Pra você que não tem preguiça de ler =)

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

(continuação, cap 10)




Janete encontrou Romero, no berçário. Ele puxou um maço de dinheiro e pôs no bolso da calça da enfermeira. Ela sorriu, cínica.

Janete (baixo)- Bela netinha o senhora tem! É Vitória mesmo?
Romero (sussurando)- Não, a... mãe quer que se chame Telma.

Janete apenas assente

Romero- O plano está muito bem repassado, não é?

Janete (sorrindo)- Claro... sua filha nunca vai ver essa criança.

Romero (furioso)- Nada de "filha". Aquilo ali é uma assassina.

Janete fica levemente espantada. Romero sai. Ela acaba de limpar a criança e logo depois, a leva para o quarto, onde estão Romero e Laís.

Laís- Ah... que linda... minha filinha.
Romero nada fala. Se sente um tanto abalado para falar.

Laís- Não é linda, pai? A Telminha... minha filha linda... amanhã vamos conhecer o seu pai, bebê. Telma... sua linda...

A menina... Telma, agora dorme... parece espantosamente com a tia, apenas menos que a mãe. Parece estar bem tranquila.

Entrementes, a coisa lá fora era outra.

(intervalo)

Olívia, sentada ao lado de Renata, desatava a chorar. Um dos médicos comprados por Laís está no quarto, sentindo-se um tanto constrangido. Renata acorda, algum tempo depois. Sente-se mal, ainda efeito da droga, e meio grogue.

Renata- Ahn... mãe... Vitória...

Olívia percebe a filha acordando e debruça-se sobre ela.

Médico- Renata... Renata, tá me ouvindo...

Renata (uma mão na testa)- Estou... com dor no estômago... minha filha...

Médico (tentando parecer triste)- Preciso falar com você sobre a sua filha, Renata.

Olívia não consegue esconder sua tristeza; "Como vou permitir isso!?", ela pensa.

Olívia (chorando)- Filha... escuta o moço... por favor.

Renata parece mais cheia de si. Vira a cabeça bambeando para o médico.

Médico- Foi informada do problema da sua filha, Renata, estou certo?

Renata (lentamente)- Sim...

Médico (levemente hesitante)- Bom... preciso ser direto. Sua filha sofreu uma... uma parada cardíaca l-logo após o nascimento...

Renata (respirando fundo)- Ahn... como assim? É mentira... mentira!

Médico- Eu... sinto muito... as suspeitas que tinhamos eram bem piores do que nós imaginávamos...
Ele é interrompido pelo torturoso grito de "NÃO!", que Renata solta. Olívia tenta abraçar a filha, chorando copiosamente. O médico tenta falar, mas não consegue soltar mais nenhuma palavra. Renata abraça a mãe, fraca e triste, e as duas choram juntas, por motivos diferentes.

(intervalo)

O médico espera até que as duas mulheres possam se recompor. Longos minutos se passam.

Médico (hesitante)- Gostaria... de vê-la?

Renata (indignada)- Como assim? Se eu gostaria de vê-la? Vocês vão trazê-la num frasco cheio de formol, não é? Vão usar a minha filha como brinquedinho pra estudantes? É isso?

O médico tentar argumentar, mas Renata apanha um dos travesseiros ali em sua cama e atira no médico, que se assusta, e decide sair.

Olívia (soluçante)- Filha...

Renata- Me deixa sozinha, mãe.

Ela não chora mais. Limpa inclusive as lágrimas, e faz uma cara dura. Olívia, ainda chorando, estranha o pedido da filha.

Renata (tentando conter descontrolada o choro)- Minha vida era a minha filha... era a minha esperança. Agora, que ela está morta... bem... não sei se tenho futuro.

Olívia não consegue soltar uma palavra, e fica calada, soluçando.

Renata (a voz tremida)- Agora... eu quero um tempo, mãe... minha filha era um novo renascer pra mim... era meu futuro... eu preciso pensar... preciso pensar no meu futuro. E pra isso... eu tenho que esquecer o passado.

Olívia (espantada)- Minha filha, você não está querendo que...

Renata (chorando)- Que você saia... e fique um tempo sem me ver... eu preciso... ficar sozinha.

