Pra você que não tem preguiça de ler =)

segunda-feira, 11 de junho de 2012

Histórias da Mansão

Capítulo 11 - Uma Briga Esperada












Paulinho está irredutível. Luana olha do marido para Wagner, que fica indiferente.

- E ainda quer me falar para cancelar o divórcio! Vagabunda...
- Vagabunda não, meu amor! - Luana começa. - Sou sua esposa, e te amo...
- Desgraçada, me ama coisa nenhuma! - ele a repele. - Me traindo embaixo do nosso teto! Na maior cara de pau! Sua vadia!

Luana chora. Wagner sai, ao ver que Paulinho não o vê mais.

- Pare com isso, Paulo! Tá me ofendendo!
- Ofendida, você? - Paulinho dá um risada. - Você acha que tem direito de se ofender, sua desgraçada?! - ele a segura, e começa a sacudi-la.
- P-Para, meu amor, tá me ma-machucando! - geme a mulher.
- Te machucando? Depois de você ME MACHUCAR?

Ela arregala os olhos, horrorizada, e Paulinho dá um tapa na cara dela, que cai.

Ana Paula está chegando, passando pelo jardim e vê a cena. Ela se revolta e parte para lá, no momento em que Luana vai se levantando.

- Paulinho, pelo amor de Deus, o quê está fazendo?
- Não se mete, sua freira de araque! - Paulinho repudia a irmã.
- Ele quer me matar, Paulinha, me matar! - Luana aproveita a deixa.

Paulinho vira a mão no rosto dela novamente.

- Cala a boca, sua idiota, você é que tá pedindo pra morrer!

Ana Paula tenta impedi-lo.

- Paulinho, se acalme, homem!
- Sai, me larga! - ele dá uma cotovelada na freira, que geme. - Essa vagabunda é problema meu!
- Ai! Ai, tá doendo! - Luana reclama, com lágrimas nos olhos.

Paulinho fica fora de si.

- Doendo? DOENDO? Vê se isso vai doer, sua vagabunda!

Ele gira o corpo e arremessa a esposa contra o vidro da parede da estufa.

- NÃO!- grita Ana Paula, mas é tarde, e Luana estilhaça toda a parede. Alguns jarros caem ao redor dela, que está inconsciente, sangrando.


- - - - -


Ana Paula fica descontrolada; leva as mãos à cabeça, a respiração rasa e desigual.

- PUTA QUE PARIU, caralho, seu maluco! Você a matou, você a matou!

Paulinho percebe o quê fez, e fica atônito. Passa a mão nos cabelos, fora de si, e só volta ao normal quando Ana Paula o bate, aos socos.

- Ai! Ui! Ana Paula... Para com isso!
- Você é um completo idiota, seu maluco! Agora virou um assassino!

Ela se descontrola, e se agacha ao lado da cunhada, que ainda está inconsciente. A freira tira sua echarpe e tenta estancar o sangue da outra. Wagner aparece e tenta ajudá-la.

- Vamos, pegue desce lado meu... filho... ajude, ajude!

Paulinho percebe que não tem a atenção de Ana Paula e sai correndo, desviando de vasos e plantas pelo jardim. Chama a atenção de Ronaldo, que está por ali passando.

- Ei, irmão! Que é isso?

Paulinho não lhe dá atenção e continua correndo, até que chega à garagem, onde encontra Vítor, que acaba de chegar.

- Que foi, pai? Que cara é essa? - pergunta o malandro.
- Não é da sua conta, seu pirralho, e me dê a sua chave!

Vítor se irrita.

- E porque você não pega o seu carro, papai?
- Você vai me negar isso agora, seu idiota? - Paulinho se descontrola.
- Vai me xingar agora? - Vítor responde na mesma moeda.

Paulinho olha ao redor, pega um pé de cabra e mira o pára-brisa.

- Me negue mais uma vez e adeus carrinho!
- Tá, tá, tá bom! Pega, toma a porra da chave! - Vítor joga, bufando, contra o peito do pai.

Paulinho o empurra, entra no carro e rapidamente dispara, quase se chocando contra o carro de Bernardo, que estava ali parado, fazendo ligações. Ronaldo chega ao portão e vê o carro do filho. Bernardo estranha tudo.

- O quê foi, pai?
- Entre no carro, vamos, acho que ele fez uma besteira!


- - - - -


Bernardo avança rapidamente em seu carro e Paulinho percebe.

- Droga! O filhinho do papai já chegou! Droga, eles me viram!

Paulinho acelera e entra pra uma rodovia movimentada. Ronaldo aponta o carro de Vítor e Bernardo o persegue.

- Ande, eu sei que você corre mais do que isso!
- Sim, mas ele tá correndo feito um louco - retruca Bernardo.
- Isso nunca lhe impediu de correr que eu sei! Você e a Bianquinha viviam fazendo umas corridas há alguns anos que eu sei!

Bernardo olha desafiador para o pai.

- E não é agora que é pai de família que vai recuar, ou é?
- Claro que não. - reclama Bernardo.
- Então trate de pegar o seu tio! Acho que ele fez alguma merda... quem é essa?!

Ele aponta para o lado, onde um carrinho vermelho quase bate contra eles, e eles reconhecem Ana Paula.

- Ela não tem juízo! - Ronaldo sorri.
- Ela parece apavorada! - Bernardo estranha. - Olha, seu telefone tá tocando! Deve ser ela.

Ronaldo apanha o celular.

- Fala, mana... COMO É?

Ele fica atônito.

- Ele fez isso, esse imbecil?! - Bernardo olha, curioso, o pai revoltado. - Está bem, vamos ficar nos calcanhares dele!

Ele joga o celular no banco de trás, parecendo revoltado.

