Pra você que não tem preguiça de ler =)

sábado, 30 de abril de 2011

(continuação, cap 35)




Duílio, que havia descido ao ouvir a pancadaria, espera Breno sair e aparece pra ajudar. Edward recusa a ajuda, mas Jéssica o acalma.
Jéssica- Ele mudou de lado, Mago.

Edward- Mas eu não confio nele!

Duílio (erguendo Edward)- Problema seu. Eu apenas não fico do lado de quem me espanca.

Wagner, por sua vez, está agachado, de cabeça baixa, possivelmente chorando. Edward e Duílio mantém certa distância enquanto Jéssica se ajoelha do lado ele.

Jéssica- Calma, Wagner... tá tudo bem, ele não iria fazer isso.

Wagner (irritado)- Iria sim! Iria sim! VocÊ não tava com um canivete espetado no pescoço! Eu sentia pela respiração dele! Ele está diabólico! Eu vi que ele não tava brincando!

Jéssica- Ele não faria isso, ele tem medo da FEBEM...

Edward- É isso aí.

Duílio- Eu acho... acho que ele faria sim.

Edward- Não se mete, cara!

Duílio (ignorando)- Tô falando pra vocês! Ele me ameaçou com uma faca! Quando eu fui na casa dele...

Jéssica (interessada)- Porque ele te quebrou? Por causa da Isabela?

Duílio- É apenas da minha conta.

Jéssica (irritada)- Ouxi, boy, se tu quer ficar do nosso lado...

Duílio (cortando)- Não, minha amiga, isso é entre eu e ele. Se eu resolver me vingar, vai ser sozinho.

Jéssica e Edward se entreolham, e ajudam Wagner a se recompor.

(intervalo)

Pouco tempo depois, no bloco E, Isabela desce, e encontra Rayanne com Luana Txainá lá embaixo. Rayanne parece apreensiva.

Rayanne- Ei, mulher, preciso falar contigo...

Isabela (irritada)- Que é que tu quer, minha irmã? Por tua causa, que eu sei, que Duílio levou aquele pau que Breno deu nele! Ele ainda tá todo doído por tua causa, piranha, e tu diz que ama ele!

Rayanne (relevando)- Escuta, Isabela, pro seu bem! Eu não fiz por mal!

Isabela- Saiu, foi? Sem querer?

Rayanne- Foi, foi por impulso!

Isabela- Você vai ver agora o quê é impulso!

Ela voa em cima de Rayanne, que grita. Elas rolam pelo chão, se arranhando e puxando os cabelos da outra. Luana Txainá só faz gritar, usando de sua voz gasgita, por socorro. Savanna, que acaba de descer do bloco G, ouve os gritos.

Savanna- O quê é isso? 

Ela se aproxima e vê as duas gritando e rolando no chão.

Savanna (desesperada)- Parem! Parem! Vocês não podem brigar!

Luana T- Deixa de ser a bondosa, ajuda a separar as duas!

Elas se esforçam ao máximo para separá-las. Rayanne está com marcas de unhas no seu rosto, mas consegue dar um tapa na cara de Isabela quando é separada desta.

Rayanne- Eu não te de motivos pra bater em mim, desgraçada!

Isabela- Você vai engolir cada tapa que o Dudu levou!

(intervalo)

Em casa, Peruh está absorto no computador. Pedro Henrique chega, um pouco ofegante. Parece cansado.

Peruh (indiferente)- Tava aonde?

Pedro Henrique o ignora. Fica na frente do ventilador. Peruh não dá a mínima e volta a atenção pro computador.

Pedro H- Cê acha que eu devo sair da Gangue?

Peruh fez uma enorme cara de nojo ao ouvir "Gangue".

Peruh- Sai. Não tá fazendo bem pra ninguém, nem praquele prepotente.

Pedro H- Eu tô com medo dele...

Peruh (impaciente)- Então porque pediu opinião?

Pedro H- Sei lá, Aleff sugeriu...

Peruh (dando um muxoxo de impaciência)- Agora esse menino controla a tua vida! Eu não gosto dele, ele é um saco, aquela mania de politicamente correto...

Pedro H (entusiasmado)- Ele é legal! Ele adora bandas japonesas também...

Peruh finge não ouvir, vidrado no computador. Pedro Henrique sacode a cabeça e vai pra janela. De lá, se espanta ao vislumbrar Breno diretamente embaixo, acenando pra ele e fazendo gestos pra ele descer.