Olívia desaba a chorar. Por um momento parece que vai contar tudo à filha, mas uma batida do médico na porta à trás de volta à realidade.

Renata (com raiva)- E manda esse idiota pra pu...

Olívia (rápido, chorando)- Tá! Tá! Eu saio... eu vou embora...
E ela sai. Renata se deita... e recomeça a chorar.

(fim do capítulo 10)

Homem ao Chão

Capítulo 10 - "Dia D"





Já transferida para uma clínica, Renata conversa com Natália, que está de saída.

Renata (falando)- Já perguntei de onde saiu o dinheiro, mas ela não me diz nada!

Natália- Ahn... insista mais, sua mãe não é de esconder nada... ela tá vindo! (ela vê Olívia pela janelinha da porta) - Estou saíndo... oi, Dona Olívia... já vou...

Olívia- Já? Fique mais um pouco...

Natália- Não dá... hoje é aniversário do Juvêncio e eu prometi sair com ele. Beijo pras duas!

Ela acena e sai, quase correndo. Mãe e filha se olham, por um longo momento.

Olívia- A sua... vigia... é muito mal encarada! Essa mulher quase bateu na Natália quando ela quis te ver...

Renata (subitamente)- Ai... mãe...

Ela põe a mão na barriga e depois no lençol, que está molhado. Olívia vai até a filha, assustada.

Renata- Mãe... a bolsa estourou... chama um médico... minha filha vai nascer! - ela sorri, esperançosa.

Olíva, no entanto, nada fala. Vira-se, mal contendo as lágrimas, e sai do quarto. A carcereira que foi posta para vigiar Renata se espanta.

Olívia (com a voz embargada)- Chame... uma enfermeira, um médico... tá nascendo...

A carcereira vai, indiferente. Olívia anda, tateando pelas paredes, até um outro quarto, onde um enfeite com os dizeres "Thelma" está pendurado na porta. Bate três vezes e entra, observando a filha Laís e Romero.

Olívia- Sigam com seu maldito plano... a menina está nascendo.

Romero se levanta, enérgico, e Laís sorri, exultante. Olívia segue o marido e sai.

(intervalo)

Instantes depois, na sala de parto, Renata se esforça para pôr sua filha no mundo. Uma das enfermeiras, porém, olha em direção à porta da sala, de onde Romero e Laís espiam o parto.

Laís (sorrindo, cínica)- O quê o dinheiro não faz...

Romero- Você tem sorte que aquele idiota do Pradaxes...

Laís olha feio pra ele.

Romero (com desdém)- É idiota sim, não teria caído no golpe da barriga se não fosse...

Laís- Ele é de família católica, querido papai.

Romero (cortando-a)- Tanto faz... ainda bem que conseguimos comprar essa daí, a tal Janete... você devia voltar ao quarto, Laís. Deixe que eu vou supervisionar tudo. Fale com o médico que você comprou.

Laís- Pode deixar. E, papai... não demore, quero ver logo a cara da minha filha.

Romero sorri, indulgente, para Laís, que volta para o quarto, acariciando levemente a barriga de grávida.

Romero (para si)- Ainda não sei como aceitei isso... mas com essa assassina meu neto não fica. E vai ser melhor pra todos nós se ficar com a Laís.

Pouco depois, ouve-se choro de neném na sala de parto. Vitória acabara de nascer. Janete pegou-a no colo e mostrou rapidamente para Renata, que sorriu, um tanto débil.

Janete (andando)- Vou levá-la ao banho...

Dizendo isso, saiu com a menina. Janete, porém, piscou para o anestegiologista também comprado por Laís e Romero, que dopou a morena no ato.

(intervalo) 

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Música

E aí, galera, beleza?

Bem, ultimamente, estou ligado numa cois chamada "voz". É o melhor instrumento musical do mundo. Estou filosofando tanto... enfim, vamo deixar de enche-linguiça e postar logo a música de hoje: "Someone Like You", do fenômeno Adele... e que bela voz!





Aproveitem! E saibam que soltar a voz é uma ótima maneira de desabafar.

