Pra você que não tem preguiça de ler =)

quinta-feira, 31 de maio de 2012

Música

E aí, galerinha do mal, tudo em paz?



Essa última semana fui surpreendido por esse excelente clipe de uma das minahs cantoras favoritas, a australiana Kylie Minogue!
Ela lançou o single e o clipe de "Timebomb", uma excelente canção que já me deixou viciado!



Vamos ouvir?






Até mais!

Histórias da Mansão

Capítulo 10 - A Verdade vem à Tona









Ana Paula e Mércia estacionam ao lado do cartório, numa rua movimentada.

- É aqui, tem certeza? - pergunta a freira.
- Sim, irmã... foi aqui... ele que me pediu pra vir registrar o menino com ele.
- E porque você não sabe o nome? - questiona Ana Paula.
- Não estive com o escrivão, ele me pediu pra acompanhá-lo para se passar por esposa dele. Mas me manteve com o menino do lado de fora. - queixa-se Mércia, desolada.

Ana Paula se mantém hesitante. Mércia nota, mas o telefone da freira toca quando ela tenta falar.

- Alô... ah, olá filho... que bom que recebeu minha mensagem... - ela começa. - É... esse mesmo. Pode vir? Estou no aguarde... Está bem, vamos entrando e espero você lá dentro.

Ela desliga e se vira para Mércia.

- Então, vamos.

Longe dali, Bernardo está se arrumando, com Juliana nos seus calcanhares, rindo.

- Isso não devia ter acontecido. Você deve sair agora.
- Ai, não me trate assim. - ela se faz de vítima. - Não me expulse. Até parece que você não quis.

Ela o abraça e o põe contra a parede. Bernardo fecha os olhos enquanto põe a calça, mas dá um leve empurrão em Juliana e se afasta.

- Põe o seu vestido e sai. Estou de saída.
- Promete que vamos nos ver de novo... - ela o seduz, lasciva.

Bernardo respira fundo, mas acena com a cabeça e abre a porta, indicando a saída à Juliana, que sai.

Pouco depois, ele encontra com a tia e Mércia no cartório. Ana Paula se vira, sorrindo.

- Finalmente chegou, querido... vamos logo... o quê foi, parece tenso!
- Se... incomoda de ir na frente, por favor? - diz ele a Mércia, que, indiferente, entra no cartório. Ana Paula se vira, intrigada.

- Anda, querido, pode ir me falando, o quê está afligindo você?

Bernardo parece embaraçado.

- Eu acho... que vou pedir o divórcio à minha mulher.


- - - - -


Ana Paula se espanta e leva às mãos à boca.

- Eu não acredito que ouvi esse sacrilégo!
- Ouviu, sim, tia. - Bernardo parece mais firme. - E eu não esperava algo diferente de você, mas precisei contar.
- Nunca mais terá meu respeito caso faça isso, sobrinho... - Ana Paulo responde, com uma cara amarrada.
- Não vamos falar disso. Vamos, vamos entrar logo.

E, empurrando a tia, a conduz para a  entrada do cartório.

Na mansão Oliveira...

Vítor e Danilo estão no quarto do primeiro, ambos estudando. Vítor parece que está cada vez mais irritado com o livro que lê, e Danilo parece enfrentar uns cálculos difíceis.

Vítor de repente se levanta com um urro e lança o livro do outro lado do quarto.

- Que é isso, doido?! - pergunta o primo.
- Aaaah, esse tédio terrível! Nada consigo pensar!
- Vai estudar, vagabundo. - zomba Danilo.
- Estou com uma ideia muito melhor, priminho... - começa Vítor, sombrio.

Danilo se ergue, com uma expressão apreensiva.

- Como assim?
- Acho que mais gente dessa família merece morrer!
- Como assim?! Você não parou com aquela maluquice? - Danilo fica apavorado.
- Fale baixo! - reclama Vítor, ameaçador. - E é claro que não! Sou um homem de palavra e levarei minha vingança até o fim...

Danilo sacode a cabeça.

Longe dali, na casa de Priscila...

- Mas... me conte... - começa Priscila. - Quanto tempo você vai ficar aqui mais?
- Eu não faço ideia... talvez mais uns dois dias. Quero ir embora. Quero minhas filhas.

Priscila parece muito infeliz.

