(continuação, cap 23)
Renata salta do carro, junto de um arquiteto, chamado Tiago Sarmento. Os dois são seguidos por Zaíra, e conversam animados.
Romero, Marco e Otávio saem do barzinho e vão para a entrada do terreno, junto à um portão velho e azulado, cheio de ferrugem. Pouco depois, chegam Renata, Zaíra e o arquiteto, que cumprimenta educadamente o grupo com a cabeça.
Tiago- Então é esse o terreno?
Renata, porém, não responde. Sustenta o olhar do pai, e o silêncio faz o arquiteto se virar. Zaíra fica com medo das reações e tentar se interpôr.
Romero- Então... o quê você acha que está fazendo?
Renata- Cuidando dos meus interesses, pai.
Romero (furioso)- Não me chame de pai!
Tiago (assustado)- O quê está havendo aqui?
Romero (irritado)- Mande esse almofadinha não se meter! Diga o quê pretende fazer nessa cidade!
Renata- Pensei que já soubesse, pai. Quero fazer um hotel magnífico.
Marco- Que mané hotel!
Otávio- Nunca vamos permitir isso!
Renata (sorrindo)- O terreno é meu.
Romero (irônico)- A dignidade também, sua vagabunda?
Renata fecha os olhos, nervosa. Tiago e Zaíra estranham.
Renata- Eu possuo a minha dignidade.
Romero (repudiante)- Pelo visto a sua não vale nada!
Renata (com raiva)- CHEGA!
(intervalo)
Zaíra e Tiago se espantam.
Renata- Saia daqui! Saia! Me deixe em paz! Você já me perturbou muito nessa vida! Saia! Vamos!
Otávio e Marco riem, e Romero dá as costas à filha.
Romero- Por ora... pense que está no poder, sua idiota.
E sai, deixando Renata e os outros dois, que estão perplexos.
Na pensão de dona Nena...
Leonor- Vou sair, querido...
Angelo- Vou com você... estou indo pro trabalho.
Leonor- É... vá. Não precisa me vigiar...
Angelo sorri, e sai pelo lado oposto da mãe. Ao passar pelo posto médico, topa com Telma, que sorri ao vê-lo.
Telma- Oi!
Angelo- Oi, como tá?
Telma- Bem, bem... e você... ainda tá no Tamar?
Angelo- Tô indo pra lá agora! E...
Ele para, pois uma pessoa está em seu caminho. É Laís, que olha do biólogo de cima à baixo.
Laís (irônica)- Oi, querida.
(intervalo)
Telma para, de chofre. Laís sorri e estende a mão para Angelo.
Laís- Quem é seu amigo, querida?
Angelo- Angelo Scholatzo, biólogo... dona?
Laís- Laís Pradaxes, a primeira-dama, mãe da Telma...
Angelo se assusta, mas fica firme e balança a mão de Laís.
Laís- Biólogo... do projeto Tamar? Excelente...
Angelo- E a senhora é a primeira-dama?
Laís- Isso, garoto, foi isso que eu disse.
Telma- Mãe, é...
Angelo- Será que podíamos conversar algum dia? Seria ótimo, tem alguns pontos que precisam de ajuste nas instalações...
Laís- Certo, certo, qualquer dia marcamos... filha? - ela se vira para Telma. - Podemos seguir? Vamos, precisamos conversar... até logo, queridinho.
Telma- Tchau...
Angelo- Tchau...!
Telma (quando estão longe)- Que é isso, mãe... o cara é gente boa...
Laís- É classe operária, querida, mantenha distância pro seu bem.
Telma- Não acredito que você tá falando isso, mãe!
Laís (irritada)- Eu não criei você para você se jogar nos braços de qualquer um!
Telma (irônica)- Claro que não, você mal me pariu...
Laís (possessa)- QUE HISTÓRIA É ESSA?!
(fim do capítulo 23)
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