8 ou 80 (Últimos Capítulos)

Capítulo 17 - Atentados





Alice volta pra casa, satisfeita com a promessa de mais fotos como modelo. Dobra a esquina, após descer do ônibus, e sai andando. Acena para alguns agora conhecidos do bairro, e caminha sozinha pela rua quando a porta de um carro preto ali abre. Salta um homem mal encarado, que obviamente estava esperando.

Alice para, alarmada. Reconhece o homem, é Jordano. Olha em volta, a rua está deserta.

- Você...

Jordano não dá tempo para Alice reagir e vira um tapa na cara dela. Alice tenta reagir, dando pancadas em Jordano com a bolsa. Ele tenta colocar a modelo no carro à força.

- Você acha que é peixe grande pra me dar condições? - ele fala, entre as pancadas.
- Sai, me solta! - diz Alice, mas é abafada por Jordano quando tenta falar mais alto.
- Você agora vai pagar por aquela garrafada que me deu!

Alguns moradores locais escutam o vozerio e vão pra perto.

Alice tenta se desvencilhar das garras de Jordano, mas tropeça numa pedra e cai na terra batida, ao lado do carro. Jordano aproveita e empurra a cabeça dela contra o carro, fazendo barulho. Alice cai, desacordada.

- Que é que o senhor pensa que tá fazendo?

Jordano se vira. Há gente dos dois lados da travessa escura. Um pescador jovem, Davi, está a frente. Alguns parecem revoltados com a situação; outros, com medo.

- Vou chamar a polícia! - grita uma mulher gordinha.
- Nada disso, vamo linchar ele! - grita Davi, e uns colegas do pescador correm atrás dele.

Jordano se ira, mas nada pode fazer além de correr para o carro e sair, acelerando. Os moradores ainda dão vários tapas e conseguem amassar o carro, na traseira, mas logo Jordano dispara e deixa um rastro de poeira.

Alice vai se erguendo, com uns gemidinhos. Davi hesita por um instante, mas se ajoelha para ajudá-la.

- Tá bem, moça? - ele a segura pelo braço e ajuda-a a se levantar.
- Tô... brigada... - ela cambaleia um pouco para pegar a bolsa, se ergue e se desequilibra, e Davi a segura para ela não cair. Os dois se olham.

- Ahn...
- Er... licença... - ela diz, se soltando e passando a mão no corcuto da cabeça.
- Olha, menina, peguei a placa desse safado! - diz a mulher gordinha. - Vamos ligar agora pra polícia, pra denunciá-lo... Todos aqui viram, não foi gente? - Ela grita, atiçando os presentes, que murmurram em concordância. - Você pode processar o infeliz que ele tá frito na mão da gente.
A "platéia" concorda. Cleide vem vindo, enquanto Alice ainda está dando umas olhadas duvidosas para Davi, pensando no que fazer.

- Que foi, menina?
- Ahn... Cleide... me leva? Tô precisando de apoio... - ela olha de rabo de olho para Davi enquanto vai embora.


- - -


- Não acredito, minha flha!
- Juro!
- Laila, você fez isso?
- Fiz, mãe. E o menino caiu em si.

Márcia dá uma risadinha, enquanto despeja o macarrão na travessa. Laila pega o molho e o macarrão e vai levando para a mesa. Pouco depois, Márcia vem, com uma travessa carregada de frango desfiado.

- Cadê o Otávio?
- Foi no banheiro, não? - diz Laila, buscando os copos.
- E o seu namorado?
Laila faz uma pequena cara de desagrado.

- Está... numa palestra sobre física, física e mais física na faculdade...

Márcia se encosta, preocupada, no balcão da cozinha. Laila pousa os copos com certa brutalidade na mesa e fica de cara feia.

- Filha... eu tô preocupada... vocês dois...
- Estamos ótimos, mãe. - diz Laila, com voz dura.
- Laila, deixa disso. - ponderou Márcia. - Você devia deixar de ser tão cabeça dura! Admita! Você está com problemas, filha? O Tiago quer te deixar?

Laila deixa escapar uma lágrima e um soluço. Estende as mãos para Márcia e se dirige até ela, num gesto de desespero. Márcia, surpreendida, abraça a filha, que cai num choro. Longe delas, após sair silenciosamente do banheiro, Otávio fita as duas.