- Eu duvido que vocês estejam mal.
- Também não estamos bem. - responde Jéssica, sorrindo, irônica. - E... agora estive pensando.
- O quê, mana? - Pergunta Priscila.
- Acho que ele tem uma amante... - responde Jéssica, com um ar completamente infeliz.


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Priscila faz uma leve cara de espanto.

- Mas... como você pode ter tanta certeza?
- Tem uma mulher... meio... oferecida, morando lá no prédio... - Jéssica lembra de Juliana. - E eu tenho quase certeza de que foi ela.
- Como vocês conheceram? - Quis saber Priscila.
- Ela salvou a vida da Carol, um dia... - Priscila faz cara de espanto. - É... foi na piscina. Eu le fui grata, mas agora... - ela amarra a cara. - Se for realmente ela, não tem como me desagradar mais.

Priscila tenta apaziguar a situação.

- Bem... em todo caso, vá com calma. Não quer jogar um casamento maravilhoso como o seu no lixo por nada, não é?
- É... - responde Jéssica. - Falta só falar isso pro Bernardo.

No cartório...

Uma antiga atendente revira uns livros com Mércia.

- Aqui, achei o dia que você me falou... - diz a atendente à Mércia, que larga o livro que examinava e vai examinar junto com a atendente o outro.
- Acharam o nome dele? - pergunta Ana Paula, ansiosa.
- Calma senhora, agora precisamos ver o quê está borrado, está bem difícil de ler... - comenta a atendente, sem tato. Ana Paula está aflitíssima e se senta numa cadeia, o rosário na mão.

Bernardo se aproxima e se senta ao lado dela.

- Estamos perto, tia!
- É, estamos sim... - responde ela com desdém. - Estamos perto de uma crise dentro da família! Seu pai não vai gostar nada de saber sobre o quê eu ouvi!

Bernado parece chateado.

- Já disse que não quero ouvir nada sobre isso!
- É por causa daquela biscate azeda que eu vi você beijando, não é?
- Não fale assim, não fica bem... - ele começa.
- Que se dane, meu filho! Eu gosto muito da Jéssica, ela é uma pessoa maravilhosa! E não vou deixar que você largue ela por um par de peitos!

Bernardo e as outras duas se espantam. Mércia ergue a voz.

- Achamos, senhora.
- Como é? - ela se vira, espantada.
- Olhe... aqui... à vinte e um anos...
- Qual o nome dos pais? - quis saber Bernardo.
- São Edmundo e Raquel Duarte de Almeida.

Ana Paula fecha os olhos.

- E o menino? - continua Bernardo.
- Chama Wagner Duarte de Almeida.

Bernardo se choca com a informação e olha para a tia. Ana Paula arregala os olhos e leva às mãos ao coração.

- O...o... faxineiro da minha casa?


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Ana Paula não consegue falar mais nada. Sai aos prantos da sala. Bernardo lança um olhar significativo à Mércia, que entende, e sai atrás da tia.

- Tia... tia! Espere!
- Como... como pode ser?!
- Espera, se acalma, tia!

A freira para de andar ao lado de um bebedouro, e põe-se a beber água rapidamente, o rosário à mão. Bernardo fica à leve distância, esperando a tia se acalmar.

- Meu Deus! - grita ela. - Tão perto de mim!
- É, realmente é uma coincidência muito grande. - comenta Bernardo, aflito.

Ana Paula se vira para o sobrinho, muito emocionada.

- E agora... e agora, Bernardo, o quê eu vou fazer?
- É realmente esse o nome dele?
- É claro que é... eu estava lá com ele no pronto-socorro quando o socorri após o atropelamento! Eu o vi preenchendo a ficha... e o médico... o médico!
- Que tem o médico, tia? - pergunta Bernardo.

Ana Paula se afasta, andando de um lado pro outro.

- O próprio médico perguntou se eu era mãe dele, disse que nos parecíamos...
- Ele se parece muito com a senhora...
- Eu sei... eu sei! - ela sorri, exultante. - Ah, graças a Deus! Eu encontrei o meu filho, minha cria! Meu tudo! Doarei cada segundo do meu tempo a ele, agora.

Bernardo fica alarmado.

- Calma, calma... temos certeza, sim. Mas a senhora não pode contar isso do nada, precisamos pensar...

