Pra você que não tem preguiça de ler =)

segunda-feira, 20 de junho de 2011

(continuação, cap 54)




Matheus chega no condomínio, e puxa um papo com o porteiro. Olha em volta e percebe Breno, mochila às costas, voltando, pronto para armar alguma. Se anima, chega a ajeitar o penteado e se adianta em caminho do garoto. Breno carrega uma sacola com um refrigerante,  salgadinho e copos plásticos.

Matheus- Oi!

Breno (fingindo timidez)- Oi...

Breno faz um gesto com a cabeça mais pra longe da portaria e Matheus o segue.

Breno- É... é pra gente. Você trouxe...?

Matheus- Trouxe sim... (ele dá uns tapinhas na mochila) Você quer ter a sua aula... agora?

Breno- É agora ou nunca.

Matheus sorri e faz um gesto pra Breno o seguir. Breno fica um tanto apreensivo mas o segue. "Lá vai, onde eu me meti pra realizar meus objetivos?", ele pensa, sorrindo, e Matheus pensa que o sorriso é pra ele. Chegam no banheiro dos funcionários, do bloco J. Matheus o abre e, quando Breno passa, tranca a porta. Matheus fica de costas pro garoto e insinua que vai tomar banho, tirando a camisa. Ajeita os utensílios de banho e Breno aproveita para pôr o sonífero em um dos copos. Serve a coca e vira-se, sorrindo, pra Matheus. Entrega o refri "batizado" pro segurança, que toca a mão de Breno por um instante.

Breno (apreensivo)- Então, cadê?

Matheus- Tá aqui... olha.

Ele abre a mochila, dá um grande gole (Breno sorri) enquanto isso e apanha o revólver. Prateado, frio. Breno o apanha e não consegue esconder a satisfação. Olha nos olhos de Matheus com um brilho no olhar, e aponta para um alvo imaginário atrás dele.

Breno- Assim? Tô fazendo certo?

Matheus (aproximando, ajeitando o braço de Breno)- Tá, tá sim...

Matheus continua ajeitando o braço de Breno, que o encara fixamente. Torso a torso, eles se encaram. "Eita, vai ser agora! Breno, encara!", ele pensa consigo mesmo, na hora em que Matheus o puxa para beijá-lo.

Pouco depois, Breno acende a luz, completamente vestido, um sorriso no rosto. Matheus, dormindo, jaz de cueca e com a palavra "Otário!" na testa, escrita com corretivo. Breno o prende com as algemas atadas ao grosso cano de metal, ele joga a chave na privada e dá descarga. Depois, ergue um frasco escrito "Clorofórmio" à luz, põe na mochila, junto com dois pedaços de corda e o revólver. Depois, abre a porta e diz, antes de trancá-la por fora:

"Nunca pensei que seduzir um cara fosse tão fácil..."

(intervalo)

Breno joga as chaves no depósito de lixo, ali perto, e depois entra no bloco J para a "fase dois" do plano.

Em sua casa, Pedro Henrique, Peruh e os pais estão jantando. De repente toca a campainha.

Mãe- Ai, acabei de me sentar... Pepê, abre lá, por favor.

Pedro Henrique vai, sem fazer objeção. Abre a porta e dá de cara com Breno, que sorri, mas faz um gesto de silêncio, apontando o canivete, escondido pela porta, para a barriga do ex-amigo.

Breno (baixo)- Não faz alarde! Responde apenas sim ou não!

Pedro H (fingindo, tenso)- O-Oi, Breno, tudo bom?

Peruh levanta a sobrancelha, mas nem olha.

Breno- Estou ótimo, obrigado por perguntar. Agora, você vai sair pra me ver depois que comer, certo?

Pedro H- S-Sim...

Breno- É bom que saia mesmo... você tá com medo? (ele sorriu, sádico)

Pedro H- Sim...

Breno- Estarei aqui, esperando na escada. Não demore.

