Pra você que não tem preguiça de ler =)

terça-feira, 20 de setembro de 2011

(continuação, cap 9)




Romero desceu do ônibus, após chegar na casa de sua irmã Olga. A mesma o recepcionou, irritada.

Olga- Tá ali, sua filha. E me diga que essa estada dela aqui tá acabando... não aguento mais parasitas em minha casa. Insisti para ela arranjar um emprego, mas ela diz que não nasceu pra isso... muito metida a sua filha.

Romero apenas sorri para a irmã.

Romero- Vou entrar... tenho coisas importantes para tratar.

Ele andou até o terraço, nos fundos da casa. Laís estava ali, lendo uma revista com uma expressão de absoluto tédio.

Laís- Ah, papai! Aleluia! Não aguento mais ficar aqui... eu já lhe disse que usaria uma barriga falsa sem problemas!

Romero- Cale-se! Quem inventou esse plano foi você, não reclame dele! Agora escute bem...

Laís se endireita na cadeira, levemente interessada.

Romero- Sua irmã vai dar a luz a qualquer momento... mandei sua mãe ir hoje no presídio, dar a notícia que a filha dela pode ter problemas ao nascer...

Laís abriu um grande sorriso quando ouviu isso, incomodando até Romero.

Laís- Ah, não vejo a hora de ser a Sra. Pradaxes! Minha irmãzinha não sabe como vai me ajudar.

Romero (irônico)- E você não vai se esquecer do seu papai, não é?

Laís lança um olhar condescendente ao pai.


(intervalo)


Laís (sorrindo)- Claro que não, paizinho... você está sendo ótimo comigo.

Romero sorri.

Romero- Apenas quis dizer isso. Vou indo. Você... prepare-se para voltar a qualquer instante.

Laís (batendo contiência)- Sim senhor, à suas ordens.

No presídio...

Renata está sentada, recostada pesadamente contra a cadeira. Sorri e alisa barriga por cima do uniforme. Abre um sorrisão quando Natália entra primeiro na sala de visitas. Olívia para, para beber água em um bebedouro.

Natália- Como você tá enorme, bonitona! E você já devia estar num hospital, já tem quase os nove meses completos...

Renata- Como eu vou para um hospital? Não tenho dinheiro... e o hospital não quer me liberar pra uma fila de hospital público...

Olívia (entrando)- Filha... preciso contar algo um tanto desagradável para você. Não, Natália (quando essa faz menção de sair), fique... eu lhe devo explicações...

Renata (espantada)- Nossa, mãe... o quê aconteceu?

Olívia (chorosa)- Tenho... uma notícia ruim para te dar... é sobre sua filha.

Renata desata a chorar, silenciosa.

Renata- Fala logo, mãe. Nada me abala mais.


(intervalo)


Olívia- Lembra da ultrassom que eu paguei pra você?

Renata- Lembro, sim, mãe...

Olívia (tentando não contar a verdade)- O... médico... disse que sua filha tem uma espécie de hérnia, coisa assim... e...

Renata (chorando, não escondendo seu desespero)- E o quê, mãe?!

Olívia- E ela pode não sobreviver, filha!

Olívia tapa a boca, estranhamente, e cai aos prantos. Renata fica atônita; chocada, desata  a chorar e não consegue soltar uma só palavra. Natália abaixa-se ao lado de Renata.

Renata limpa as lágrimas, tentando se contar. Olívia consegue segurar o choro e se senta.

Olívia- Tenho apenas uma esperança... consegui dinheiro para pagar uma clínica pra você, filha... (ela olha com carinho para a filha), e vamos conseguir salvar a sua filha, tá certo?

Renata e Olívia choravam, juntas, e deram as mãos.

Renata- Me perdoa só em uma coisa mãe...

Olívia (abobalhada)- O quê, flha?

Renata- Se ela sobreviver, vai se chamar Vitória...

Olívia dá um sorriso.
Olívia (enxugando as lágrimas)- Deixa disso, boba... ela... vai sobreviver.

(fim do capítulo 9) 

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