Pedro H (gritando)- Já vou! Espera um pouco!

Já lá embaixo, Breno parece afim de contar alguma coisa.

Pedro H- Que foi?

Breno- Tenho um plano, pra desmoralizar a marginal... e você VAI me ajudar.

Pedro Henrique se espanta.

(fim do capítulo 35)


 

Nos Sombreiros

Capítulo 35 - Uma Rejeição e Uma Esperança





Pedro Henrique balança a cabeça várias vezes, e depois se deita.

Pedro H- Eu... tenho medo dele.

Aleff- Medo? Medo dele?
Pedro H- Ele tá dando muito medo ultimamente.

Aleff- Calma, cara. Cê sabe que pode contar comigo se... sabe, ele quiser acabar contigo.
Pedro Henrique dá uma risada, e aperta a mão do amigo.

No outro dia...
Breno desce. Está esperando o pai, para saírem juntos. Com um casaco preto, caminha até o parquinho falando no celular.  O céu está cinzendo e a areia, molhada.

Breno (falando)- ... tá pai. Já desci, tô aqui embaixo, quando chegar dá um toque. Tchau.
Ele sobe no parquinho, e de lá é observado por Jéssica e Wagner, do bloco A. Edward, de repente, aparece pela porta do bloco I. Ele faz cara feia pra Breno, que dá uma banana pro mago e ri. Edward releva, e anda até o parquinho, onde o outro está sentado.

Edward- Que é, resolveu virar macaco se pendurando no parquinho, é?
Breno- Olha só, o idiotazinho aprendeu a fazer piada.

Edward- Como é?
Breno- Ele não entendeu a metáfora...

Edward- Tu não vem com essa tua metáfora não que senão eu desço a porrada em você!
Breno- Ah, é? E com que força, que você não tem?

Edward- Tu tá pedindo pra ver, não é?

Breno (dá um salto, cai em pé defronte a Edward)- Eu tenho um tempo na minha agenda pra te espancar, otário. Dessa vez não tem titia síndica pra te protejer...

Breno se joga contra Edward, com uma cabeçada no tórax, e os dois caem. Jéssica e Wagner ficam em alerta e correm para o parquinho.

(intervalo)

Edward consegue arranhar o rosto de Breno mas o líder da Gangue é mais esperto, derruba o mago no chão e, após montar em cima dele, imobilizando-o, descreve uma sucessão de tapas e socos na cara do outro, que grita.

Jéssica e Wagner se aproximam do parquinho; Jéssica chega primeiro, e, chutando Breno com violência nas costelas, faz ele uivar de dor, caindo ao lado de Edward.

Jéssica- Você não vai bater em mais ninguém aqui, seu idiota!

Breno se move com dificuldade; Wagner tenta fazer uma gracinha e dá um tapa nas costas dele, mas Breno é rápido, puxa o braço de Wagner, fazendo ele se desequilibrar. Breno se ergue, ágil, e após imobilizar Wagner, puxa um canivete com uma lâmina anormalmente longa do bolso do casaco, espantando Jéssica e Edward, que ficam imóveis.

Breno- Eu tive que descer o nível, né? Vocês tão pedindo! O primeiro a se lascar é esse idiotazinho imundo aqui...

Jéssica- NÃO! Solta ele!

Edward- Solta!

Breno (puxando o cabelo de Wagner)- NADA DISSO! Solto... quando vocês lamberem os meus tênis! Vamo, lambam a areia dos meus sapatos ou vão ver como o sangue dele é imundo!

Edward- É o fresco, é?

Jéssica, porém, para incredulidade de Edward, se ajoelha aos pés de um Breno sorridente e sádico. Ela manda Edward fazer o mesmo, mas quando ele se ajoelha, Breno empurra Wagner em cima dos dois, que gritam de dor.

Breno- ECA! Se ele lambesse meu tênis, a baba ácida dele ia corroer meu pé! Sai, satanás!

Ele espana a areia do tênis e da barra da calça nos outros. Depois, avista o pai chegando na portaria, e vai até ele.

(intervalo)



 

Música

E aí galera?
Beleza, né?
Pra começar o dia com serenidade, nada melhor do que vocais profundos, certo? Então eu vou deixar vocês com Cyndi Lauper, cantando "At Last", no seu DVD "Live... At Last", de 2004.


