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quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Homem ao Chão

Capítulo 11 - 18 Anos de Amargura





Renata acordou, no presídio. Se passaram três meses da suposta morte de sua filha. Deitada, ela se vira para a parede, onde está seu único pertence: uma antiga foto sua com Tarcísio, Natália e Juvêncio, os quatro num barquinho em Praia Verde. Zaíra estava se vestindo com uma certa pompa e Renata estranhou.

Zaíra (feliz)- Oi, amiga. Bom dia.

Renata apenas acena com a cabeça. Magra, com os cabelos desgrenhados, parece horrível.

Renata- Está se arrumando?

Zaíra- Com o quê a minha prima trouxe. É hoje, amiga. Meu dia.

Renata- Não... não tô entendendo. (passando a mão no rosto)

Zaíra (sorrindo)- Hoje eu vou ser libertada.

Renata sorriu. Um belo rosto aparece nas suas feições magras e sujas. Ela se levantou e abraçou Zaíra com toda sua força.

Zaíra- Obrigada, amiga!

Renata- Não acredito! Mesmo!

Zaíra- E escuta, eu vou vir aqui todo fim de semana te visitar. Tá certo?

Renata- Tudo bem...

As duas se olham por longos segundos. Então, Celeste aparece com uma cara mal-humorada mandando Zaíra sair. A negra sai, chorando, e Renata cai no choro por estar novamente sozinha.

Renata- E agora, o quê será de mim?

(intervalo)

Muito longe dali, em Praia Verde, a Igreja local está cheia e decorada. Parada dentro de um carro, está Laís, vestida de noiva, cheia de joias e uma extravagante tiara nos cabelos negros. Olívia esta ali, carregando a pequena Thelma nos braços. A menina está dormindo.

Olívia (impaciente)- Ande, Laís, seu... noivo está impaciente.

Laís (irritada)- Ah, que saco, mãe, vamos melhorar essa carinha? É o meu casamento... e você não pode estragar isso, está bem? (sorrindo afetadamente)

Olívia- Você só está casando porque essa menina está nos meus braços! Por uma farsa!

Laís (alteando a voz)- E você não fará nada pra impedir! Cale a boca! Ah, olhe! - diz ela olhando para Thelma. - Você acordou ela!

Olívia (histérica, erguendo a menina)- Eu acordei ela?

Laís- Claro que sim! Anda, sai! Vai fazê-la dormir e avise que eu estou saindo!

Olívia hesita, as feições furiosas. Mas sai da limousine e deixa a filha sozinha. Laís sorri para sua imagem no espelho afixado no teto do carro.

Laís- Ai, ai... o futuro começa agora!

(intervalo) 

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