- Ô, minha filha, me conta... o quê tá te atormentando?
- Eu mudei, não mudei, mãe? Não estou, como ele diz... normal?
- Tá ótima, filha... tá linda, radiante...
- E porque ele não mudou pra mim? - Laila parecia indignada. - Porque ele não deu valor? Porque ele ainda está metido numa MALDITA PALESTRA SOBRE FÍSICA?! - ela gritou, assustanto Márcia.

Márcia respira fundo antes de falar.

- Filha, presta atenção... (ela suspira) Você não pode esperar que ele note tudo, que mude por você... ele também tem gostos! Ele pensa, respira, raciocina... não na mesma direção que a sua... e afinal... que desgosto é esse com física pra você ter tanta raiva assim.

Laila hesita por um instante, mas lança um olhar de secar planta à mãe e se levanta.

- Vamos jantar, sim?

Otávio sorri, do seu canto.

"Preciso ajudar esse cara... não sabe o mulherão que está perdendo", ele pensa.


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Rindo bobamente como um adolescente, Wallace caminha com Fiona pela praia, após mais um jantar romântico e agradável. Olham as estrelas, abraçados, enquanto ainda não chegam até o carro, e vão andando devagar.

- Tava gostoso o jantar, Fiona?
- Tava, amor... tava ótimo.

Ele sorri, olhando para o restaurante mais uma vez.

- Onde eu tava que tão tava jantando aí?
- Tava trabalhando, amor. - Fiona sorri, com uma leve ironia, mas dá um beijinho em Wallace. Mas ela sai olhando de relance para algo além. - Aquele carro ali...

Ela aponta para o carro, vermelho, logo à frente deles. Wallace também reconhece o veículo.

- Nao é o carro do Ricardo?
- De fato... - Wallace parece intrigado. - O flat que ele alugou é aqui pela orla... mas é mais adiante... que é isso no parachoque?

Um pequeno amassado chama a atenção de Wallace, que se agaixa para observar melhor. Passado um momento, Fiona deu vários tapas em Wallace para chamar a atenção do marido, que se levantou.

- Eu não acredito nisso. - disse baixinho.

Ricardo vinha do mar, parcialmente vestido; a calça bege estava rasgada na altura do joelho e a camisa, aberta, exibindo alguns arranhões no tórax do cozinheiro. Cantarolava tristonho algo que parecia "I Will Survive" e segurava uma garrafa de vodka quase no fim na mão. Ao ver mãe e pai parados diante do carro, caiu de joelhos e vomitou no chão.

- Meu filho... meu filho! Você tá bem?
- Eu não acredito! Esse marmanjo, depois dos trinta inventou de ficar bêbado e caindo no meio da prai...
- Vai dizer que nunca chegou bêbado em casa, Wallace? Pra cima de mim! - gritou Fiona, irritada. - Me ajude a carregar ele...

Ricardo só ria, e insistia em manter a garrafa de vodka junto ao peito.

- Amor I love you... amoy I love you... - cantarolava ele.
- Para... para... PARA! - Wallace ergue o filho e dá um tapa na cara dele. Fiona se descontrola e dá vários soquinhos no marido.

- Seu infeliz! Pare com isso agora! Ajude seu filho!
- Eu não pedi pra ter uma...
- Bicha?! - Fiona completa, tresloucada, virando-se para o filho. Ricardo caíra sentado e ria, na mesma.

- Vem filho... cadê a chave... aqui, me dá, sim?
- Eu sou bicha... eu sou bicha... - diz Ricardo, erguendo a sobrancelha e fazendo pose para o pai, enquanto é carregado por Fiona até o próprio carro. Ela acelera e sai logo dali.

Wallace olha, abobalhado, até Fiona virar a primeira esquina.

- Isso tá acontecendo mesmo? - ele se pergunta, coçando a cabeça.


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Filmes: Harry Poter e o Cálice de Fogo (Especial Harry Potter)

Dando continuidade ao meu especial, ficamos agora com a quarta adaptação, lançada em 2005.