Mas ele percebe pelo sorriso de Ana Paula que a religiosa não está escutando nada.

- Tá... vamos pra casa, precisamos te acalmar.

Na mansão Oliveira...

André está correndo na esteira, suando em bicas. Leonora passa pelas portas de vidro da academia e resolve dar uma parada.

- Beleza, tio... tá ótimo. Desde quando resolveu entrar em forma?
- Eu estou em plena forma, minha querida, eu sou um garoto! - ele dá uma risada vacilante, parecendo cansado.
- O senhor tá bem? Tem certeza? - ela parece desconfiada.
- Claro...! - ele desliga a esteira. - Estou ótimo, sou um touro...

Leonora dá um sorrisinho, constrangida.

- Está seguindo o plano alimentar que eu te passei, tio André?
- Tô... tô, claro... - diz ele, meio cambaleante.
- Tio...? - chama Leonora, mas é tarde. André leva as mãos à cabeça e cai, cambaleando.


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- Tio, tio! Tá me ouvindo, acorda! - grita Leonora.

André se sobressalta e tem sua boca aberta à força. Leonora põe um pouco de sal embaixo da língua dele e tenta fazê-lo melhorar.

- Tio... tá melhor?
- Tô! Tô sim... é só... é só...
- É só o quê, seu maluco? - pergunta ela com um leve tom de riso?
- É só que eu não me alimentei direito hoje... deve ser isso.
- Sei... sim... - ela o olha com censura, enquanto o ajuda a levantar. - Vamos, vou te levar pro seu quarto.

André reluta, mas se ampara na jovem e é guiado por ela para o quarto.

Nao tão perto, na estufa da casa...

Wagner está limpando embaixo das mesinhas da estufa, quando Luana chega, com um mini-regador e uma pequena pá, além dum avental florido. Ela finge que não o vê e, com poses provocantes, começa a cuidar das orquídeas.

- Huuuuuuuum... linda você, querida... - diz ela, para um flor particularmente bonita. - Poderia enfeitar meus cabelos...

Ela nota que Wagner está olhando, disfarçado, e começa a provocá-lo.

- Ou enfeitar-me com um colar...

Ela passa a flor pelo pescoço, com olhos fixos em Wagner.

- Ou até, enfeitar o meu decote!

E ela põe a flor saindo pelo seu decote, com um sorriso maroto. Wagner não disfarça mais o desejo e olha diretamente para a flor, e assim, para o decote da patroa.

- Ah, queridinho, desculpe... não o vi aí... quer chegar mais perto?
- Não precisa perdir mais, dona Luana... - diz ele, se aproximando devagar.

Ela dá uma risada.

- Retire o dona, meu querido... eu fico com cara de velha.
- Não, velha nunca, patroa... - ele a olha de cima a baixo. - A senhora é perfeita... muito linda...
- Então venha aqui logo... seu delicioso...

Ela o puxa para um apertado amasso e põe-se a beijar o rapaz com volúpia.

"AH, MUITO BONITO, MINHA QUERIDA! É assim que se cuida das plantinhas!"

Eles se viram e ficam sobressaltados quando veem Paulinho com uma expressão de fúria no rosto.


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(continuação, cap 20)





Romero fica bem próximo de Olívia, mas ela não recua.

Romero- Agora deu pra se revoltar, Olívia?! Nunca fez isso, por que deu pra fazer isso agora, hein?

Olívia- Me solta, Romero...

Romero (gritando)- CALA A BOCA! Agora pega o avental e vai fazer meu almoço! Anda!

Ele empurra a mulher contra a geladeira, que estremece.

Romero- Não queria que eu sentasse aqui? Pronto, sentei! - e se senta. - Agora trata de acabar esse almoço, que eu tô com fome e quero ir atrás desses riquinhos!

Ela obedece, com medo. Romero a observa, com raiva.

Numa velha mansão...

O caminhão acaba de descarregar e os ajudantes estão ajeitando os pertences na casa. Zaíra e Renata estão na frente dela, e a morena sorri para a amiga.

Renata- Eu não vou mentir... essa casa sempre me atraiu. Eu sempre quis morar aqui!

Zaíra- Foi sorte achá-la à venda, não?

Renata- Eu sabia que isso aconteceria, no passado eu lembro que os donos morreram, e os filhos brigaram pela herança. Eu sabia que ia acabar à venda algum dia.