Até mais, galera! Talvez volte com mais "Sombreiros" e "Amantes"!

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Os Amantes da Sexta

Capítulo 3 - Dando uma "Fugidinha"





Em uma semana os dois pareciam estar namorando. Na sexta feira, se encontraram com Renato e Sarah no T.G.I.F. com o intuito de apresentar os dois, mas não aconteceu muito como o planejado.

- Esse Renato? É ele que você queria me apresentar? - disparou Sarah, na primeira oportunidade de conversar com a prima no banheiro.
- É, eu achei que você gostaria de conhecer. - disse Gabriela com simplicidade.
- Affe, ele é chato, tímido, um nerd, um bobalhão! E ele tem barba...
- Esse é o menor empecilho, Sarah...
- Não, não tô afim, pode dizer pra ele...

Mas a situação na mesa não estava muito diferente...

- Essa é a Sarah que você me falou?
- É.
- Achei ela meio... atirada.
- Atirada? Ela e você nem falaram direito.
- Não tô falando de mim, Leo, to falando de você. Ela tá afim de você.
 - Opa, eu tô! - disse uma voz feminina atrás dele.
Era Marcela. Usava um microvestido vermelho e atraiu olhares de todo o balcão quando passou. Ela ajeitou o longo cabelo negro de um lado e sentou no colo de Leandro. Renato engasgou e ela deu uma olhada.

- Não vai apresentar o seu amigo, querido? - disse Marcela, sorrindo, maliciosa.
- Ah, claro... esse é o Renato, ele faz direito... - começou Leandro.
- Ah, DIREITO? - Soltou Marcela; ela saiu do colo de Leandro e sentou no de Renato, que fechou os olhos espantado. - Eu ADORO direito... e aqueles que vão pra direita.
- Q-Quê!? - soltou Renato, espantado.
- Eu sei, querido, desculpe, eu sou meio atirada... - diz Marcela, passando um braço pelo pescoço de Renato, que fica tenso.
- Marcela, a gente tá acompanhado, será que você podia...
- AAAAAAAAI! - ela dá um grito, e faz escândalo. O rosto tenso de Renato se torna em terror e ele fecha os olhos.

- Ele ficou de pinto duro!

- - -

Foi um escândalo.

Na hora, Renato quase teve um infarto; não bastasse as provocações dos homens do balcão, o chamando de "pirralho", "moleque", "tá no queijo, é?". Sarah, ao voltar para a mesa, também achou graça da história e caiu na risada, desagradando Leandro e Gabriela, que resolveram pagar a conta e sair dali. 

Rentao, porém, não quis carona de Leandro, e correu até o ponto de táxi da UFI e entrou direto no primeiro que viu. Gabriela ficou reclamando com Sarah por, no mínimo, uns 45 minutos, depois que o bar fechou, já que durante o expediente ela estava circulando com Marcela, sua nova amiga. 

Já Leandro ficou conversando sobre os motivos da ação evasiva tomada por Renato com Rodrigo e Henrique.

- Juro que não entendi.
- Cara, eu pensei besteira por um momento...
- Pensou o quê, amor?
- Eu fiquei achando que ele era gay por um minuto...

Os outros dois caem na risada.

- Gay? Sério?
- Ele teve uma ereção com a Marcela em cima dele? Ainda acha que ele é gay? - indagou Leandro, com um sorriso.
- Ah... ei falei que era besteira.
- Mas, talvez - fez Rodrigo. - ele possa estar zangado contigo, Leandro.
- Comigo?

Na porta do bar, a discussão era parecida.

- Ele sem dúvidas ficou zangado com você!
- Ele que se dane. É um pirralho, eu não tenho tempo pra pirralhos, priminha...
- Sarah, não seja tão cruel...
- Affe, você me traz pro T.G.I.F. depois daquela confusão pra me apresentar um banana e ainda por cima pegando o cara que eu tava afim!
- Sarah, eu não sabia... você disse "Olha aquele gostoso...", e eu estava de costas.
- Adorei sua justificativa...

As duas ficaram discutindo e pararam no momento em que Rodrigo e Leandro apareceram, se despedindo. No momento seguinte, Rodrigo fechou o bar e Leandro sorriu para as duas.

- Espero que não tenha estragado a noite de vocês.
- Quase, meu querido... - disse Sarah.

Gabriela fechou a cara, meteu a mão na carteira e tirou um punhado de dinheiro.

