Capítulo 28 - Os Ataques
É manhã, e Leonor está impaciente, na Estação de Trem de Vila Verde. Abana-se com o leque e resmunga, com calor.
Leonor - Nossa, que estufa isso aqui... ah, finalmente!
O trem finalmente aparece, e após alguns apitos e o ruído do freio, para. Leonor olha ansiosa para os passageiros que desembarcam e procura ansiosa.
Leonor (avançando até uma das saídas)- Anda, queridinho, cadê você?
"Atrás de você, loira!", ouve-se uma voz astuta.
Leonor se vira, com um sorriso de orelha a orelha, e dá de cara com Jardel, seu antigo advogado e amante. Ela avança, sorrindo afetadamente e dá um beijinho rápido no recém-chegado.
Leonor- Olá, querido! Bem vindo ao fim do mundo!
Jardel (abanando-se) - Fim do mundo mesmo... achei que não ia chegar mais! Só vim porque você me disse que íamos levar uma bolada!
Leonor (sorrindo)- Com certeza, querido... agora vamos, que o Sol está esquentando e aqui é à pé...
Jardel lança-lhe um olhar de desdém, mas a acompanha. Pouco depois, os dois se encontram no restaurante local com Laís, que sorri, educada.
Laís- É esse o homem que me falou? O advogado?
Leonor- Sim, queridinha, esse é o Jardel. Jardel, querido, essa é a primeira-dama da cidade, Dona Laís.
Jardel- Primeira-dama? Muito prazer...
Laís (apertando a mão dele)- Sim, certo... vamos ao que interessa. - ela tira os óculos e os põe na mesa, encarando os dois. - Preciso impedir a qualquer custo a construção do hotel da minha querida irmã.
Jardel - O terreno é em área de preservação?
Laís- Não, mas podemos forjar alguma coisa. Temos o projeto Tamar aqui, e podemos usar o filho da Loira para funcionar!
Leonor sorri para Jardel, que se impressiona com as duas.
Jardel- Então, vamos aos trabalhos!
(intervalo)
Alguns dias se passam.
Após supervisionar o início das obras com Thiago, ela e o arquiteto rumam para seu carro, que está encostado na praça central. Ao virarem a esquina, passam na frente do mercadinho, e Renata evita olhar para o interior do mesmo. Ainda assim, Tarcísio a vê, vigiado por Olga.
Thiago- Ah... aceita um sorvete, patroa?
Renata (sorrindo)- Patroa, é? Não não, melhor me chamar de Renata mesmo...
Thiago- Ainda assim, aceita?
Renata- Aceito... vou... esperar aqui, ok?
Thiago assente, e vai para dentro do mercadinho procurar um sorvete. Renata se vira para a praça, mas volta-se para o interior do mercado e dá de cara com Tarcísio, que parece apreensivo.
Tarcísio (parecendo sem ar)- Oi!
Renata (surpresa)- Oi, Tarcísio... Tudo bem com você?
Tarcísio- Você e esse arquiteto estão juntos?
Renata se espanta com a pergunta do ex, mas, piscando abobalhada, sorri, timidamente e se vira para responder.
Renata- Bem... não diria que estamos juntos... estamos nos conhecendo. Ele é... hum... bem, muito legal, muito gente boa.
Tarcíso (indiferente)- Ah... é... que bom. Você merece.
Renata- Mereço o quê?
Tarcísio (envergonhado)- Ahn... ser.. feliz. Você sabe...
Renata sorri por um instante e olha para Tarcísio, que não consegue encará-la.
Renata- Eu vou tentar. Obrigada.
Thiago (chegando, de supetão)- Tudo bem aqui?
Renata olha, sobressaltada, para o arquiteto, que sorri, meio vacilante. Tarcísio murmurra um "tchá" para os dois e entra no mercadinho.
Renata- Vamos, então?
Thiago concorda, sorrindo, mas a morena se vira para o mercadinho ao andar para o carro.
(intervalo)
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