Capítulo 54 - A Última Noite
Alysson fica agoniado quando a tia balança a cabeça.
Cinara- Não sei, meu querido... só me lembro de uma pessoa toda de preto... me olhando do alto da escada...
Alysson se senta, com uma visível decepção no rosto.
Cinara- Desculpe não poder te ajudar, meu querido... tentarei o máximo possível lembrar.
Alysson- Certo, tia... descansa.
Nos sombreiros...
Breno está em casa, a mãe não chegou ainda. Assiste TV, mas a cabeça está nas nuvens. De repente uma batida na porta e ele volta a si. Resmunga, mas puxa o canivete do bolso do short e abre a porta, escondendo-o atrás da mesma.
É Duílio. Breno abre um sorriso.
Breno- Que é que você quer?
Duílio- Tire o canivete de trás da porta, eu conheço o seu jeito.
Breno dá uma risadinha, guarda o canivete e deixa o ex-tenente entrar, fechando a porta depois.
Breno- Então, ande, fale.
Duílio- Vou direto ao assunto. Não queriam que eu lhe dissesse isso, principalmente ela, mas...
Breno- Você e Isabela tão namorando, não é?
Duílio (incrédulo)- Como você descobriu?
Breno- Pare de me chamar de burro. Eu notei que só tinham casais na mesa da pizzaria.
Duílio- Eu pensei que fosse reagir se notasse...
Breno (cortando)- Os tempos são outros, Duílio, você conhecia meu estilo. Eu agora penso em todos os passos antes de dar o primeiro. Eu não iria atacar o seu pescoço lá... como percebeu, causar confusão em público dá mais confusão...
Duílio- Mas... você está em casa agora.
Breno- Isso é um pedido pra ser morto? (rindo alto, puxando o canivete)
Duílio (se levantando do sofá depressa)- NÃO! Estou tentando prever seus atos!
Breno- Pois fique sabendo, queridinho (ele avança lentamente com o canivete apontado) que eu não sou mais previsível... a Febem tem suas vantagens, não é? Eu agora percebo que eu era tão BURRO... enfim, sua parte da vingança pode esperar um pouco... SAI, AGORA!
Duílio se vira e sai correndo, batendo a porta com força. Breno cai na gargalhada e se joga no sofá.
(intervalo)
Isabela esperava Duílio no hall do bloco G.
Isabela- E aí, ele bateu em você?
Duílio- Não! Mas ele está estranho... vingativo. Eu tive muito medo dele!
Isabela- Ele tá só latindo, não morde.
Duílio (balançando a cabeça)- Sei não, melhor não confiar...
Isabela- Tá certo, mas não quero saber dele.
Ela o abraça, e os dois se beijam.
Na escada do bloco E...
Jéssica e Pedro Henrique jogando buraco. Pedro Henrique parece sério.
Jéssica- Que foi? Pensando no doido ainda?
Pedro H- Não sei, tô com um mal pressentimento desde de manhã.
Jéssica (balançando a cabeça)- Sai dessa, Pepê. Ele não vai fazer nada. Ele corre risco de, sei lá, ir pra uma cadeia, um manicômio até, do jeito que é doido.
Pedro H (após jogar)- Eu tenho medo por mim... ele me deu uma olhada hoje, parecia estar me ameaçando.
Jéssica- E você tem algo a temer?
Pedro Henrique hesita por uns segundos, como se estivesse pensando.
Pedro H- Não, não tenho nada a temer.
Jéssica (animada)- Então... fica tranquilo! Não vai acontecer nada!
Pedro Henrique tenta sorrir, e vê que é sua vez de jogar.
(intervalo)
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