Pra você que não tem preguiça de ler =)

sexta-feira, 10 de junho de 2011

(continuação, cap 51)




Pedro Henrique desce, ao saber da história de Jéssica e Breno. Caminha até o bloco E e encontra a amada. Os dois se olham num minuto. 

Jéssica (tentando manter a linha)- Não queria ninguém perto...

Pedro H- Eu vou ser rápido.

Jéssica- Fale, então.

Pedro H- Eu te amo.

Jéssica pisca uma vez e arregala os olhos.

Jéssica- Cuma?

Pedro H- É o quê você ouviu. Eu criei coragem pra sair debaixo da aba dele... agora eu quero assumir a minha vontade. Eu te amo. Faz tempo.

Jéssica- Henrique... eu...

Pedro H- Não ama...

Jéssica- Espera! - quando ele faz menção de sair correndo.- Eu... não amo. Mas eu gosto muito de você.

Pedro H (esboçando um sorriso)- Gosta?

Jéssica- Sim, eu gosto, Você é a única pessoa humana daquela Gangue... o único que merece uma vida. E eu sempre te admirei por ser quem é. Eu gosto de você sim. (ela tenta sorrir)

Pedro Henrique não pensa; se agaixa ao lado de Jéssica e a beija.

No dia seguinte, Matheus chega ao prédio. Logo ele passa pelas pirralhas, que vão para o colégio.

Matheus- Bom dia.

Luana T- Ei, tá sabendo dá última?

Lariane- Acho que ele não sabe, né?

Luana T- Breno e Jéssica brigaram que nem gladiadores num hipermercado, ela dormiu aqui embaixo como castigo!

As meninas riem, e Matheus sorri, interessado.

Matheus- E Breno

Lauana T- Ah... - com leve desdém - ele parece que passou a noite com o pai, mas, segundo Jéssica, o pai deixou ele na Febem pra passar a noite lá.

Matheus- Mesmo?

Lariane- É... ei, temos que ir, a aula!

Elas saem, apressadas, soltando risinhos. Matheus fica apreensivo e quer saber onde Breno está.

(intervalo)

Ao longe, na BR, uma figura alta, magra, dessarumada e suja, vem andando a pé. O sol de rachar faz Breno suar. Largado pelo pai, foi posto pra fora da Febem sem dinheiro e sem nada. Ligou pro pai e pra mãe, mas nenhum dos dois atendeu. Vai à pé para casa, quase sendo atropelado por um ônibus. Mas não escapa do impacto de uma bicicleta, que o faz parar num canteiro, sujando-se de terra.

Ciclista- Ô, cara, você tá bem!?

Breno meramente se levanta e sai andando.

Ele continua andando, e anda outros quilômetros até chega a via expressa que leva ao seu bairro. Ao fazer a curva, dá de cara com o hipermercado e sua pintura esverdeada; o posto, defronte ao hipermercado, e lá depois do posto, o condomínio...

Breno (andando)- É, a guerra vai começar.

Ele, finalmente, chega no prédio, debaixo dos olhares das pessoas que estão lá embaixo. Sujo de terra, à tempos sem um banho, ele meramente sacode uma poeirinha na calça e continua andando pra casa.

Porteiro (comentando pra o zelador)- É dessa desgraça que eu tava falando...

Breno finge não ouvir. As velhas também recriminam a sujeira. Breno dá dedo pra elas e nem escuta as velhas chamando-o de malcriado.

Pensa em ir pra casa, mas vê que a mãe ainda não saiu da mesma e anda direto pra sede da Gangue. Ao chegar lá, encontra Matheus.

Breno pisa com força e Matheus se vira.

Breno- Porque eu não estou surpreso de te encontrar aqui?

Matheus (sorrindo)- Eu conheço você.

Breno (irônico)- É, conhece bem...

(intervalo)

Matheus- Eu só queria saber se está bem?

Breno- Eu pareço bem? (e dá uma voltinha)

Matheus- Não muito... o quê eu posso fazer pra ajudar?

Breno (sorrindo maliciosamente)- Cumprir com o... combinado.

Matheus nota a malícia na voz dele e assente.

Matheus- Ei, vou indo.

Breno- Até mais.

Ele se senta, de costas pra grade do muro e olhando Matheus ir embora. Pouco depois, ele escuta umas batidinhas na grade. Se vira e vê Aleff, de mochila, pronto pra ir à escola.

Breno- Ora, se não é o marginal nº 2 em versão colegial... o quê quer comigo, criança?

Aleff- Tem uma coisa que acho que devia saber... sobre seu melhor amigo, Pedro Henrique.

Breno- Fale.

Aleff- Ele tá namorando com Jéssica, me contou ontem à noite.

Breno não consegue esconder o choque face à "alta traição". Aleff dá um sorriso e desaparece atrás do muro, em direção à escola.

Breno- Então é assim que ele quer? Vai me trair... vai levar também,

(fim do capítulo 51) 

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