- Seu tio quase matou a Luana. Ana Paula disse que ele a jogou contra a parede da estufa!
- COMO ASSIM!? Ele ficou louco? - Bernardo fica igualmente espantado. - Olhe, ele pegou a linha dos ônibus!

De repente Paulinho entra numa das faixas permitidas apenas para ônibus. Mas a chuva forte que cai faz Paulinho derrapar.

- Freia, filho, olha o ônibus!

Bernardo é obrigado a frear, no momento que um ônibus passa em disparada em direção ao carro de Paulinho. Este se choca com um ônibus parado, e o que vem atrás acaba quase esmagando o carro de Vítor contra o outro. Vários passantes se chocam e muito vidro se quebra, fazendo várias pessoas gritar.


- - - - -


Bernardo, Ronaldo e Ana Paula abandonam seus carros. A freira está muito abalada e chora, com um rosário nas mãos e chorando em bicas.

- Ai meu Deus, ai meu Deus, ai meu DEUS!
- Calma, irmã, ele parece bem! - grita Bernardo, que consegue abrir a porta do passageiro.

Paulinho está desacordado, com um corte na testa e com muito sangre no rosto, mas inteiro. Ronaldo grita para alguns paramédicos que estão num posto médico próximo, e eles logo vão para o local.

Ana Paula, porém, continua gritando.

- Ai, Deus, meu irmão, por favor! Por favor, meu Deus, AI, AI AAAAAAAAAAAAAAAAI! É muita desgraça na minha vida! Ai! Ai! AAAAAAAAAAI!

 Uma menininha que está num dos ônibus que bateram começa a rir.

- Olha, mamãe, a mulher ficou doida, hahahaha!

Ana Paula escuta e fica furiosa.

- Cale essa boca, filhote de diabo! - e balança o rosário em direção a menina. A mãe desta se revolta.
- A senhora é uma freira e tá gritando com a minha filha assim?!
- Além de freira eu sou irmã, minha querida, e meu irmão pode estar morrendo! Agora CALA A BOCA!

Os paramédicos conseguem tirar Paulinho do carro, e ele começa a gemer. Chamam uma ambulância e o empresário é levado ao hospital de Meija, por ordens de Ronaldo.

Ao chegar lá, dão de cara com Luana, na sala da emergência. Ela está com os braços enfaixados e o rosto, intocado. Ao seu lado estão Vítor, Patrícia e André.

- Ai... quem é esse... PAULINHO?!

Ela grita, assustando meio hospital, e sobressaltando Ana Paula, que havia acabado de entrar.

- Ele está morto, ai meu Deus! Acabou-se, tudinho!
- Como esse doido ficou assim? - quis saber Vítor - Não me diga que...
- Ele bateu com o seu carro! - Bernardo completa, com um sorriso amarelo. - Não pudemos fazer nada!

Vítor sai dali, bufando alto.


- - - - -


Samanta chega à mansão e encontra com Wagner, que está perto do portão, aflito.

- Oi... o Vítor está? Sabe dizer?
- O quê? - ele repara na jovem. - Não, não... ele tá no hospital... a mãe dele sofreu um... atentado.
- Como assim? - quis saber a estudante. - Ela tá mal?
- Ela já está se recuperando, ligaram do hospital... você é...
- Eu tô... com o Vítor... - ela sorri, encabulada. - Você trabalha aqui?
- Sim... - ele responde, sem jeito, e vai abrindo o portão. - Então acho que não tem problema de te deixar entrar... o seu Danilo tá na varanda, perto da piscina, acho que sabe onde é...
- Sei sim, obrigada! - e sai.

Após ficar a par da situação por Danilo, Samanta resolve esperar para dar força à Vítor. Danilo, porém, durante uns minutos fica tentando desencorajá-la.

- Vai embora, ele vai voltar realmente irritado.
- Mas irritado porquê? - ela estranha.
- Ah, o pai tirou o carro dele... - Danilo tenta se fazer entender.
- Isso não é nada demais, o seu Paulo deveria estar muito descontrolado.

Danilo balança a cabeça.

- Cara... cê não conhece o Vítor, eu tô falando... ele vai chegar aqui soltando fogo pelas ventas...

E é dito e feito. Pouco tempo depois chegam Patrícia e Vítor, no carro dela. A tia fica e entra pelo acesso de serviço, mas Vítor, que sabia onde o primo estava, ruma direto para a piscina, rilhando de raiva.

- DANILO? DANILO! Cadê você, seu imbecil! Anda, aparece! Você não sabe o quê aquele imbecil fez!
- Isso é ele? - pergunta Samanta constrangida.
- Eu lhe falei...

Mal dá tempo de Danilo terminar a frase. Vítor aparece pelo jardim, com o rosto contorcido de fúria. Samanta levanta para ampará-lo, mas o rapaz começa a urrar e chuta o centro de mesa, espalhando as várias revistas que ali haviam.

- Vítor! - grita Samanta.
- Que é!? Que é?! Aquele idiota do meu pai destruiu meu carro, que é que você quer?!

Ele empurra Samanta para o lado e apanha a cadeira que ela estava, e, arremessando-a contra o chão, a destroça completamente.

- PARE! - grita Samanta, espantada.

Vítor olha para a garota e parece cair em si.

- Que raiva, que fúria é essa? Pelo amor de Deus!



- - - - -
- - - - -

Um comentário:

  1. Ana Paula sempre com o rosário na mão como se ficasse esperando coisas ruins o tempo todo. Mas diante de tantos acontecimentos é melhor ela não soltar msm. Algumas palavras que ela fala são contrarias a seus comportamentos de freira. Como disse Paulinho essa freira de araque. Rsrs.

    ResponderExcluir