Aos catorze anos, Harry Potter (Daniel Radcliffe) segue junto com os Weasley, Rony (Rupert Grint) e Hermione (Emma Watson), para a final da Copa Mundial de Quadribol, junto com os Diggory, Amos (Jeff Rawle) e Cedrico (Robert Pattinson), que está em Hogwarts ainda.
Porém, após o final do jogo, os chamados Comensais da Morte de Lord Voldemort (Ralph Fiennes) começam a balbúrdia, e, após a confusão, um homem, que Harry vira numa espécie de sonho, lança a Marca Negra, o símbolo máximo de Voldemort, no céu, causando tumulto e medo.

Após isso tudo, Harry retorna à Hogwarts, onde Alvo Dumbledore (Michael Gambon) anuncia que haverá naquele ano o chamado Torneio Tribruxo, disputado com as escolas mágicas de Durmstrang e Beauxbatons. Nesse novo ano também são apresentados à Alastor Moody (Brendan Gleeson), ex-captor de bruxos das trevas e amigo de Dumbledore, que ensina Defesa Contra as Artes das Trevas.

No dia seguinte, o Cálice de Fogo, o imparcial seletor dos campeões, anuncia três campeões: Fleur Delacour (Clemence Poésy) para Beauxbatons; Vitor Krum (Stanislav Ianevski) para Durmstrang e Cedrico Diggory para Hogwarts. Contudo, o cálice anuncia misteriosamente outro nome para Hogwarts: "Harry Potter"!

A partir daí, ele tem que passar pelas três perigosas tarefas mágicas do torneio e, junto de Rony e Hermione, tem que desvendar o mistério que ronda por trás de tudo e, ainda mais, por trás das visões de Harry e do misterioso homem da Copa Mundial de Quadribol. Ah, e claro, tem que passar pela inesperada tarefa de dançar no Baile de Inverno com os outros campeões!


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Após a terceira adaptação, os fãs da série estavam divididos sobre os próximos filmes, e começaram a indagar sobre o futuro da franquia. Mike Newell assumiu a direção após a batuta ser dada a Alfonso Cuarón no terceiro filme. A direção de Newell é lembrada por tirar o tom sombrio dado ao terceiro filme da série, e voltar a série para um lado mais comemorativo e quase infantil. Também é comentada a enorme quantidade de piadinhas rápidas, e como todo excesso, acaba se tornando enjoativo.

Já no campo de efeitos especiais, palmas. As sequências de ação, como as três tarefas em si e em especial a do dragão, estão muito bem feitas e condizem com o descrito no livro, com a exceção da terceira tarefa, em que os produtores acertaram em "animalizar" o labirinto, tornando-o muito mais sombrio.

A fotografia está de parabéns, iniciando o bom trabalho que iria se alastrar pelo resto da série. A edição e a trilha sonora merecem elogios. "Cálice de Fogo" foi o primeiro filme da franquia cuja trilha sonora não foi composta por John Williams.

No campo das atuações, notas 10 para as participações de Maggie Smith, Alan Rickman, Robbie Coltrane, Michael Gambon e Brendan Gleeson, além, é claro, da primeira aparição de fato de Lord Voldemort, que, ainda numa cena curta foi muito bem interpretado por Ralph Fiennes. O trio principal está igualmente de parabéns, principalmente Emma Watson e Rupert Grint com as discussões dos seus personagens. 

terça-feira, 20 de setembro de 2011

(continuação, cap 9)




Romero desceu do ônibus, após chegar na casa de sua irmã Olga. A mesma o recepcionou, irritada.

Olga- Tá ali, sua filha. E me diga que essa estada dela aqui tá acabando... não aguento mais parasitas em minha casa. Insisti para ela arranjar um emprego, mas ela diz que não nasceu pra isso... muito metida a sua filha.

Romero apenas sorri para a irmã.

Romero- Vou entrar... tenho coisas importantes para tratar.

Ele andou até o terraço, nos fundos da casa. Laís estava ali, lendo uma revista com uma expressão de absoluto tédio.

Laís- Ah, papai! Aleluia! Não aguento mais ficar aqui... eu já lhe disse que usaria uma barriga falsa sem problemas!

Romero- Cale-se! Quem inventou esse plano foi você, não reclame dele! Agora escute bem...

Laís se endireita na cadeira, levemente interessada.

