Pra você que não tem preguiça de ler =)

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Nos Sombreiros (Último Capítulo)

Capítulo 55 - O Topo





O dia amanhece e Alysson, ainda no hospital, é acordado pela sua tia Cinara.  A mulher parece agoniada.

Alysson- Que... que foi tia?

Cinara- Já sei, já sei meu querido! Quem me bateu!
Alysson- Fala, tia! Pode falar!

Cinara- Foi ele mesmo! Foi Breno!
Alysson se espanta, leva as mãos ao telefone e vai ligar para os amigos do prédio.

Nos sombreiros...

Jéssica acorda, esperando que a noite anterior tenha sido um pesadelo. Não é. Os punhos atados, ela olha pra frente e vê o namorado dormindo. Tenta se virar e se ergue parcialmente, mas dá de cara com Breno, empunhando o revólver pro meio da testa dela.

Breno- Bom dia, marginal.

Jéssica fica muda, completamente amedrontada.

Breno- Responde, porra!

Jéssica- B-Bom dia, pirralho.

Breno (satisfeito)- Eu queria que você visse a luz do sol pela última vez.

Jéssica (irônica)- Ah... que gentileza. Obrigada.

Breno (sorrindo)- Não há de quê, ora... - ele ri. - É engraçado como as pessoas ficam engraçadas na hora de morrer.

Jéssica - Ah, é?

Breno- Tá pensando que é de brinquedo? - ele sacode a arma - É daquelas que fazem barulho e matam pessoas!

Uma lágrima cai no rosto dela, mas ela mantém a pose e limpa rapidamente. Ela olha pra Pedro Henrique, ainda dormindo na barraca.

Jéssica (com o olhar baixo)- Ele estava me enganando o tempo todo?

Breno- Quanto a isso não sei... mas só ontem ele tava me obedecendo de verdade. E ele cumpriu bem o papel dele!

Jéssica fica aterrorizada. Breno põe a mochila nas costas, agarra Jéssica pelos cabelos e faz ela sair da barraca.

Breno- Anda, quero você morrendo ajoelhada.

Jéssica se ajoelha, as lágrimas agora saltando como cascata dos olhos. Um morador, após estacionar o carro no bloco E, vê a cena e corre com toda velocidade até o bloco F.

Breno se perde em seus devaneios, e após finalmente sorrir para Jéssica, murmurra um "Tchau!" e puxa o gatilho, no momento que o homem grita um "NÃO!" e se joga na frente de Jéssica.

(intervalo)

A bala atinge o homem perto do ombro. Ele cai, sangrando e gritando de dor. Breno fica chocado com a cena, assim como Jéssica. O menino começa então a se desesperar, e balança o revólver freneticamente.

Breno- Porque você é tão difícil de morrer?!

Ele vira um tapa em Jéssica, que cai, ao lado do homem. Pedro Henrique, que acordou com o tiro, põe a cabeça pra fora da tenda a tempo de ver Breno correndo, em direção ao bloco D. O canivete cai do seu bolso e Pedro Henrique o apanha. Solta Jéssica e olha com lágrimas nos olhos pra ela.

Pedro H- Me desculpa! Ele me obrigou...

Jéssica (interrompendo, agitada)- Não é hora pra isso! Pega... pega, meu celular. Liga pra emergência! Agora!

Pedro Henrique obedece, com medo. Jéssica pensa rápido ao ver Breno entrando no bloco D, quase quebrando a porta de vidro.

Jéssica então corre pra casa. Algumas pessoas que ouviram o tiro já ajudam Pedro Henrique com o homem atingido. Em casa, Jéssica pensa... ele é doido, então... rapidamente puxa a lista telefônica e procura o número do manicômio local, Juliano Moreira.

Enquanto isso, no bloco C....

Welington está em casa, atendendo à uma ligação de Alysson, que parece eufórico.
Welington (falando)- ... tá! E parece que ele aprontou mais uma, todo mundo ouviu claramente um tiro aqui! Acho que foi ele!

Alysson (tenso)- Então chama a polícia! Esse cara é um psicopata! Não esquece...

Nesse momento ouve-se vários gritos lá debaixo, vindos do bloco D. Welington tenta olhar o quê é, mas não consegue ver nada da varanda.

Welington- Eu vou descer pra ver o quê houve agora! Tchau!

Ele desliga o telefone, mas sai correndo e esquece de chamar a polícia.

(intervalo)

Nenhum comentário:

Postar um comentário