- Então eu vou coroar... toma! - Ela põe as notas com força na mão da prima. - Pega um táxi, para de falar bobagem. Até amanhã!

Ela dá uma risadinha e, puxando Leandro, que sorri, deixa Sarah pasma.

- Vai coroar, é? - disse Sarah para si mesma. - Você não vai estar usando uma coroa quando eu estiver com o seu namorado.

- - -

- Estou com fome... para ali, ainda tenho um dinheirinho...
- Eu pago, pode deixar...
- É meu lanche.
- É pra gente. - disse Leandro, com tom de ponto final. 

Eles entraram no drive-thru de um fast-food, e esperaram o pedido, durante a chuva que caía.

- Acho que você deveria falar com o seu amigo, Renato. Conversei com ele na quarta passada, ele é uma pessoa muito boa, muito melhor que a Sarah. Foi um pequeno erro nosso.
- É, eu sei. Eu acho que não devia insistir pra ele arranjar uma namorada.
- E depois daquela cena...
- Pois é... ele deve ter ficado realmente irritado. O Rodrigo supôs...
- Eu acho bacana... o Rodrigo e o Henrique.
- Sério?
- Acho... acho que todo mundo pode arrumar um amor.
- Você acha que arrumou o seu?

Ela olha pra ele, sorrindo, e com um "Talvez", beija Leandro. Um beijo intenso, e desejado pelos dois. Ambos não sabiam, a muito tempo, o quê era aquilo. Ao menos um beijo de verdade. Os abraços e carícias aumentaram, e o encosto do banco de Gabriela já estava abaixado quando umas batidinhas no vidro, seguidas de umas buzinadas, despertaram os dois do transe. Eles sorriram, envergonhados, e, pegando o pacote com o pedido, Leandro acelerou com agilidade dali.

- A gente se empolgou, né? - diz Gabriela.
- Foi. Que casa é mais próxima, a minha ou a sua?

Ela lança um olhar incrédulo para Leandro.

- Estou com vontade suficiente pra dizer que é a minha. Entra na próxima direita.

Empolgados e espantados com a própria pressa, chegaram em 15 minutos, derrubando várias coisas no caminho. O lanche caiu quando tentaram equilibra-lo na mesinha de centro e o refrigerante se espalhou pelo chão. Leandro jogou Gabriela no sofá, despindo a camisa logo em seguida. Os beijos e e carícias se tornaram mais calientes, até que uma figura vestindo apenas os shorts do pijama apareceu na sala, e ligou a luz, surpreendendo os dois.

- - - 
- - - 

Piada de Última Hora

E aí, galera? Beleza?
Vi essa piadinha e não resisti, tive que postar aqui...
Essa é pra Pedro, meu colega de Recife.
Até mais!
(continuação, cap 34)




Peruh consegue fazer Breno tropeçar e, juntos, os dois rolam a escada, Peruh ainda grita "DE NOVO NÃO!". Breno, porém, consegue agarrar o corrimão e, com um gemido, se levanta. Peruh cai de quatro e Breno o chuta na barriga, fazendo ele gritar de dor.
Breno- Não inventa de me bater, seu subalterno idiota!

Breno dá outro chute, mas Peruh segura o pé dele e dá uma pancada com força no joelho de Breno, que grita de dor. Breno cai e os dois iniciam uma briga de chão. Breno, porém, dá um mata-leão em Peruh, que, pra se soltar, morde o chefe.
Breno- AAAAI!

Peruh se levanta, tossindo e ofegando. Breno se levanta e se afasta. Depois, sobe e pega o fichário. Peruh o imita e pega o material escolar. 
Peruh (respirando fundo)- Já disse que... não ia tolerar mais nada seu.

Breno- Então não tente dar uma de bonzão.
Peruh- Você nunca me bateu antes...

Breno- Você pediu.
Peruh- Eu estou fora! Fora da Gangue! Não conte comigo, não ando junto de quem bate nos amigos!

Breno dá uma risadinha, levanta o polegar para Peruh e sai andando, dando gargalhadas.

(intervalo)

Jéssica se senta no banco contíguo ao parquinho, após almoçar e descer para relaxar. De repente ela escuta um barulho da porta de vidro se abrindo e se vira. É Duílio.

Jéssica- Olha quem é!

Duílio- Sou eu! Tava esperando quem?

Jéssica- Ninguém, na verdade...