Romero- Sua irmã vai dar a luz a qualquer momento... mandei sua mãe ir hoje no presídio, dar a notícia que a filha dela pode ter problemas ao nascer...

Laís abriu um grande sorriso quando ouviu isso, incomodando até Romero.

Laís- Ah, não vejo a hora de ser a Sra. Pradaxes! Minha irmãzinha não sabe como vai me ajudar.

Romero (irônico)- E você não vai se esquecer do seu papai, não é?

Laís lança um olhar condescendente ao pai.


(intervalo)


Laís (sorrindo)- Claro que não, paizinho... você está sendo ótimo comigo.

Romero sorri.

Romero- Apenas quis dizer isso. Vou indo. Você... prepare-se para voltar a qualquer instante.

Laís (batendo contiência)- Sim senhor, à suas ordens.

No presídio...

Renata está sentada, recostada pesadamente contra a cadeira. Sorri e alisa barriga por cima do uniforme. Abre um sorrisão quando Natália entra primeiro na sala de visitas. Olívia para, para beber água em um bebedouro.

Natália- Como você tá enorme, bonitona! E você já devia estar num hospital, já tem quase os nove meses completos...

Renata- Como eu vou para um hospital? Não tenho dinheiro... e o hospital não quer me liberar pra uma fila de hospital público...

Olívia (entrando)- Filha... preciso contar algo um tanto desagradável para você. Não, Natália (quando essa faz menção de sair), fique... eu lhe devo explicações...

Renata (espantada)- Nossa, mãe... o quê aconteceu?

Olívia (chorosa)- Tenho... uma notícia ruim para te dar... é sobre sua filha.

Renata desata a chorar, silenciosa.

Renata- Fala logo, mãe. Nada me abala mais.


(intervalo)


Olívia- Lembra da ultrassom que eu paguei pra você?

Renata- Lembro, sim, mãe...

Olívia (tentando não contar a verdade)- O... médico... disse que sua filha tem uma espécie de hérnia, coisa assim... e...

Renata (chorando, não escondendo seu desespero)- E o quê, mãe?!

Olívia- E ela pode não sobreviver, filha!

Olívia tapa a boca, estranhamente, e cai aos prantos. Renata fica atônita; chocada, desata  a chorar e não consegue soltar uma só palavra. Natália abaixa-se ao lado de Renata.

Renata limpa as lágrimas, tentando se contar. Olívia consegue segurar o choro e se senta.

Olívia- Tenho apenas uma esperança... consegui dinheiro para pagar uma clínica pra você, filha... (ela olha com carinho para a filha), e vamos conseguir salvar a sua filha, tá certo?

Renata e Olívia choravam, juntas, e deram as mãos.

Renata- Me perdoa só em uma coisa mãe...

Olívia (abobalhada)- O quê, flha?

Renata- Se ela sobreviver, vai se chamar Vitória...

Olívia dá um sorriso.
Olívia (enxugando as lágrimas)- Deixa disso, boba... ela... vai sobreviver.

(fim do capítulo 9) 

Homem ao Chão

Capítulo 9 - Seis Meses Difíceis





Olívia acordou, seis meses depois, sabendo do que tinha que fazer naquele dia, e decidiu demorar o máximo possível. Olhou em volta, o marido já levantara. Suspirou, desceu e foi fazer café. Ouviu umas batidinhas na porta, meia hora depois, e se virou. Viu Natália, acenando para ela atrás do vidro.

Olívia (suspirando)- Ahn...
Ela abre a porta, com uma cara infeliz, e Natália percebe. Está acompanhada de Juvêncio, seu namorado, que fica meio recuado.

Natália (com um sorriso estranho)- Oi, dona Olívia... tá tudo bem?
Olívia (lembrando do plano do marido e de Laís)- Está... tá sim... apenas... umas notícias, não tão boas...

Natália- Como é? Tem algo a ver com a Renata?

Olívia- Tem tudo a ver... mas é com o filho dela.
Natália (sorrindo)- É filha... ela já viu na ultrassom que permitiram a ela fazer.

Olívia deixou várias lágrimas rolarem pelo rosto, e assustou Natália.

Natália (espantada)- Mas... dona Olívia, não fica assim. Me diz, o quê foi que houve? 