Zaíra- Agora é sua! - e sorri. - Vamos, vamos para seu quarto!

Renata- Isso é bom de se ouvir, vamos!

As duas entram, sorridentes. Vão andando e se divertem arrumando a nova casa.

Algumas horas depois, enquanto improvisam um almoço na varanda, Zaíra avista alguém na porta da casa.

Zaíra (estreitando os olhos)- ... é..., tem um carro lá... parece oficial.

Renata- Oficial... Será o prefeito?

Zaíra e Renata se entreolham, e a mais velha se levanta para atendê-los.


(intervalo)


Na estação de trem da cidade...

Leonor- Uh... que calor horroroso, meu Deus! Não tem nenhum arzinho aqui?

Angelo (constrangido)- Não precisa do exagero, mamãe...

Leonor- Ahn... vou ao toalete, ver se consigo me aliviar um pouco, já volto...

Angelo fica indiferente e a mãe sai. Ele percebe que o cadarço do sapato o desamarrou e se agacha para amarrá-lo. Logo após, se levanta e tromba com Telma, que está chegando do último trem.

Angelo- Desculpe!

Telma- Não, desculpe você! Estou muito distraída...

Ele ajuda recolhendo a bolsa dela e sorri, entregando para ela.

Telma- Obrigada... - e vai se virando.

Angelo- Espera!

Telma se vira, educadamente.

Telma- Pois não?

Angelo- Eu sou novo aqui... estou procurando um lugar pra ficar, uma pousada, hospedaria, albergue, qualquer coisa... poderia me dar uma ajuda?

Telma (sorrindo)- Ah, sei sim! Tem a pensão da dona Nena! Aqui... - ela puxa o celular da bolsa, e procura o número na lista de contatos. - Eu vou te dar o número, anota aí...

Angelo (vidrado por ela)- C-Certo... aqui... Obrigado! Mesmo.

Telma- Pronto... boa sorte lá... teu nome? - acrescenta ela, sorrindo.

Angelo- É Angelo! Eu te vejo de novo?

Telma (sorrindo, marota)- Quem sabe, né?


(intervalo)


Leonor sai do banheiro e vê Telma de relance.

Leonor- Não me diga que você estava falando com aquela desgraçada!

Angelo (se assustando)- Quê?! Não, era outra pessoa!

Leonor- Que bom, mas parecia imensamente com aquela zinha...

Angelo (estranhando)- É... - virando-se para a saída. - Parecia mesmo...

Na mansão de Renata...

Zaíra (ao portão)- Boa tarde...

Paulo- Boa tarde...

Laís (interrompendo)- Boa tarde, querida. Precisamos falar com a sua patroa, por gentileza.

Zaíra- Patroa?

Laís (com desdém)- Com certeza você não foi quem comprou essa mansão, minha cara?

Zaíra (irritada)- Não! Nada disso, foi minha amiga... e quem quer falar com ela?

Laís (com superioridade)- O prefeito da cidade. E a primeira-dama.

Zaíra arregala os olhos e se cala. Vira-se para a mansão e olha de longe para Renata, que tenta enxergar os visitantes.

Zaíra- Hum... venham, por favor...

Laís e Paulo seguem a negra. Zaíra olha apreensiva para Renata, que, de costas, está arrumando os pratos e copos que sujaram, à um canto.

Zaíra- Amiga, o prefeito e a primeira-dama, pra falou com você...

Renata- Prefeito... ora... eu já ia lhe falar...

Ela sa vira e se cala. Esta face a face à sua irmã, Laís.

Laís (perplexa)- O quê... é isso?


(fim do capítulo 20)

Homem ao Chão

Capítulo 20 - A Volta





Passa-se um mês...


Um caminhão abarrotado de móveis, seguido por um vistoso carro prateado, adentrou a cidade, passando pela praça central. Chamou a atenção de Suzana Borges, que tropeçou num gelo baiano e foi atingida de leve pelo carrão, que freia.

Suzana- Au! Seu idiota! Quem pensa que é?

O motorista sai do carro, muito embaraçado.

Suzana- Quem é seu patrão idiota? Sai daí, seu sisudão!

Renata (de dentro)- Sisuda, se fosse...

A morena sai do carro, encarando Suzana, que se cala.

