Capítulo 11 - 18 Anos de Amargura
Renata acordou, no presídio. Se passaram três meses da suposta morte de sua filha. Deitada, ela se vira para a parede, onde está seu único pertence: uma antiga foto sua com Tarcísio, Natália e Juvêncio, os quatro num barquinho em Praia Verde. Zaíra estava se vestindo com uma certa pompa e Renata estranhou.
Zaíra (feliz)- Oi, amiga. Bom dia.
Renata apenas acena com a cabeça. Magra, com os cabelos desgrenhados, parece horrível.
Renata- Está se arrumando?
Zaíra- Com o quê a minha prima trouxe. É hoje, amiga. Meu dia.
Renata- Não... não tô entendendo. (passando a mão no rosto)
Zaíra (sorrindo)- Hoje eu vou ser libertada.
Renata sorriu. Um belo rosto aparece nas suas feições magras e sujas. Ela se levantou e abraçou Zaíra com toda sua força.
Zaíra- Obrigada, amiga!
Renata- Não acredito! Mesmo!
Zaíra- E escuta, eu vou vir aqui todo fim de semana te visitar. Tá certo?
Renata- Tudo bem...
As duas se olham por longos segundos. Então, Celeste aparece com uma cara mal-humorada mandando Zaíra sair. A negra sai, chorando, e Renata cai no choro por estar novamente sozinha.
Renata- E agora, o quê será de mim?
(intervalo)
Muito longe dali, em Praia Verde, a Igreja local está cheia e decorada. Parada dentro de um carro, está Laís, vestida de noiva, cheia de joias e uma extravagante tiara nos cabelos negros. Olívia esta ali, carregando a pequena Thelma nos braços. A menina está dormindo.
Olívia (impaciente)- Ande, Laís, seu... noivo está impaciente.
Laís (irritada)- Ah, que saco, mãe, vamos melhorar essa carinha? É o meu casamento... e você não pode estragar isso, está bem? (sorrindo afetadamente)
Olívia- Você só está casando porque essa menina está nos meus braços! Por uma farsa!
Laís (alteando a voz)- E você não fará nada pra impedir! Cale a boca! Ah, olhe! - diz ela olhando para Thelma. - Você acordou ela!
Olívia (histérica, erguendo a menina)- Eu acordei ela?
Laís- Claro que sim! Anda, sai! Vai fazê-la dormir e avise que eu estou saindo!
Olívia hesita, as feições furiosas. Mas sai da limousine e deixa a filha sozinha. Laís sorri para sua imagem no espelho afixado no teto do carro.
Laís- Ai, ai... o futuro começa agora!
(intervalo)
Nenhum comentário:
Postar um comentário