Olívia hesita por um minuto. Seria capaz de mentir mais? Será que iria aguentar?

(intervalo)

Olívia- Não... posso dizer agora. Preciso falar com ela, primeiro.

Natália respeita a senhora, e se levanta.

Natália- Esse é o Juvêncio... você conhece, não é?

Juvêncio, um rapaz meio aéreo, policial recém-incorporado, estendeu a mão, timidamente à Olívia.

Juvêncio- Prazer, dona.

Olívia (leve sorriso)- Olá... cuide bem dessa moça, ela é uma pessoa muito boa.

Natália sorri para o namorado e depois para Olívia.

Natália- Dona Olívia, o Juvêncio vai dar uma carona pra gente... a senhora tá pronta?

Olívia- Sim, estou... deixe-me só pegar minha bolsa, no quarto, e podemos ir.

Olívia sorri sem graça para os dois e sai.

(intervalo)

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Música

E aí, pessoas, como vão?

Seguinte, quero postar uma das minhas músicas favoritas ultimamente, uma ótima combinação de vocais e uma guitarra excepcional: "1+1", da Beyoncé (E, é claro, tem a Beyoncé que não é nenhuma baranga e chama a atenção pro vídeo).




Muito bom, até pra quem não gosta. Aproveitem!

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

8 ou 80 (Últimos Capítulos)

Capítulo 16 - Conversa Franca, parte 2





Alice senta, sem graça, no pufe as pés da cama do flat. Ricardo está encostado no parapeito da varanda, de cabeça baixa, e parecia desoladíssimo.

Alice suspirou, levantou-se e foi até o amigo.
- Mas me responde... no fundo você sabia que isso iria acontecer?

Ricardo acenou com a cabeça, olhos fechados.

- Você nunca deu muita atenção pra ele, não é? Você é de conversar com ele?
- Não. - respondeu Ricardo, estático.
- Você por acaso sabe o curso dele, na faculdade?
- N-Não... - Ricardo deixa escapar uma lágrima.
- Você lembra a idade dele? - Alice parecia espantada.
- Não, Alice! Não lembro! E para! Para com essas perguntas! Você só está me confundindo mais e mais! - Ele anda desnorteado para o quarto e se deita, chorando.

Alice mantém sua pose de carrasca. Senta-se no pufe, novamente.

- Sabe porque você nunca se tocou disso? Porque você tava pegando e tá bom por isso aí. Tava transando e tava de boa com isso, tô mentindo?
- Não... ele já me disse isso. - diz Ricardo, abalado.
- Então, meu querido? Será que nem uma vezinha você foi afim dele?- Alice dá um olhar condescendente e Ricardo amarra a cara.
- Lógico, senão não tinha pego ele!
Alice tenta não sorrir.

- Mas você nunca demonstrou isso. Apenas serviu de... ombro amigo, quando ele acabou com a tal Martinha. Ele agora vai achar que você, sei lá, o corrompeu...

Ricardo faz uma careta para a amiga.
- "Corrompeu"? Que coisa ridícula, Alice. Se ele ficou comigo, foi porque ele quis.
- Eu sei.

Alice fez uma cara sem graça pra Ricardo.

- Então diga você isso a ele.

Alice levanta, dá um beijinho na bochecha do amigo, apanha sua bolsa e vai saindo.
- Espera.

Alice dá meia-volta após pôr a mão na maçaneta da porta.

Ricardo se levanta, põe uma regata branca, passa a mão na chave do carro e pega a carteira.

- Vamo sair pra badalar. Tô precisando um pouco.

Alice dá um sorrisinho e o acompanha.


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Wallace ria ainda, o filme tinha sido bem engraçado. Estava adorando aquele seu outro dia de descontração. Parecia viver um pouco. Intrigara-se , porém, com uma mulher bonita, de meia idade, que estava de costas à ele. Achando-a vagamente familiar, resolveu segui-la.

A mulher desce as escadas rolantes do shopping, em diração à praça de alimentação, e Wallace parecia com vontade de saber quem era. A mulher foi até um dos balcões de restaurante que havia na praça de alimentação, e conversou rapidamente com a atendente, que mostrou-lhe o cardápio. Estendeu a mão para apanhá-lo e Wallace pode ver seu bracelete.

