Pra você que não tem preguiça de ler =)

quarta-feira, 25 de julho de 2012

(continuação, cap 25)





Renata (assustada)- Leonor?

Zaíra (olhando torto)- É essa daí?

Leonor (indiferente, já entrando)- Posso entrar, querida, conhecer sua... casinha.

Ela se impressiona com a casa que, mesmo velha, impressiona por sua opulência, e vira para Renata.

Leonor (dando as flores)- Toma, querida, de coração... - ela dá um sorrisinho. - Ah, serviçal, me serve um chá de erva doce, por gentileza...

Ela agita a mãozinha para Zaíra, que se rebela.

Zaíra (com raiva)- Serviçal, não, meu amor, sou a governanta!

Renata (entregando as flores)- Leve, Zaíra, por favor... e traga o chá da madame.

Zaíra (saindo)- Levo sim... pro lixo. - e manda Aline se retirar com um gesto.

Renata, ainda cautelosa, se senta e indica o lugar em frente para Leonor, que se senta, pouco amistosa.

Renata- O quê você quer, Leonor? Não ficou bem instalada no Rio?

Leonor- Depende do quê você chama de boa instalação, querida. Apesar de que, pra você, depois de uma cela de cadeia qualquer canto é uma boa acomodação!

Renata (alteando a voz)- Não vamos começar as provocações, minha querida! Apenas sejamos claras!

Leonor- Eu vim em paz, querida... - ela dá um sorrisinho afetado. - Paz, até onde nós duas deixarmos.


Renata- A minha paz acabou aqui! - ela se levanta, irritada. - Se você não tem mais o quê falar, peço que se retire.


Leonor- Calma aí, querida... - ela se levanta, e fica bem próxima. - Eu lhe farei outras visitinhas... e se não quer que minha paz acabe, me trate bem durante elas. Tudo bem?


Renata parece imóvel. Leonor agita seu leque em despedida, sorri e vai saindo, pela porta da frente.




(intervalo)



Olívia sai de casa e vai até o mercadinho, cautelosa. Não repara em Tarcísio, que é igualmente indiferente à ela. Ao sair, ela topa com Natália, que abre o maior sorriso.


Natália- Dona Olíviaaaaa! Minha querida, como vai a senhora?


Olívia- Vou bem... é...


Natália- Tá fazendo o quê aqui?


Olívia- Só comprando um pastelzinho...


Olga desce nesse instante, e escuta escondida a conversa das duas.


Natália- Hum... está desocupada? Vem comigo para a casa da Renata!


Olívia- A... A Renata? Que tem ela...?


Natália- É sua filha, dona Olívia, não é? Vamos vê-la! Vamos!


E sem dizer mais nada, Natália agarra o braço de Olívia e leva a senhora consigo. Tarcísio observa as duas até virarem a esquina, e aí Olga sai de trás de uma prateleira e vai encará-lo, raivosa.


Olga (irônica)- Que é, não vai correr atrás delas?


Tarcísio- Que foi, Olga?


Olga- Pra casa do seu amorzinho... seu pitéu... a assassinazinha...


Tarcísio- Já chega, Olga! Me deixa em paz, deixa eu trabalhar. Vá fazer algo de útil!


Olga parece ultrajada. Olha furiosa para qualquer canto da pracinha, e seus olhos brilham de fúria.


Olga- Ah... que beleza... vou ali, já volto.


Tarcísio- Vai fazer o quê?


Olga (virando-se)- Fazer algo de útil... contra sua amadinha.




(intervalo)




Olga cruza a praça energicamente em direção ao coreto, onde estão Romero e seus asseclas, Marco e Otávio, junto de outros colegas pescadores, e todos eles se viram para ver Olga chegando irritada, no coreto.


Romero- Ei, ei, ei, ei! Que marra é essa, garota?


Olga- Não sou eu a marrenta aqui...


Romero- Então, que cara é essa, Olga? Tá parecendo que viu o demônio...


Olga- O demônio é sua filha assassina! Que vai receber a visita da mamãezinha dela!


Romero fica imóvel, e os amigos notam a cólera subir pelo seu rosto enfurecido.


Olga- Acha que é mentira? Acabei de vê-la saindo pra mansão dos Viscaia com a desclassificada da Natália...


Romero (gritando)- ESSA MULHER! Tá brincando com fogo! Esperem aqui, rapazes, enquanto eu tomo conta da vadia.


Ele sai, esbarrando em Olga, que o olha, com raiva, e sai em direção à casa de Renata.


Lá, após Natália e Olívia tocarem a campainha, a porta é aberta por uma Renata irritadiça.


Renata (irritada)- De novo, Leonor, vai pra... - e para, chocada.


Natália abre o maior sorrisão, como sempre, mas Renata fixa os olhos na mulher logo atrás, que está séria e com olhos marejados.


Natália- Eu vou... entrar e tomar um suquinho...!


Ela sai de fininho, deixando mãe e filha paralisadas na porta da casa.


Olívia- Oi, filha.


Renata- Oi, mãe.


As duas ficam paradas no portal, se encarando, imóveis. Lágrimas rolam de ambos os rostos.


Zaíra- Entrem logo, a outra tá aqui destruindo a tua despensa, Renata!


Mãe e filha sorriem, então Renata sobre-braça Olívia e a puxa para dentro de casa.




(fim do capítulo 25) 

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