Suzana- Ora, é uma mulher... por acaso... - ela repara no carro, caro, e nas roupas da outra. - foi você que comprou aquele terrenão à beira-mar?

Renata- Por acaso foi... quero fazer um hotel cinco estrelas.

Suzana (arregalando os olhos)- Hotel cinco estrelas! Que maravilha!

Renata- Pois é... agora, nos dá licença? Estamos com um pouco de pressa.

Suzana (ajeitando-se; indo para a calçada)- Claro, claro...

Renata entra no carro, após acenar com a cabeça para a jornalista, e o cortejo sai com velocidade. Suzana acena levemente com os olhos cheios de malícia. 

Suzana- Hotel, hein? - ela sorri. - Acho que o prefeito precisa saber disso imediatamente...

Pouco depois, Suzana está debruçada sobre a escrivaninha de Paulo Pradaxes, que escuta tudo acuado e espantado.

Paulo- Hotel... Isso vai dar uma tremenda dor de cabeça!

Suzana (insistente)- Mas e o progresso, querido? A cidade está, perdoe-me, às moscas novamente! Não se instalam mais nenhuma lojinha sequer nessa praia!

Paulo- Os pescadores e a associação não vão gostar!

Laís (entrando)- Quem não está gostando sou eu...

Os outros dois se viram, sobressaltados. Laís vira um rosto furioso para eles.


(intervalo)


Suzana (adiantando-se)- Queridinha! Como vai?

Laís (ignorando-a)- O quê essa... (ela olha de relance a jornalista)- mocinha estava lhe contando, Paulo?

Paulo- Acabei de ficar sabendo que uma investidora está querendo instalar num hotel cinco estrelas no terreno da associação.

Laís (arregalando os olhos)- Como assim?! E não prestou nenhuma informação à Prefeitura?

Suzana- A investidora não me contou nada...

Laís (cortando-a)- Isso vou saber eu. Vamos, Paulo... deveremos descobrir onde ela está morando. ANDA, Paulo, levante-se! E você... - ela aponta para Suzana - não tem muito trabalho no seu jornaleco?

Suzana- Lógico! Pode ter certeza que não me encontrará aqui, querida.

Os três, então, saem.

Longe dali...

Olívia está pondo a mesa do almoço no momento em que Romero entra em casa, possesso, e segurando uma garrafa de pinga.

Olívia- Já bebendo, Romero, tão cedo...

Romero (ignorando-a)- Argh, hoje chegou o caminhão da mudança desse riquinho metido a besta... quero só ver as fuça desse imbecil... deve ser todo cheio de frescura...

Olívia (segurando a bebida)- Largue isso! Sente-se. Já vou por o almoço!

Romero- E agora me dá ordens?

Olívia- Claro que não, estou apenas pondo o almoço!

Romero- Então engula o seu almoço! Estou farto de você!

Olívia fica passada, mas mantém a pose.

Olívia (tirando o avental)- Ótimo... faça você a porcaria do almoço!

Ela larga o avental na mesa e sai andando rápida da cozinha. Mas Romero se revolta e a segura pelo braço.


(intervalo)

sábado, 19 de maio de 2012

Música

Fala, galera!



Hoje vamos postar mais uma música! Estou decidido a retornar ao meu ritmo de postagens, e quero postar uma música que me motiva. Chama "Bad Girls", da cantora M.I.A. Música excelente, batida muito boa, letra incisiva e um clipe bem VIDA LOKA!


Haha, aproveitem!






Até mais tarde!

quinta-feira, 17 de maio de 2012

Histórias da Mansão

Capítulo 9  - Sem Palavras










Luana fica completamente desnorteada com a informação e tenta segurar o marido, que se esquiva.

- Não... não, meu maridinho, você só deve estar de zuação pro meu lado!
- Nada disso! - ruge Paulinho, cético. - Você não se cansa de enfeitar a minha testa, e agora até com empregados!

Wagner fica irritado, mas resolve aproveitar a distração dos dois e sai. Paulinho parece sem chão. Se senta à mesinha de ferro da estufa e fica de cabeça baixa.

- Eu nunca te deixei faltar nada, sua danada! Lhe dou uma perfeita vida de madame, faço o possível e o impossível pra isso... - ele baixa a voz. - e você fica se oferecendo pra cada homem que aparece, Luana!
- Meu amor, a carne é fraca, principalmente a minha! - ela tenta se justificar, desesperada. - E você tem saído muito pra resolver suas... transações extra-oficiais!