- Espera aí... - disse ele baixinho. - Eu já vi esse bracelete...

A atendende saiu de perto da misteriosa mulher, que virou-se na direção das mesas e se sentou.

- Eu comprei isso pra minha mulher... como pode estar no braço dela? - Wallace parecia intrigado. Andou até a mesa que a mulher sentara e foi logo soltando o verbo.

- Com licença, moça. Poderia me dizer como você conseguiu esse bracelete exclusivo que eu comprei pra sua mulher?

Ele viu o rosto dela e se espantou.

- Eu sou sua mulher, Wallace. - disse Fiona, fazendo cara de desdém. - E, que bom que está indo ao cinema, fiquei muito contente em saber que você está indo ao cinema.

Wallace parecia aturdido. Piscou várias vezes e achou melhor sentar.

- O quê está fazendo aqui? Está me vigiando?
- Eu tenho vida, Wallace. Eu trabalho na minha galeria e eu saio, às vezes. Cansei de te chamar pra vir ao cinema, por exemplo, e você, nada.

Wallace parece indignado.

- Eu não lembro de você ter me chamado pra vir ao cinema.
- Claro que não, quase todas as vezes você estava resolvendo alguma pendência no celular. - Fiona é categórica.

Wallace parece chateado.

- Você... gostou do filme?

Fiona parece se assustar com a pergunta do marido, mas dá um leve sorriso.

- Gostei! Muito engraçado! E é nacional.
- Adoro filmes nacionais, e você sabe.

Fiona sorri.

- E aquela parte em que o rapazinho é pego na hora H pelo pai? - Wallace dá uma risada e faz a esposa rir.
- É... embaraçoso, né?
Os dois sorriem entre si.

- Quer sair pra jantar?
- Eu vou comer ali... - ela aponta o restaurante.
- Não vai não, tô te chamando pra jantar. Só nós.

Ele parece um tanto receoso, mas Fiona simplesmente se levanta.

- Tá fazendo o quê sentando ainda? Vamos!


- - -


A aula acaba, Caio se dirige como sempre para o local combinado com Melina. A professora já está lá, mas está entrando no carro. Olha para Caio de relance e acena com a cabeça supostamente para ele.

- Ei... professora!
- Depois... - Melina fecha a porta do carro e acelera. Caio não entende, e faz uma cara de chateação.

- Eu, hein. Ela tava toda assustada...
- Deve ter achado que você denunciou ela, querido.

Ele se vira assustado para trás, reclinando-se para o muro. Laila, que estava muito bem escondida atrás de um arbusto frondoso, se revelou e encarava Caio. Ele fez menção de correr.

- Não se assusta. Eu sei de tudo de vocês.

A cara de Caio ficou, se possível, ainda mais amedrontada.

- Vai contar pra minha mãe?

Laila sorri.

- Nossa, como você já se desmanchou...
- Peraí, como você sabe de tudo?
- Ela é minha tia... você esqueceu?

Era verdade. Caio lembrou de ter vislumbrado Laila ao olhar pro decote da moça.

- Ah, lembrei de você...
- Então... quero que saiba que eu gosto muito da minha tia, e quero saber se você vai ferrar com a vida dela.
- Como assim?
- Você vai denuncia-la? - perguntou Laila, com medo.

Caio tentou ficar por cima.

- E se for, vai fazer o quê?
- Você não vai, queridinho...

Ela sorria e ele não a entendia.

- Você se acha esperto... se acha o gostosão, não é?

Caio dá um sorriso sem graça.

- Ela gosta, ela me acha gostoso, mas sabe que eu posso metê-la na cadeia!
- Então porque não fez isso ainda? - indaga Laila, sorrindo cínica para Caio. - Você tem carinho por ela. Ela não é só gostosa... não é isso que você pensa dela? Ela é gostosa e você gosta dela, não é só um pedaço de carne pra você... não é?

Caio tentou responder, mas Laila tapou a boca dele com um dedo e ele silenciou.

- Pensa bem nisso, tá certo? Porque nós todos sabemos como rolou... e acho que você não é mentiroso.

Ela sai, deixando Caio confuso.


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