Capítulo 11 - Acontecimentos Pouco Prováveis
Fiona estava na cama. Acordara a pouco, e tomava o café que pedira numa bandeja. Tirou a bandeja do colo e colocou de lado, quando duas batidinhas na porta a fizeram levantar.
- Quem é?
Não houve resposta. Intrigada, resolveu não abrir, mas batidas mais apressadas spbressaltaram Fiona, que abriu a porta e deu de cara com o marido.
- Wallace?
Ele não falou nada, apenas entrou irritado no quarto, fechando a porta. Fiona o seguiu, assustada.
- Que está havendo?
- Você ainde me pergunta o quê está havendo?
- Claro!
- É você! Você que saiu de casa sem motivo algum!
Fiona deu uma risadinha.
- Como assim, "sem motivo algum"?
- Claro que sim!
- Você é muito cínico! Não... é muito cego! Você é um imbecil, Wallace!
- E você ainda fica me xingando!
- Claro que sim! Você é um cego, imbecil! Cego pelo seu trabalho!
- Meu trabalho?
Fiona dá uma risada irônica.
- Você realmente não se toca, não é?
- Eu não tenho o quê me tocar de nada!
- Claro que tem, seu imbecil! E tem mais... - ela sai empurrando Wallace pelo quarto em direção à porta. - Você não me procure novamente até ter percebido o quê fez!
- Eu não fiz nada...!
- Fez sim, imbecil! Saia!
E com um empurrão, tira Wallace do quarto.
- - -
Ricardo acaba de apanhar Alice na casa de Cleide, e os dois conversam animados.
- Então, como te falei. A minha irmã que faz as suas fotos para a inauguração da loja... disse que a tal Mayara, filho do...
- FILHO DA PUTA!
- Certo... - Ricardo sorriu para si mesmo. - Enfim, a Mayara foi convidada, vi a lista... você, como é uma das modelos, está garantida na festa de inauguração, então... use sua persuasão!
- Pode ter certeza... toda festinha que eu fazia, a Mayara tava lá em casa... ela é uma fútil, cabeça de vento... vai me dizer onde está o pai dela... eu vou conseguir meu dinheiro de volta!
- Arrasou! Bate! - exclama Ricardo e os dois batem as mãos, rindo.
Pouco depois, em uma avenida cheia de grifes, os dois chegam à "La Playa", a loja de moda praia. Alguns carros importantes, uns modelos de sunga e outras de biquíni. Garçons passavam com coquitéis, e pessoas sorriam de ambos os lados da ampla loja. Um DJ animava a inauguração, e alguns repórteres tomavam notas com as donas da loja.
Alguns fotógrafos também estavam lá na entrada, e fotagrafaram intensamente Alice e Ricardo quando entraram. Após socializarem com algumas pessoas, Alice pegou duas taças de coquitel para eles e os dois ficaram meio ocultos pelas pessoas.
- O DJ é bem gatinho...
- É gay... - respondeu Ricardo com uma piscadela. - E não peça uma explicação...
- Já viu a Mayara por aí... que loja grande!
- Calma, falei com a minha colega Martha... a sua amiguinha não chegou ainda. Fica por aí, dando um rolé... paquerando... - nesse momento ele pisca para um dos modelos ali presente.
- Tá certo...
Após bater um papo com as donas da loja, Alice virou os olhos e viu entre alguns fotógrafos: Mayara estava dando entrevista. Adiantou-se, e ficou meio oculta pela porta da loja, esperando ela passar.
Mayara entrou, conversou com as donas da loja e deu uma passadinha no bar. Alice a seguiu. Mayara andava pela loja, cumprimentando colegas.
Num determinado momento, Alice não aguentou mais e puxou Mayara pelo ombro.
- Oi, queridinha!
- Oi, Alice... ALICE!?
Mayara parecia chocada. Deu uns passos para trás e esbarrou numa arara de roupas.
- Que foi, tá espantada?
Mayara não disse nada, apenas correu para fora da loja.
- Ei, espera! - Alice a seguiu. Meio atrasado, Ricardo seguiu as duas.
Mayara arrancou a chave das mãos do manobrista, correu até o carro e, entrando nele, saiu em disparada.
- Ai, que droga! - exclamou Alice. - Eu não devia ter me exaltado!
- Relaxa, baby... peguei a placa do carro dela... - diz ele, anotando no celular. - Agora ela não escapa!
- Tomara que não! - diz Alice.
- - -
Parecia um replay quando Melina aproximou-se da esquina. No carro, encostado, Caio estava, deitado sobre o capô. De olhos fechados, braços cruzados atrás da cabeça.
Melina parou um instante na frente do garoto, observando-o. Não tinha reparado direito nele. Fraquejou por um instante. Seus instintos por um momento a fizeram tentar tocar em Caio, e seu braço fez sombra nos olhos dele, que os abriu, assustando Melina. Ela recuou rápido, mas Caio se ergueu e a abraçou.
- Me solte, pirralho...
- Tá adorando o pirralho te agarrando, né, professora?
Melina não responde e tenta se desvencilhar de Caio.
- E então, pensou na minha proposta?
- Não vou transar com você, seu garoto safado! Você pode ser... bonito, gostoso e ter pegada... mas você é só um pirralho, e pirralhos eu não pego!
Caio dá um aperto no bumbum de Melina e ela dá um gemidinho.
- Mas vai transar sim... sabe porquê?
- E porque? - indaga ela de olhos fechados.
- Porque sabe que eu sou gostoso, bonito e tenho pegada... e você adora isso... - ele a aperta e ela suspira, agarrando os braços dele com força. - é uma louca, e não resiste a nenhum homem... porque me chama de pirralho, mas sabe que eu posso ser homem, um homem de verdade pra você...
Melina estremece, e agarra o pescoço de Caio, que sorri, cínico.
- Você é um moleque muito safado...
- E você tá louca pra provar...
Melina baixa a mão e ele dá um sorrisinho.
- Eu quero ver se vai provar tudo que está insinuando...
- Então, vamos?
Melina não responde, apenas empurra Caio para o banco de trás do carro. Depois entra e dá a partida.
- Porque no banco de trás? Vai prum motel e quer me esconder?
- Que motel... não vou gastar dinheiro com um pirralho. Vamos pra minha casa mesmo...
Caio só dá um sorrisinho.
- Tá ótimo...
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