Paulinho se levanta, furioso.

- E agora a culpa é minha? O fato d'eu não ter tempo é sua justificativa para sair se esfregando com cada macho que aparece, é?
- E a minha beleza também, querido... - Luana dá uma piscadela. - Você deve cuidar melhor da minha beleza.

Ele faz um gesto de tempo para ela.

- Já chega. Vou sair agora atrás dos papéis do divórcio. Vou manter isso em segredo por enquanto, para o seu bem, ou melhor, pra o bem da sua beleza. - Ele faz questão de enaltecer a última palavra com frieza. - Te vejo mais tarde.

Ele sai, em direção às garagens. Luana, porém, fica furiosa.

- Ah, é? Seu corno imbecil! Você vai ver se eu vou assinar algum divórcio!

Longe dali...

Bernardo chega com Ana Paula ao hospital Meija. Falam com a recepcionista e vão ao encontro da responsável pelos papéis de registro.

- Ai, Deus... cada dia que se passa depois disso eu fico mais angustiada. - queixa-se a madre, ansiosa com seu famoso rosário à mão.
- Não fique assim. Tenho esperança que o seu filho está ligado àquele casal.
- Aquele homem! - grita Ana Paula, furiosa, chamando a atenção de todos no corredor. - Eu me segurei bastante para não correr na hora em que ele apareceu.
- Ele mete medo mesmo. - comenta Bernardo baixinho.
- Agora eu vou até o fim... e obrigada por me ajudar, filho.

Bernardo dá apenas uma piscadela para a tia.


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Pouco depois, uma enfermeira e o doutor Meija estão em uma saleta com Bernardo e Ana Paula, os dois procurando os arquivos dos registrados há vinte e um anos atrás.

- Nadinha... aqui temos os nomes de todos. - comenta Meija, desolado. - Mas eu me lembro exatamente de todas as características do seu filho, Ana Paula, e podemos procurar por elas.
- É... pequeno, 43 centímetros, dois quilos e duzentos, moreno com cabelos castanho claros. -  cita a enfermeira. - Não é, doutor Meija? Não foi isso que ficou repetindo.
- Sim, sim... aqui, um bateu... - ele separa o cartão e volta a vasculhar. - Não era muito parecido com você, lembrava mais o rosto, pequeno e afilado. - repara Meija.
- Parecia com... - Bernardo baixa a voz uma oitava e se vira para a tia. - ... o pai dele.

Ana Paula se vira, indignada para Bernardo, que se encolhe.

- É... infelizmente você tem razão.
- Aqui... temos dois... - a enfermeira separa os cartões, em mau estado de conservação, e põe em cima de uma mesinha. - Um é Tadeu Jesuíno de Castro... e o outro tá mais mal-cuidado, só consigo ler "de Almeida" no final do nome. Mas as características batem.

Ana Paula se levanta, radiante.

- Muito obrigada, Meija! Senhora! - ela sorri e vai puxando Bernardo, que segura os cartões e mal pode se despedir.

Ao chegar em casa, Bernardo está cansado e vai tirando o casaco, deitando-se no sofá, de olhos fechados. Jéssica desce as escadas apressada, colocando um brinco na orelha esquerda.

- Ah, não não não! - começa ela, ao ver o marido. - Não pense em descanso, você vai comigo agora para a reunião de pais e mestres na escola das meninas!
- Ah, meu amor, acabei de chegar, estou cansado. - ele se senta, de cara amarrada. - Não tem como você ir sozinha?
- Claro que não! Você me prometeu que iria, Bernardo, e você tem que participar disso tudo, da educação, e saber o quê as meninas...
- Eu estou cansado, Jéssica! - ele se levanta e alteia a voz, calando a mulher. - Caramba, você é a psicóloga da casa, pode muito bem ir...
- Ah, agora vamos dividir tudo por função, é isso? - ironiza Jéssica. - E você vai ser o quê? O motorista das duas?
- PAREM!

Os dois se calam e viram para o topo da escada. Alice, filha caçula deles, foi quem gritou. Carol chega atrás da irmãzinha e parece igualmente triste. Bernardo tenta avançar mas Jéssica é mais rápida, apanha as meninas e as leva para a porta, pegando a bolsa no caminho.

