Capítulo 22 - Inveja e Outros Maus Sentimentos
Tarcísio se solta do aperto da esposa e continua a pegar as caixas.
Olga- Me responda!
Tarcísio- Claro que não. Que ideia...
Olga dá uma risadinha e sai atrás do marido, que vai entrando no mercadinho com as caixas.
Olga- Você é louco por ela, sempre foi, dá pra ver daqui! Sua cara de besta não engana ninguém.
Tarcísio (irritado)- Para de falar bobagem, Olga.
Olga (irritada)- Me dando ordens agora?
Tárcísio (virando-se)- É, estou! - Ele se ergue e a mulher se espanta. - Pare de me encher o saco! Não vê que estou no trabalho? Se eu não trabalho você fica falando merda!
Olga- Então trabalhe! Vá... pegar as caixas!
Tarcísio sai, bufando de raiva. Olga o olha de cima a baixo, mas sai, para a casa deles, no andar em cima do mercadinho.
No posto médico...
Telma está ajudando o doutor Silveira, o velho médico local, a enfaixar o punho de um garotinho.
Silveira- Muito bom, Telminha!
Telma (sorrindo)- Pronto, acabei! Pode ir, e cuidado, viu?
O menino salta, sorrindo, e sai. Dr. Silveira se senta à mesa e olha para Telma, que acena da porta para o menininho.
Telma- Ah, deu uma vontade de ter um filho...
Silveira (gargalhando)- Ora, menina, é melhor arranjar alguém primeiro, não é?
Telma apenas sorri, e se senta.
Silveira- E você é muito novinha ainda, tem tempo pra conhecer um cara legal, que te faça bem...
Nessa hora, ouve-se uma batida na porta e surge Angelo, carregando uma Leonor meio tonta.
Telma- Oi, você de novo!
Os dois sorriem. Leonor revira os olhos.
(intervalo)
Leonor (para Telma)- Me arranje uma cadeira, queridinha, faz favor... aaai...
Silveira- O quê aconteceu com a senhora?
Leonor fica balbuciando, mas Angelo toma a palavra.
Angelo- Acho que ela foi picada por algum inseto, mosquito da dengue... pode ser malária também, não sei...
Telma- Ela está meio amarelada... deve ser malária. Vamos, temos vacina...
Silveira (se erguendo)- Deixe comigo... veja se há algo com o rapaz.
Angelo- Eu estou bem... Não fui picado.
Telma- Ele está bem sim, senhor...
Silveira, porém, dá uma piscadela para Telma e vai para detrás do biombo com Leonor, que vai fraca.
Telma- Sua mãe?
Angelo- É... exagerada, né?
Telma- Um pouquinho... - e sorri. - Já se ajeitaram aqui?
Angelo- Ficamos na pensão da dona Nena, como você me disse. Obrigado pela ajuda.
Telma (encabulada)- Que é isso, eu adoro ajudar! Que bom que estão bem.
Angelo- Arrumei um emprego no projeto Tamar, o pessoal tava precisando de um biólogo e eu caí como uma luva!
Telma- Ah, que legal! - ela sorri, radiante. - E como é...
Leonor (saindo)- Fiiiiiiiiiiiiilho... vamos, ajuda a mamãe... obrigadinha, seu doutor... - ela dá tchauzinho para dr. Silveira - Vamos... vamos, Angelo, anda logo!
Angelo- Tchau, de novo!
Telma- A gente se vê...
(intervalo)
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