Pra você que não tem preguiça de ler =)

segunda-feira, 9 de julho de 2012

(continuação, cap 24)





Renata e Tiago continuam se olhando, até que...

Zaíra (se erguendo, enérgica)- Bom, bora lá! Hora da janta! Espero que o senhor goste, seu Sarmento!

Renata sorri e se levanta, tímida. Tiago vai se levantando e vão juntos à sala de jantar.

Longe dali...

Leonor vai ao encontro de Angelo na pracinha, e os dois vão tomar um sorvete na sorveteria da esquina.

Leonor- Bom, filho, me conte... como está sua vidinha aqui?

Angelo (animado)- Até agora, nada à reclamar... arrumei um emprego, tô fazendo uns amigos no trabalho...

Leonor- Ô... que trabalho, hein? Fui dar uma olhada naquela desgraçeira... pelo amor de Deus...

Angelo- Eu conheci a primeira-dama! Tem mais essa!

Leonor (excitada)- Como assim?! A primeira-dama? Meu queriiiiiiiiido (ela se abana com um de seus leques), isso é bom demais pra ser verdade! Como ela é?

Angelo (franco)- Rude, mal-educada, autoritária... sou mais a filha dela.

Leonor (estreitando os olhos)- E já andou arrastando umas asinhas por aí, querido?

Angelo (corando)- Não! Não é isso! Ela é bonita, sim, mas...

Leonor- Mas nada, Angelo! Você tem uma mira perfeita, querido! Podendo mirar em qualquer biscate nessa cidade, você mira logo na filha da primeira-dama! Muito bem!

Angelo sorri sem graça, e Leonor dá uns tapinhas nas costas do filho.

Leonor- Ótimo, assegure o seu lugar ao lado dela... e eu... eu descobri uma coisa maravilhosa.

Angelo- O quê, mãe?

Leonor (sombria)- Descobri... onde a faxineira viúva do seu pai está morando!


(intervalo)


Angelo (balançando a cabeça)- Ah, mãe! Eu falando de coisa boa... você vai começar essa história de novo?

Leonor- Eu nunca encerrei queridinho! - e dá uma gargalhada. - Agora sim a coisa vai ficar boa... Amanhã mesmo eu vou passar lá pra dar um alô pra essa piranha.

Angelo- Mãe, deixa essa história de lado, a gente já está se ajustando...

Leonor (com raiva)- Ajustando? Ajustando aqui, nessa cidadezinha podre, pacata e parada no tempo? Nada disso, a gente tá aqui justamente pra eu poder me vingar dessa ordinária! Tomou meu marido e todo o meu dinheiro!

Angelo- Manera, mãe...

Leonor- Nada disso, vou me vingar dessa mulher nem que seja a última coisa que eu faça. E paga essa conta, que eu tô LISA! - ela se espanta com o quê disse, esconde a boca com o leque e sai correndo, deixando Angelo sozinho.

Angelo (para si)- É dose...

Na casa de Romero...

Romero e Olívia estão acabando de jantar. Olívia limpa-se com um guardanapo e vai se erguendo. De repente tocam a campainha insistentemente.

Romero (comendo, sem olhá-la)- Se for a vadiazinha sem família, manda ela pra fora daqui.

Olívia vai abrir, irritada. Ela mal abre e é empurrada com toda força por Laís, que adentra a casa feito um furacão.

Olívia- Minha filha, o quê houve?

Laís (ignorando-a)- Tenho coisas a tratar com os dois! - ela fala alto, e Romero vai para a sala de estar. - Primeiro, com a mamãezinha... - ela joga a bolsa com força no centro de mesa, produzinho um estrondo, e fixa o olhar furioso na mãe. - Você fez alguma menção da verdadeira mãe da Telma para ela?!

Olívia mantém a calma, mas percebe o olhar furioso de Laís e Romero nela.


(intervalo)


Olívia- Não contei nada. Não vou fazer isso.

Romero (rindo)- Quem me garante que você não tá mentindo?

Laís, porém, vê verdade nos olhos da mãe.

Laís (sorrindo, irônica)- É claro, papai... - ela dá uma risada. - ela nunca contaria algo pra Telminha... ela tem medo da reação... da NOSSA reação.

Laís se vira para o pai, com ar de riso, mas logo acaba com a alegria.

Olívia- Não precisam mais de mim, eu vou subindo.

Ela vai andando, mas, no escuro, para no meio da escada para escutar.

Laís- Soube de seu barraco na frente da associação, papai...

Romero- A vadia da sua irmã levou um arquiteto e tudo pra dar uma olhada do terreno. Eu tive vontade de puxá-la pelos cabelos, mas tinha o motorista, parecia um brucutu.

Laís dá uma risada e chega perto do pequeno bar da casa. Apanha um uísque e duas pedras de gelo, despeja num como e sai bebendo, em volta do pai.

Laís- Os pescadores não querem esse hotel de jeito nenhum, não é?

Romero- Tem alguns traíras que dizem que nem ligam, mas e daí? Posso fazer a cabeça dos que interessam, por nós, esse hotel não sai do papel!

Laís- Ótimo! Firmemos um pacto... eu preciso da ajuda de duas outras pessoas para... firmar uma mobilização! Contra o hotel dessa vagabunda!

Romero (impressionado)- É mesmo? E quem?

Laís (desprezo)- Eu formulei um plano agorinha... e para que tudo saia direito, preciso daquela vaca da Suzana Borges, e de um biólogo marinho... que conheci um dia desses. Garanta a sua parte... (e ela vira o uísque de um gole)- Que eu garanto a minha. Juntos, essa vadia não tem pra onde correr!


(fim do capítulo 24)


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