- Vamos, meus amores... papai tá cansado e vai ficar em casa.


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Dia seguinte. Danilo vai à um shopping resolver umas pendências, e acaba topando com Samanta numa "esquina".

- Opa! É você! - repara a menina, sorrindo.
- Ah, oi... - responde Danilo, não muito entusiasmado.
- Tá saindo? - pergunta ela.
- Sim... vou me encontrar com o Vítor na mansão...
- Ele nunca mais me ligou... - ela comenta, intrigada. - Será... que eu poderia ir contigo?
- Comigo, como assim? - ele estranha.
- Eu gostaria de, sei lá, fazer uma surpresa! - ela parece entusiasmada. - Me quebra esse galho, cara!

Danilo parece pensar duas vezes, mas assente e faz um gesto para Samanta seguí-lo.

Naquele instante, na mansão Oliveira...

Vítor vê seu primo Henrique chegar e falar com o pai, Ronaldo, que está na lateral da mansão, perto da piscina. Rilhando de raiva, não pensa duas vezes em agir contra ele.

- Sua tia Patrícia tá lá dentro... e André também, ele queria falar contigo, vai lá.
- Certo, pai... até mais! - responde o universitário, indo para a entrada lateral da mansão.

Vítor desce correndo as escadas e vai até a entrada lateral de encontro ao primo, que abre a porta.

- Oi, Vítor.
- OPA! - grita Vítor do último degrau, dando um impulso e derrubando o outro.

Henrique grita de dor ao ser atingido por Vítor bem no peito, e acaba caindo para trás, para a piscina. Ronaldo se sobressalta quando o filho bate com a cabeça na escada da piscina. Vítor dá um sorriso cínico, escondido de Ronaldo, e se estatela no chão, simulando.

- Vítor! Que porcaria foi essa! O meu filho... - Ronaldo começa, correndo para o local.
- Eu escorreguei, tio! - responde Vítor, cheio de certeza na voz e verificando se arranhou alguma parte do corpo. - E... olhe, ele está bem.

Ele olha desapontado para Henrique, que emerge, cuspindo água e uma mão na cabeça, com uma careta de dor.

- Ai... que recepção. - e dá uma risadinha.
- Deixe disso, pirralho! - responde Ronaldo com tom de riso. - Anda, vem aqui... deixa ver se você se machucou.

"Claro que não, ele está perfeito! Droga!", pensa Vítor furioso. Ele se levanta e vê Danilo chegando, com Samanta atrás dele.

- Ah, agora sim... - comenta ele, sorrindo.


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Vítor e Samanta logo se juntam e deixam Danilo novamente de vela, e no momento em que começaram um amasso sem pudor algum na estufa, o estudante resolveu sair dali, irritado, e topou com a mãe, que estava de saída.

- Oi, querido. Parece irritado. - comenta a freira.
- Ah... não é nada, é só o Vítor, que tá se pegando com uma metidinha...
- Ah, metidinha feito ele? - caçoa a loira, com um sorriso. - Realmente, meu filho, cada um... pega quem merece, não é mesmo? Você há de achar alguém legal pra você, eu tenho certeza.

Ela sorri, deixando Danilo sozinho e desolado, e vai de encontro à Bernardo, que está nos portões da mansão, ao lado do carro.

- Ah, estou ansiosíssima desde que o Meija ligou falando da tal enfeirmeira...
- Enfermeira? - pergunta Bernardo.
- Sim. Ele me ligou dizendo que a tal enfermeira, chamada Mércia, queria falar sobre o caso mas fez boca de siri, e disse que só falava comigo.
- Vamos logo, então. - diz o arquiteto, já entrando no carro.

Longe dali...

Jéssica bate na porta de uma casinha modesta e bonita. Alguns segundos depois, sua irmã, Priscila. Bem parecida com a irmã, parece preocupada.

- Que é isso, maninha... você aqui, de surpresa, sem nem ligar... o quê houve?
- Eu tô precisando de apoio, mana... posso entrar?
- Claro, claro, entra! - responde Priscila, com a expressão preocupada.

A porta é fechada e Priscila se vira para a irmã, que anda até o aquário de Priscila.

- Diz, Jé, o quê foi?

