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segunda-feira, 1 de agosto de 2011

8 ou 80

Capítulo 13 - Mudanças, parte 2





Laila fez pose, deu uma risadinha que espantou a mãe e a tia. Melina parecia tensíssima e começou a se ruborizar.

- Quer dizer que o menininho é seu aluno, titia? - perguntou Laila, incisiva.
- Já foi, querida. - respondeu Melina, pondo-se no nível da sobrinha. Márcia parecia incomodada entre as duas, e tentou amenizar a situação.
- Acho que ele apenas te reconheceu, irmã.
- É claro que reconheceu, mamãe. - riu-se Laila, irônica. - Qualquer um repara na minha linda tia...
Melina deu um sorriso debochado e levantou-se.

- Já vai, queridinha? - perguntou Laila, fingindo interesse.
- Não, irei apenas ao toalete... já volto... amor... - ela olhou azeda para Laila, que voltou a sorrir e fez charme para os rapazes da mesa ao lado. Márcia parecia espantada.

- Minha filha, que mudança brusca foi essa?
- Você verá, mamãe. Em breve... acho que eu vou retocar a maquiagem... - diz ela, levantando-se. Márcia fica espantada e vira sua taça de vinho.

- Taí algo que eu nunca ouviria da Laila...
No toalete, Melina está com as mãos apoiadas na pia, olhando para baixo. Parece muito perturbada. Laila entra silenciosamente, e Melina percebe ser a sobrinha pelos saltos. Vira-se, com uma cara de raiva e parecendo que vai atirar-se sobre a ruiva à qualquer momento.

- O quê é que você quer, Laila, quer acabar com a minha vida?
- Não, amor, quero apenas revelar quem você é... desde que você pegou o namorado da minha mã...
- Cala essa boca! - e vira um tapa na cara da sobrinha, que se espanta e recua. Melina parece muito transtornada, e ergue a mão novamente, num gesto de ameaça. - Você cale sua boca! Você não fale do que acha que sabe! Você quer saber? Não senti nada demais com aquele Otávio! Foi apenas uma vez, ele é só um carinha gostoso que eu transei! E foi só isso! SÓ ISSO, transei, tchau! Eu só quero saber disso, transar!
No momento ouve-se uma descarga, e uma senhora gordinha sai de dentro de uma das cabines, benzendo-se. Melina, ressentida, baixa a mão e apoia-se na pia, enquanto Laila faz menção de sair.

- Pois é... minha tia amada, uma pessoa ótima, além de agressora e possivelmente pedófila, é uma depravada... que decepção, viu?
Laila faz uma careta, desgostosa, e sai do banheiro.


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Batem na porta do quarto, no hotel, e Fiona levanta-se, pensando que é o jantar que pediu. Fica amargurada ao ver Wallace, de cabeça baixa, no portal.

- Sabe, perdi até a fome.
- Er... boa noite, Fiona.
- Entra logo... - ela indicou o interior do quarto com a mão.
Wallace passou; ela, indiferente, fechou a porta e virou-se para o marido.

- O quê foi agora, Wallace? Qual celular você perdeu?
- Não perdi nada... eu só queria te convidar...
- Me convidar? Pra quê? - ela se espantou.
- Pra... pra sair comigo.

Fiona fica absolutamente perplexa e cai numa gargalhada, mas ela a interrompe rapidamente.
- É assim?
- Não entendi.
- Você acha que é só me convidar pra sair?
- Eu estou apenas fazendo isso, chamando minha esposa...
- Aí você espera o quê, que a gente saia, fique tudo numa boa, a gente vai transar e esquecer tudo isso, Wallace? - Fiona sorri, irônica. - Sem essa, por favor, querido.

Wallace se irrita.
- Eu não estava pensando nisso!
- Ah, tu jura?
- Estou apenas fazendo o quê me aconselharam...!

Ele percebe que falou demais. Fiona olha condescendente para ele. Parece cansada.

- Foi o seu filho que fez isso, não é? A única pessoa de bom senso que você conhece...
- Fiona, pára com isso! Eu estou perdendo tempo precioso para fazer que você volte pra casa! Já faltei ao trabalho dois dias! Não consigo parar de pensar em você!
- Você não foi trabalhar por DOIS DIAS! Nossa, vai chover canivete... - ela anda até a porta, abre-a e aponta o corredor para o marido. - Então vá reaver os seus dias de trabalho, querido, porque ele ainda parece ser mais importante do que sua família.

Wallace faz uma cara irritada, passa rápido pela esposa e fecha a porta.


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- Deixa eu ver se eu entendi, o pai dela estará voltando pra cidade?
- Pois é, amigo...
- Você não acha que ela vai contar pro pai sobre você?
- Não, ela ficou com medo de você, disse que tem cara de psicopata!

Ricardo dá um leve sorriso.

- E então, você já tem um plano, amor?
- Ela me disse que será uma passada rápida, no antigo imóvel deles, parece que deu problema na hora da compra... eu acho que vou aparecer por lá...

Ricardo dá um sorrisinho, mas balança a cabeça.

- Assim você não conseguirá nada, coração.
- E porque não? - Alice ficou irritada.
- Porque você não terá provas. - disse Ricardo com simplicidade. - A não ser que você tenha um plano realmente bom, porque chegar lá do nada e fazer carão na frente dele vai fazer ele dar apenas risadas.

Alice se afasta, irritada. Pega a garrafa de vodka, o suco de limão e o açúcar quando tem uma ideia.

- Para tudo, criança!
- Que foi, mulé?
- Eu vou dar um susto nele! Um não, UNS sustos... eu vou fazer ele ter... digamos... prejuízo.

Ricardo faz cara de espanto e sorri.

- E como você fará isso, amor?
- Com essa garrafinha aqui... - ela ergue a vodka e sorri. - Vem, preciso comer alguma coisa pra poder pensar, estou faminta!


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