Os dois se entreolham por um minuto. Duílio hesita, mas olha e senta no outro extremo do banco, separado de Jéssica pelo canteiro de flores. Ela quebra o silêncio, depois de algum tempo.

Jéssica- Eu... queria pedir desculpas.

Duílio- O quê?

Jéssica- Por ter... feito aquilo tudo com Isabela. Eu... exagerei.

Duílio (irritado)- Você exagerou? É essa a sua explicação?

Jéssica- Não falei que ia me explicar, ela só falou uma coisa que me irritou muito.

Duílio- Bem, eu acho que ela também ficou irritada. Você chamou ela de quenga...

Jéssica- Ela só pulou de um pro outro rápido demais... er...

Ela nota o olhar condensendente de Duílio e para de falar. Outro momento de silêncio.

Jéssica (falando como se estivesse fazendo um esforço grande)- Vocês... formam um belo casal.

Duílio olha pra ela, espantado. Silêncio. De repente ele sorri e se levanta. Ela olha.

Duílio (saíndo)- Brigado.

Jéssica se espanta com a reação dele, mas sorri. Pouco depois, Wagner aparece, vindo do bloco G. Cruza com Duílio, mas não esboça qualquer reação, apenas ignorando-o. Encontra Jéssica sorrindo sozinha e se espanta.

Wagner- Que foi?

Jéssica- Eu acabei de elogiar Duílio e Isabela pra ele.

Wagner- Como assim? Tá bem?

Jéssica (sorrindo)- Tô! Tô sim, é só felicidade de uma coisa que eu estou constatando.

Wagner- O quê? Conta!

(intervalo)

Jéssica- Ele vai perder tudo, Wagner. Perdeu a namorada, perdeu o melhor "tenente" dele... a Gangue dele tá indo de mal a pior.

Wanger- Eu concordo. Eles são desunidos.

Jéssica- É... por mais doido que ele esteja, por mais "arma letal" que ele seja, ele sozinho não é nada.

Wagner- Você acha mesmo?

Jéssica- Acho... acho sim, Wagner. Ele vai acabar se rendendo, ou entã ficará sozinho, sem amigos. Todos estão abandonando ele.

Ambos apenas se olham, pensativos.

No telhado do bloco B...

Aleff e Pedro Henrique estão ouvindo música, vendo o crepúsculo. De repente Aleff se senta.

Aleff- Me responde uma coisa, Henrique...

Pedro H- Diz.

Aleff- Duílio saiu da Gangue, Peruh tá quase saindo, com raiva de Breno... ele te fez tanta coisa, te humilhou... porque você também não sai?

Pedro Henrique se assuta mais do que devia com a pergunta, deixando Aleff curioso.

Aleff- E então?

(fim do capítulo 34)

Nos Sombreiros

Capítulo 34 - Outro Membro se Vai





O policial baixa a mão lentamente, como se fosse pegar uma arma; Breno, assutado, se vira e corre, e os policiais, meio lentos, vão atrás.

Policial- Pega! Pega!
Breno chega a rua asfaltada, perpendicular à de barro, e foge pelo meio do engarrafamento que se formava. Os policiais tentam, mas a chuva aperta e já não é possível ver muito além. Eles retornam para a rua de barro, onde Laura, ajudada pela senhora, se levanta.

Senhora- Pronto, minha filha... pronto, eu te acompanho até em casa.
Laura- Ele vai me pagar...

Senhora- Preste queixa, menina! Não se descuide!
Laura- Não preciso, moça... aquilo ali a gente tem que se vingar pessoalmente.

A mulher se espanta e fa o sinal-da-cruz.
O dia passa, e no dia seguinte, quinta feira, Peruh bate logo que volta do colégio na porta de Savanna. A menina atende, e fica com uma cara irritada ao vê-lo.

Peruh- Oi... Savaninha.
Savanna (mantendo a pose)- Oi, Pedro Vítor.

Ele se espanta com tanta pompa.
Peruh- Aconteceu alguma coisa?

Savanna- Aconteceu sim... e tem mais!
Ela vira um tapa na cara dele, e ele se choca.

Peruh- Q-Quê?! (pondo a mão no rosto)- O quê eu fiz?
Savanna (irritada)- Aquele papelão que você fez com Welington na porta da minha casa! Não quero que faça aquilo de novo! Quantas vezes já pedi?