A psicóloga se senta, esfrega os olhos e se vira para a irmã.

- Eu tô pensando seriamente em pedir o divórico, Pri.

Priscila se espanta e leva as mãos à boca. Jéssica se irrita com a reação exagerada da irmã e amarra a cara.

- Mas... assim, do nada, Jéssica?
- Ah... o meu casamento tá tão frio... tão parado. O Bernardo é muito solto, viajado, não para nunca em casa. É um bom pai, mas parece ser só um entretenimento para as meninas. E também... tem sido muito frio e distante comigo.
- Mas isso não é caso para divóricio imediato, Jéssica! Você é psicóloga, você deveria estar no controle da situação.
- E é fácil assim? - ironiza a morena, com um sorrisinho afetado. - Nada disso... disse a ele que ia viajar para um congresso... e vou passar essa semana aqui, certo?

Priscila parece relutante, mas compreende a irmã e faz que sim com a cabeça.


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Bernardo entra em casa, irritado, falando ao celular.

- Sim, tia... esse negócio de congresso da Jéssica tava fora dos meus planos. Não... tá tudo bem entre nós... - ele revira os olhos. - Certo. Quero que você fale com a tal Mércia quando ele chegar e me diga depois. Tenho que fazer o almoço, não quero que as meninas fiquem sem comida! Tchau.

Ele descansa o telefone na mesa de jantar, joga o casaco no sofá e tira a camisa. Abre as portas de vidro da sala, por causa do calor, e vai para a cozinha, fazer o almoço. Não se passa nem um minuto quando ouve-se a campainha e Bernardo, irritado, vai abrir a porta e a abre sem cerimônia.

É Juliana, que sorri, maliciosa.

- Hum, já assim? - ela olha de relance para o corpo do arquiteto.
- Está calor... - ele responde, nervoso.
- É claro... - ela entra, e fecha a porta. - Interrompo?
- Eu estou fazendo almoço pras meninas. - ele tenta impedi-la de avançar pelo apartamento.
- Que prendado, hum... - ela aproveita da proximidade com Bernardo e passa a mão pelo tórax dele.

Bernardo a segura com força e faz menção de empurrá-la, mas a segura com firmeza e a pressiona contra a parede, beijando-a com ferocidade. Juliana retribui, mas logo o solta.

- Aqui não...! Ora... - ela o leva então, para a cozinha, e se senta sobre a mesa de mármore escuro. - Aqui. - diz, já abrindo os botões da camisa. Os dois se beijam e fazem amor.

Longe dali, no hospital de Meija...

Ana Paula aguarda impaciente, e bate o pé repetidamente no chão. Instantes depois, o doutor Meija entra, acompanhado de uma mulher de meia-idade, com os cabelos cacheados presos e com várias mechas brancas. Seus olhos grandes e bondosos batem em Ana Paula e estranham o hábito da loira.

- A senhora... não mudou quase nada.
- Lembra de mim? Que ótimo! - Ana Paula sorri.
- Vamos ao que interessa. - diz Meija, objetivo. - Trouxe a Mércia aqui para que ela lhe conte a história...
- Quero contar apenas à ela. Se não se importa. - responde Mércia de imediato, fazendo Meija ficar irritado. O médico sai, e Mércia se senta ao lado da freira.
- Olha, não é nada bonito o quê vou lhe contar... mas eu peço seu perdão por ter levado tanto tempo para falar isso.
- Esqueça. Você me deu um sopro de esperança ao saber que meu filho está vivo.
- Então... vou contar. Tudo começou quando aquele homem...

E ela lhe fala. Fala do tal estuprador, que ele apareceu naquele dia no hospital, que lhe espancou quando ela estava com Augusto nos braços, que a ameaçou de morte se não mentisse e lhe desse o bebê.

- Ele lhe disse algo? - pergunta Ana Paula, incisiva.
- Disse que era um presente para a esposa. - responde Mércia. - Me disse que fosse com ele       registrar o menino...
- Qual o nome?! - pergunta a freira, histérica.
- Não me lembro! Juro que não! Mas sei o sobrenome dele...
- É, eu também... - comenta Ana Paula, penalizada.
-... e sei onde foi registrado. - completa Mércia.

A freira se levanta, enérgica, e com uma expressão sagaz no rosto.

- Me leve até lá. Vamos agora.


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