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quinta-feira, 28 de julho de 2011

Homem ao Chão

Capítulo 5 - Notícias Ruins





Renata sentou-se, encarando a irmã e o pai, tentando não passar seu medo. O promotor chegou perto dela para interrogá-la.
Promotor- Renata Maria Vasconcelos?

Renata- Sim.
Promotor- Você é acusada de assasinar Francisco Quirino da Silva, conhecido apenas como Xico, na noite de sábado, 22 de junho de 1993. A senhora nega os fatos?

Renata (inexpressiva)- Não.
O público entra em protestos e o juíz tem que intervir. Renata não consegue suportar e uma lágrima escorre de seu rosto.

Promotor (alegre)- Então, não nega que é culpada?
Renata- Não, moço. Me entreguei, atirei nele, todo mundo viu. Não posso fazer nada.

O promotor fica um tanto chocado com tamanha sinceridade. Laís, por sua vez, não consegue escapar um riso com a frase da irmã e leva um beliscão da mãe.
Promotor- Então... isso é tudo, excelência.

(intervalo)
Após um longo período de debate, em que o júri decidiu o veredicto, Olívia, Laís e Romero estavam conversando, no pequeno café do fórum. Olívia estava limpando as lágrimas dos olhos e Laís e o pai lançam à ela olhares de desdém.

Romero- Deixe de dramalhão, Olívia!
Olívia- É sua , filha, Romero...

Romero (zangado)- Não é mais! É uma assassina que eu quero ver condenada! Minha única filha é a Laís!
Laís olha triunfante do pai pra mãe. Olívia se revolta.

Olívia- E você, largue dessa mania de menosprezar sua irmã!
Laís- Ah, mamãe, não começa. Minha irmã sempre foi uma qualquer e todos nós sempre soubemos disso. Agora está apenas provado.

Olívia não suporta a repulsa de pai e filha, e se senta, de cabeça baixa, chorando.
Laís (sentando ao lado dela, falando mais baixo)- Mamãe, você deveria me ajudar a me casar com o vereador Pradraxes... ele tá bem de olho em mim...

Olívia fica atônita e vira um tapa na cara de Laís, que, incrédula, olha espantada em busca do pai, que está longe conversando com uns colegas pescadores. Ela se vira para a mãe, que está ofegante.
Olívia- Deixe de futilidades do meu lado, menina. Deixe de ser uma piranha... é piranha, sim! - acrescenta quando Laís tenta respondê-la. - Você que quer se vender para um vereador tão safado quanto o pai é algo bom?

Laís (baixo, mas com tom cruel)- É ÓTIMO, sua atrasada...
E se levanta, indo ao banheiro mais próximo.

(intervalo)

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