Ela dá um grito e ele fica de cabeça baixa.
Savanna- Vocês acabam com o meu karma! Não consigo ficar tranquila com vocês! Pare de me visitar! Ou melhor, pare de me procurar! E não insista!

Ela bate a porta na cara dele, que escuta uma risada atrás.
(intervalo)

É Breno, com a farda do colégio ainda. Parece ter acabado de chegar.
Peruh- Que é agora?

Breno (zombando)- Pelo visto tá todo mundo na pinima aqui, né? Você não dá uma dentro com ela!

Peruh- Cala a boca! Você não quer que eu te provoque!

Breno- Pode provocar! O que vem de baixo não me atinge! E eu estou com a alma limpa, limpíssima! O que um banho de chuva no dia anterior não faz!

Ele dá uma risada; Peruh fica de punho cerrado.

Peruh (apontando na cara dele)- Não tire onda da minha cara, ouviu bem?

Breno (tirando o dedo do rosto dele com um tapa)- Não bota esse dedo na minha cara!

Peruh (largando a mochila)- Não bate em mim! - e cutuca Breno.

Breno (cutucando de volta, largando o fichário)- Não se atreva a tocar em mim, seu vagabundo!

Peruh se ira e, pra surpresa de Breno, se joga contra ele. Os dois brigam.

(intervalo)

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Música

E aí, pessoal!

Estou na maior emoção! Recebi meu primeiro comentário =D
Por isso, a música de hoje vai ser uma música que eu chamo de "Música de Comemoração".
Com vocês... o ABBA!
Até mais tarde!

Os Amantes da Sexta

Capítulo 2 - Interesses Revelados





Leandro pediu pra deixar Gabriela em casa, mas ela disse que precisava encontrar a prima. Ele concordou, e se despediu com um brilho no olhar que foi igualmente refletido no da moça. Já em casa, sua ausência na mesa do jantar incomodou dona Eulália, a autoritária mãe do rapaz. Alta, da altura do filho, os cabelos loiro-escuro presos no topo da cabeça, tinha uma ar de "Anos 90", de dona de casa tradicional.
A mãe, pomposa, entrou no quarto de Leandro, que, deitado com um short de dormir, parecia sonhar acordado.

- Que foi, meu filho, tá sem fome?
- Não mãe... não é isso. - desconversou Leandro.
- Aconteceu alguma coisa, filho?
- Não, mãe, é que...
 - Já disse que não quero você nesse bar nojento. Onde já se viu, sai até briga! - Exclamou dona Eulália escandalizada.
- Mãe! - Fez Leandro irritado. - Não aconteceu nada. Pro nosso bem, me deixa sozinho.
 - Meu filho, como...
- Na hora certa você deve saber. - Ele se levantou, obrigando a mãe a se retirar.

"Ele deve ter aprontado alguma coisa...", pensou Eulália. Disposta a descobrir, mas não naquela noite, Eulália se retirou e foi dormir.

O fim de semana passou rápido, pelo menos no sábado. No domingo, Leandro recebeu uma ligação inesperada de Renato, que ligou pra saber se ele tinha se ferido durante a briga. Os dois acabaram se encontrando num quiosque na orla de Ipanema.
- Mas, aí, conta, porque você não apareceu lá? - quis saber Leandro.
- Ah, não sei... não deu vontade.- Respondeu Renato, desviando o olhar.
- Tinha umas meninas bem bonitas...
- Ah, é?
- É... você tinha que se soltar mais, cara. - Disse Leandro dando um tapinha no ombro do colega, que deu um sorriso tímido.

Renato pareceu se lembrar de alguma coisa, e então se virou para falar.

- Tem uma pessoa... por quem eu perco o chão.
- Nossa! - riu Leandro - Pelo visto é apaixonado mesmo! Quem é ela?
- Não... não posso dizer agora. - Disse Renato, tímido, e voltando ao habitual semblante sério.

- - -

Num shopping, saindo do cinema, estão Gabriela e Sarah. Discutindo sobre o filme que acabaram de ver. Gabriela parece bem animada, mas Sarah está levemente entediada.

- Aff, que filme mais manjado. Não tem mais essa história de romance hoje em dia!
- Não acredito, Sarah. Você nunca ficou afim de alguém? 
- Afim, claro, priminha. Mas essa de amor é passado!
- Tá... - Disse Gabriela sorrindo.

