Pra você que não tem preguiça de ler =)

domingo, 18 de novembro de 2012

(continuação, cap 28)





Telma está saindo do posto médico, mais tarde naquele dia, e cruza com Angelo, que está atravessando a praça central. Ambos sorriem e rumam para o mesmo lugar.

Telma- Oi!

Angelo (sorridente)- Oi, tudo bom? Indo pra casa?

Telma- Sim...

Angelo (tomando coragem)- Não quer... sair e... sei lá, dar um passeio?

Telma (após umas risadinhas)- Aahh, tá certo. - ela sorri. - Onde você quer ir?

Angelo- Um dos quiosques da orla... pode ser?

Telma- Claro!

Angelo- Então ok... eu vou buscar você na sua casa, está certo?

Telma- Como você quiser.

Angelo sorri e, timidamente, avança e beija a bochecha de Telma, que sorri. Os dois se despedem e Telma segue pela ruazinha que dá na casa do prefeito. Angelo atravessa a praça central e dá de cara com o carro de Laís e com Leonor à janela, sorrindo, com enormes óculos de sol.

Leonor- Olá queridinho! Entra, que mamãe quer falar com você...

Angelo- Que...

Laís (impaciente)- É, querido, eu estou aqui. Entre, faz favor...

Angelo entra no carro, aturdido. Leonor faz espaço para ele. Laís logo se vira para o menino.

Laís- Então... vimos toda sua conversinha com minha filha. O quê exatamente você deseja dela?

Angelo- Como assim?

Leonor- Você quer ficar com a Telminha, não é?


(intervalo)


Angelo- Mas... porque vocês duas estão perguntando isso? Com todo respeito... - acrescenta, olhando para Laís, que sorri.

Laís- Basta você nos ajudar com uma simples coisinha, querido.

Angelo olha para as duas, criticamente. Leonor parece esperançosa e Laís, ansiosa.

Angelo- Vocês querem algo juntas...

Laís- "Vocês" não, querido. As "senhoras".

Angelo (ironizando)- As senhoras à minha frente querem algo em comum, não é? Não é, mãe? - ele olha de Leonor pra Laís. - E você... sogrinha... você quer algo que minha mãe também quer. Vocês querem ver a Renata acabada.

Leonor- Claro que sim, que afirmação idiota.

Laís- Muito esperto, queridinho! Mas, e então? Vai colaborar, ou vou ter que embaçar pro seu lado?

Angelo ergue as sobrancelhas, irônico.

Angelo- Então embace, queridinha. - ele faz questão de enaltecer as últimas sílabas. - E, mamãe, não invente de fazer qualquer tipo de chantagem comigo depois. Tenham um bom dia, minha futura namorada está me esperando para um passeio.

Ele sai do carro, mesmo com os gritos de Leonor e Laís.

Laís (furiosa)- Você disse que seu filho ia cooperar!

Leonor (indignada)- RÁ! Tire sua filhinha do caminho! Sem ela, podemos agir com o Angelo!

Laís- Calma! Precisamos pensar... - ela raciocina, respirando fundo, e lembra-se de um detalhe. - Ah... já sei. Vamos falar com meu pai.

Olhando para uma intrigada Leonor, ela dá sinal pro chofer dar a partida.

Longe, na casa de Romero e Olívia...

Já é noite quando o pescador chega. Olívia está acabando de pôr a mesa do jantar e se assusta quando o marido bate a porta. Acaba derrubando o paliteiro de vidro, que se espatifa.

Romero- Presta atenção, idiota! E bote mais dois pratos, porque teremos visita.

Olívia (indiferente; irritada)- E quem vem?

Romero- Laís e uma amiga dela.


(intervalo)


Olívia- Laís... e elas vem fazer o quê aqui?

Romero- Isso não é da sua conta. Apenas ponha a mesa para mais duas!

Olívia (irritada)- Tá, tá, já vou botar!

Romero (alteando a voz)- E baixe esse tom pro meu lado, está ouvindo?

Do lado de fora, Telma e Angelo se aproximam, sorrindo.

Telma- Vem, quero que você conheça minha avó!

Angelo- Certo... ei, você ouviu?

Telma para, e vira-se para dentro da casa, onde Romero ainda grita.

Romero- Deixe de ser impertinente, mulher, e bote logo a janta que eu estou com fome! - diz ele, sentando bruscamente numa cadeira,

Olívia (indignada)- Você está podre, vá se lavar!

Romero- Como é? - ele se vira com um olhar letal.

Olívia (corajosa)- Eu lavei a casa toda, e a sala de jantar e você está impregnando a comida com esse cheiro de peixe podre!

Romero (se erguendo)- Esse cheiro de peixe é o que lhe dá sustento, sua ingrata vagabunda!

Telma e Angelo entram na casa, mas Romero não percebe; segura Olívia pelos cotovelos enquanto fala.

Romero- Não está aqui pra me dar ordens, sua mulher imprestável!

Telma- Vô...

Romero (não ouvindo a neta)- Ponha-se no seu lugar, sua vadia! - e ele vira um estrondoso tapa no rosto da esposa, que cai no chão, com lágrimas nos olhos.

Telma- EU NÃO ACREDITO!

Romero se assusta e se vira, completamente desarmado. Telma avança até o avô, indignada.


(fim do capítulo 28)

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