Pra você que não tem preguiça de ler =)

terça-feira, 24 de julho de 2012

Homem ao Chão

Capítulo 25 - Começam os Planos





Outro dia. Laís acorda cedo, e vai direto para a sede do projeto Tamar. Ao sair, é vista pela filha, que estranha o comportamento da mãe e a direção que ela toma.

Laís chega ao malcuidado local onde os biólogos tratam das tartarugas e é reconhecida por dois deles. De longe, escondida atrás do carro da mãe, Telma vê tudo.

Biólogo- Mas... dona primeira dama... como podemos ajudá-la?

Laís (direta)- Ainda trabalha aqui um rapazinho, chamado Angelo?

Biólogo- Sim, sim, ele acabou de chegar, está ali no outro tanque... queira me acompanhar, por favor...

Laís dá um sorrisinho e o acompanha. Telma tenta olhar tudo do lado de fora, mas saem de seu campo de visão e ela se chateia.

Telma- O quê será que você tá tramando, mamãe?

Lá dentro, Laís encontra Angelo e enérgica, estende a mão para o biólogo.

Laís- Ótimo, nos encontramos de novo! Tenho um assunto importante para tratarmos, mocinho.

Angelo (nervoso)- C-Claro, dona Laís... só um minuto, já estou...

Laís- Rápido seria bom, querido. Tempo é dinheiro, e quanto mais rápido possamos conversar, mais lucrativo será para nós dois.

Angelo- Muito bem... - ele acaba de alimentar a tartaruga, limpa as mãos e indica o caminho do pequeno escritório para Laís, que entra com ar de desprezo e mostrando imponência. Angelo se senta e indica a cadeira em frente para Laís, que senta, ligeira, logo virando-se para Angelo.

Angelo- Então, dona Laís, em que posso ser útil?

Laís (astuta)- A... nossa praia, em geral, é local de desova das tartarugas marinhas, não é? Assim como o rio Verde, que é reduto para peixe-bois...

Angelo- Sim, sim, dona Laís, o projeto toma conta e monitoriza as duas áreas...

Laís (cortando)- Então precisamos trabalhar juntos para impedir uma catástrofe natural.

Angelo- Catástrofe? O quê seria?

Laís (direta)- Preciso impedir que se construa um grande hotel na beira-mar da Praia Verde.


(intervalo)


Angelo ainda pisca algumas vezes.

Laís (reta)- Você com certeza pode me ajudar, não é, Angelo?

Angelo- Claro, se for necessário, dona Laís... é preciso que se faça um estudo...

Laís- Estudo? Estudo para quê? Não está em área de desova?

Angelo- Pode estar. Por favor, dona Laís, não vamos nos apressar. Um hotel pode ser uma coisa boa, mas se estiver em área de preservação, impediremos.

Laís parece estar possessa, mas esboça um sorriso, e se levanta lentamente.

Laís- Bom... tem carta branca para realizar seu estudo. Qualquer gasto que tiver ponha na conta da prefeitura que será tudo pago. Me avise quando estiver realizado esse estudo, não podemos permitir que nosso patrimônio... (ela olha em volta) seja destruído...

Angelo- Pois é...

Laís (saindo, pondo óculos escuros)- Então, tenha um bom dia, Angelo... e aja.

Angelo (acenando, vagamente)- Até mais...

Na velha mansão Viscaia...

Zaíra está supervisionando o trabalho da nova empregada, Aline.

Zaíra- Ali, no cantinho, bonitinha... tá indo bem!

Aline- Obrigada, dona Zaíra...

Renata vai descendo as escadas, quando tocam a campainha. Zaíra logo se vira para o hall.

Renata- Não, deixa comigo. Mande a Aline limpar o meu quarto... vou abrir...

Ela se adianta, apreensiva.

Renata (sorrindo)- Quem será agora, hein, Zaíra?

E o tom de riso se apaga no instante em que se revela que Leonor está do outro lado, segurando um leque dourado e um buquê de flores secas.


(intervalo)

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