Pra você que não tem preguiça de ler =)

quinta-feira, 28 de julho de 2011

(continuação, cap 5)




Depois do breve recesso, todos os presentes se dirigem novamente ao tribunal, onde, dessa vez mais cheio, os gritos de "assassina" recomeçam quando Renata entra, algemada, na sala. Ela atravessa a sala até o banco dos réus e se senta, de cabeça erguida.

Os gritos continuam e o juíz se irrita.
Juíz- Ordem! ORDEM NA SALA! O representante do júri, por favor...
Ele se levanta e a balbúrdia cessa.

Juíz- A ré queira se levantar, por favor...
Renata se levanta, agora aflita.

Juíz- O júri já chegou à um veredicto?
Representante do júri- Sim senhor... nós, do júri, declaramos a ré culpada e pensamos que merece detenção em regime fechado.

Palmas irrompem pela sala. O juíz altea a voz e olha diretamente para Renata.
Juíz- Por conseguinte, declaro a ré culpada, e condenada à dezoito anos de reclusão em regime fechado. - e bate o martelo.

Renata não irrompe em lágrimas, apenas duas caem dos seus olhos, mas, de cabeça ainda erguida, ela é conduzida para fora do tribunal.
No caminho, Laís faz uma surpresa para a irmã e, quando já não está mais visível, tira um ovo  de galinha da bolsa e lança-o contra Renata. O ovo a atinge na cabeça.
Várias pessoas riem, muitas delas aplaudem, e os policiais não conseguem identificar quem lançou o ovo. Mas, depois, num último instante, Renata vê Laís sorrindo e piscando para ela e deduz tudo.

(intervalo)
De volta ao presídio, Renata foi recebia por uma infeliz Zaíra, que ficou triste ao ver a colega de volta.

Zaíra- Que foi isso, ovada?
Renata- Pois é... e foi minha própria irmã.

Zaíra- Que piranha! - (faz cara de indignação) - Eu não queria que você voltasse, garota...
Renata (sorrindo, sem graça)- Não foi você mesma que disse que eu não teria chances?

Zaíra (igualmente sem graça)- É... mas você é boa pessoa, não merece isso aqui... tá com fome? Paguei à Celeste para que ela me desse duas refeições... toma...
Renata sorri e aceita o pratinho, inexpressiva.
Zaíra- Sim, e a Celeste passou anunciando hoje mais cedo que amanhã faremos exames de rotina...

Renata- Exames?
Zaíra- É... a diretora ficou meio paranóica desde um surto de cólera que houve, quase perdeu o tutu dela... - ela sorri. - Eu quase que partia dessa pra uma melhor, mas ainda não foi dessa vez!

Renata tenta sorrir, e mastiga seu almoço.
No outro

Pela manhã, de ala em ala, todas as detentas fizeram exames. Após deixar suas amostras na enfermaria e passar para colher sangue, Renata dirigiu-se ao pátio, onde encontrou Zaíra.
Renata- Acha que tem chance de ter outro surto de cólera por aqui?

Zaíra- Acho que não... mas eu sou apenas uma presa coitada, não sei nada de medicina... menina, você tá tão pálida!
Renata se vira pra ela, estranhando. Atrás de Zaíra, pelo reflexo na janela, ela percebe sua palidez e se preocupa.

Renata- Acho que foi algo que comi, sei lá...
Zaíra- Com essa comida, não é difícil ficar doente, né?

Ela sorri e sai, deixando Renata confusa e pensativa.

(intervalo)
Uma semana depois, Celeste, a carcereira, passou com uma prancheta dando os resultados,

Renata- Só agora estão dando os resultados?
Zaíra- É, minha filha, isso é a cadeia...

Celeste- Renata, não é? Parece que você seu mal, bonitinha... a diretora tá lá no posto médico com a doutora, querem te ver.
Renata- Me ver? Como assim?

Celeste (grossa)- Não me faz perguntas, idiota, apenas obecede! Segue a Lucimar ali! Anda!
Zaíra (baixo)- Grossa como só ela... vai com calma, Renata...

Renata assente e segue a outra carcereira, Lucimar, até o posto médico. Lá encontrou a diretora do presídio, dona Neuma, uma mulher corpulenta e morena, com a médica, uma senhora de meia-idade.
Renata- Bom... dia.

D. Neuma- Ah, até que enfim! Isso aqui não é colônia de férias, minha filha. 
Renata (monotonamente)- Sim, senhora.

Médica (mais gentil)- Bom, filha, chamamos você aqui porque temos uma notícia... nada agradável para te dar...

Renata- Bem, na minha situação eu escuto tudo. Pode falar.

Médica- Você está... grávida, Renata.

(fim do capítulo 5) 

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