Ele fecha a porta e Breno faz cara de satisfeito.

Pouco depois, Pedro Henrique sai, tenso, e se dirige até o outro lado do patamar, onde Brenp está sentado, apoiado nos degraus da escada.

Pedro H- Tô aqui... o quê você tá tramando, Breno.

Breno- O de sempre, morte à Marginal. E eu tenho uma proposta que você não pode recusar!

Pedro H- Ah, é mesmo? Porque você não chama Duílio...

Breno- Porque eu sei de um segredinho seu, e se você não me ajudar eu conto pro prédio todo e pra sua namoradinha o quê e o marginal Aleff estão fazendo nos outros blocos do prédio.

Pedro Henrique gela. Olha extremamente espantado para Breno, que sorri, cínico.

Pedro H (tenso)- Você tá blefando...

Breno- Claro que não! Depois que eu vi você carregando aquele microsystem ficou mais claro ainda.

Pedro Henrique se assusta. "Ele sabe", pensou. Hesita, mas assente e Breno se levanta.

Breno- Ótimo, agora, seja um bom menino e finja bem pra papai e mamãe. Fale o seguinte...

(intervalo)

Pedro Henrique está perante os pais, e um irritado Peruh, pedindo pra acampar com a barraquinha dele na área de lazer do prédio.

Pai (desinteressado)- Por mim pode... - e se vira para o quarto,

Mãe- E pode isso?

Pedro H- Pode, eu já tinha perguntado antes pra síndica...

Peruh (interrompendo)- Eu quero saber o quê Breno tá tramando.

Mãe- Filho, eu acho que o rapaz mudou... vá pegar a barraquinha, Pepê, pegue o que quiser também. - ela sorriu, complacente. Vira-se pra Breno, que está isolado. - Eu realmente acho que você está melhor, querido.

Breno (rindo)- É, a igreja está me ajudando muito!

Peruh (gargalhando)- Igreja? TU?

Breno- Sim... a Igreja... Protestantíssima com a Fé no Corpo Glorioso. Você devia ir, é a sua cara.

Peruh se irrita e fica vermelho. A mãe deles dois sorri para Breno.

Mãe- Sempre o achei um bom rapaz. Depois, me dê o endereço dessa igreja...

Breno (saíndo, com Pedro Henrique)- Pode deixar! - e fecham a porta.

Pouco depois, armam a barraquinha (ou melhor, Breno faz Pedro Henrique armar) no bloco F, na sede da Gangue.

Breno- Pronto, Pepê... agora, vai na casa da marginal...

Na casa dela...

Jéssica- Acampar lá embaixo, assim, agora?

Pedro H- Vamos... eu levo os jogos, e eu tenho uma surpresa.

Jéssica sorri, sapeca.

Jéssica- Quero! Quero sim! Hehe... a minha mãe já dormiu... vou escrever um bilhete pra ela e eu desço... espera...

Pouco depois, na sede da Gangue...

Pedro H- Entra aí, eu escondi a surpresa ali atrás, vou pegar...

Jéssica (animada)- Tá, eu espero!

Ela abre o zíper da barraca e...

Breno- E aí marginal?!

Jéssica não tem tempo para reagir. Breno mete um lenço de clorofórmio no rosto dela e ela desaba rapidamente. Ele a amarra, mãos e pés, e sai, o lenço de clorofórmio escondido pelas costas. Pedro Henrique está ali, apreensivo.

Breno- Muito bem, Pepê... mas eu tenho que fazer uma coisa agora...

Pedro H- Como assi...

Ele não dá tempo e cobre o rosto de Pedro Henrique com o lenço. Segura o amigo pra ele não cair e o bota dentro da barraca, junto de Jéssica. Em seguida, fecha a barraca, se senta e segura a arma, apontando para os dois.

Breno- Ah... eu venci.

(fim do capítulo 54) 





 

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