago, ela e o arquiteto rumam para seu carro, que está encostado na praça central. Ao virarem a esquina, passam na frente do mercadinho, e Renata evita olhar para o interior do mesmo. Ainda assim, Tarcísio a vê, vigiado por Olga.

Thiago- Ah... aceita um sorvete, patroa?

Renata (sorrindo)- Patroa, é? Não não, melhor me chamar de Renata mesmo...

Thiago- Ainda assim, aceita?

Renata- Aceito... vou... esperar aqui, ok?

Thiago assente, e vai para dentro do mercadinho procurar um sorvete. Renata se vira para a praça, mas volta-se para o interior do mercado e dá de cara com Tarcísio, que parece apreensivo.

Tarcísio (parecendo sem ar)- Oi!

Renata (surpresa)- Oi, Tarcísio... Tudo bem com você?

Tarcísio- Você e esse arquiteto estão juntos?

Renata se espanta com a pergunta do ex, mas, piscando abobalhada, sorri, timidamente e se vira para responder.

Renata- Bem... não diria que estamos juntos... estamos nos conhecendo. Ele é... hum... bem, muito legal, muito gente boa.

Tarcíso (indiferente)- Ah... é... que bom. Você merece.

Renata- Mereço o quê?

Tarcísio (envergonhado)- Ahn... ser.. feliz. Você sabe...

Renata sorri por um instante e olha para Tarcísio, que não consegue encará-la.

Renata- Eu vou tentar. Obrigada.

Thiago (chegando, de supetão)- Tudo bem aqui?

Renata olha, sobressaltada, para o arquiteto, que sorri, meio vacilante. Tarcísio murmurra um "tchá" para os dois e entra no mercadinho.

Renata- Vamos, então?

Thiago concorda, sorrindo, mas a morena se vira para o mercadinho ao andar para o carro.


(intervalo)

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

ESPECIAL JB: From Russia With Love

Moscou contra 007
"From Russia With Love" - 1963








Após os acontecimentos em "Dr. No", a SPECTRE quer se vingar de James Bond pela morte do cientista. Usando os planos de Tov Kronsteen, um gênio matemático, e Rosa Klebb, uma coronel desertora da Rússia, o nº 1 da SPECTRE planeja roubar uma decodificadora Lektor dos russos, usando da inocência de uma criptografista da embaixada russa em Istambul, Tatiana Romanova. Por ordens de Klebb, acreditando que está ajudando o Estado, a bela jovem é instruída a passar informações enganosas à Bond, mas nem ela nem a SPECTRE contava que o charme do espião pudesse mudar o jogo!



(Bond já começa bem o filme...)



"From Russia With Love" já nasceu com a missão de fazer  mais sucesso do que o filme antecessor, "Dr No", que foi um verdadeiro fenômeno, seja de crítica como de bilheteria. O orçamento, mesmo que ainda limitado, foi dobrado; manteve-se o diretor, Terrence Young, bem como John Barry e suas excelentes composições. Novamente utilizaram os créditos de entrada de Maurice Binder, inovadores até então. As locações do filme são excelentes, baseadas em Istambul e Veneza, além do famoso Expresso do Oriente.


O elenco é excelente. Retornam Lois Maxwell e Bernard Lee, respectivamente Moneypenny e M, além de Sean Connery, é claro, agora alçado à astro mundial. Temos também a primeira mas ilustre aparição de Desmond Llewelyn, ainda comedido, como o famoso Q, papel que refaria em quase toda a franquia. E temos, na galeria dos vilões, os impagáveis Robert Shaw como Donald "Red" Grant e sua maravilhosa presença em cena, e a incrível Rosa Klebb de Lotte Lenya, presente em qualquer lista dos piores vilões de 007. Destaque também para Pedro Armendaríz, em seu último papel, que defendeu com vivacidade embora, lastimavelmente, estivesse com um câncer terminal (Armendaríz se suicidou após as filmagens para deixar o dinheiro do seguro de vida para a família). Finalmente, elogios à beleza e desenvoltura de Daniela Bianchi e sua Romanova, embora o papel estivesse à sombra da Honey Ryder de Ursula Andress, de "Dr No".



(Oi, Romanova, tudo bom? =D)



Temos várias cenas memoráveis, como a cena pré-créditos, onde vemos um suposto Bond ser assassinado no treinamento de Red Grant na Ilha SPECTRE, assim como a ousada cena entre Romanova e Bond no hotel em Istambul; a luta entre Grant e Bond no Expresso do Oriente bem como o embate entre as ciganas Zora e Vida, e por fim, o duelo final entre Rosa Klebb e Bond em Veneza.



(Rosa Klebb... seu demônio =D)


"From Russia With Love" dá continuidade com excelência à franquia, e é tido pelos fãs como um dos melhores filmes da série, embora fala-se em falta de ação e perseguições. Aliando luxo aos planos maquiavélicos da SPECTRE, temos um segundo filme excelente, que deixou o caminho aberto para o sucesso da franquia, que continuaria com "Goldfinger", no ano seguinte.


Notas:

ROTEIRO: 9
ELENCO: 10
LOCAÇÕES: 9
TRILHA SONORA:10
"BOND" EM SI: 10
BONDGIRLS: 8,5
VILÕES: 10
DIREÇÃO: 9
EDIÇÃO/RITMO: 9,5


TOTAL:95,0


Abertura:






E teremos depois... "Goldfinger"!