As duas passaram a tarde no shopping, Gabriela servindo de encosto para as compras de Sarah. Numa determinada hora ela decidiu ir embora.

- Eu tô com fome, e vou fazer o jantar do Pedro.
- Ah, nossa, ele não se vira sozinho, não? - indagou Sarah, chateada.
- Eu gosto de fazer o jantar dele, prima. - Sorriu Gabriela. - Vou embora, ele já deve estar preocupado, e cheio de fome.

Sorrindo graciosamente, ela deu um beijinho na bochecha da outra, e saindo, com os cabelos esvoaçando.

- - -

Na segunda feira, corre-corre na UFI. Pessoas correndo para não perder as provas, pessoas correndo para estudar a prova, e outros correndo para achar o local da prova. Pouco depois, Henrique saiu da prova, suando um pouco, e foi até o bar do amado, que estava tentando consertar uma cadeira que foi quebrada durante a briga.

- Oi.
- Oi, amor... - Disse Rodrigo, sorrindo rapidamente.
- Tem certeza que você foi feito pra isso?
- Tenho, porque não? - Rodrigo dá uma risadinha.
- Não é melhor chamar um marceneiro, sei lá...
- Pra quê? Pra botar quatro parafusos?
- Ah, eu não saberia fazer...
- Deixa disso... você faria tudo certinho...

Henrique dá uma risada, e dá um "chute" na bunda de Rodrigo, que ri. Ele dá a volta no balcão, na mesma hora em que Leandro chega, ofegante, no bar.

- Oi, cara, tudo bom? - Diz Rodrigo.
- Tudo, tudo... precisando de uma mão?
- Ele já tem uma mão... - fala Henrique com um sorriso, erguendo as mãos, e sobe pro primeiro andar.

Os outros dois riem, Rodrigo balançando a cabeça. Leandro diz que vai pegar uma garrafa d'água, e Rodrigo só responde "um e cinquenta!". Logo depois, Leandro resolver ajudar Rodrigo de todo jeito, já que o outro perdeu os parafusos. Decorridos quinze minutos, a cadeira com todas as suas pernas de novo, Henrique apareceu pra soltar a frase "que lindo dois homens trabalhadores", fazendo Rodrigo se levantar.

- Vou ali dar umas palmadas nele... 
- Nossa - Disse Leandro.
- Se aparecer alguém, diz que tá fechado, Ok?
- Certo...

Leandro resolveu ligar a TV do bar, para ver um dos vários animes que Rodrigo colocara em sua memória. Aumentou o volume, para não ter que ouvir as "risadinhas" dos dois no andar de cima, quando, no segundo capítulo de "Tenchi Muyo", a sombra de alguém na porta do bar faz Leandro se virar. Era Gabriela.

- Ah, oi!
- Oi! - diz ela, sorrindo - Leandro, né?
- Sou eu...
- Você trabalha aqui?
- Não, sou só um colega.

Ela dá um sorrido.

- Desculpe.
- Sem problema...
- Eu esqueci meu óculos aqui... será que você poderia me ajudar a procurar?

Ele dá um sorriso.

- Está no meu carro, você esqueceu lá.
- Ah... - faz Gabriela. - Se importa?
- Porque a gente não dá um passeio?

O olhar dela era desafiador, e surpreso. Ela dá uma risadinha e faz um gracejo.

- Pode ser...

- - -
- - -

(continuação, cap 33)




Laura (sorrindo)- Lembra, na nosse terceira série... aconteceu algo parecido.

Breno (irônico)- Algo parecido, é?

Laura- É... quando a gente tava namorando.

Breno faz uma feição que mistura raiva e prazer.

Breno- Que tem?

Laura- Ah, vai dizer que esqueceu? Foi quando eu botei chifre em você! HAHAHAHAHA

A última frase dela é escutada por alguns jovens que estão sentados atrás de Breno. Eles riem, e Breno fica muito irritado.

Breno- Cala a boca!

Laura (sem dar atenção)- Aí todo mundo ficou sabendo, na quadra, e você chorou feito um pintinho! HAHAHAHAHA

Breno (gritando)- CALA A BOCA!

Ele bate na mesa com toda a força. O sorvete de Laura derrama nela, que se levanta. Breno agarra o braço dela com força e, saindo da sorveteria, no meio da chuva, a arrasta até uma poça de lama, na rua de barro. Ele joga Laura com toda força e ela geme.

Laura- AI!

Breno- Você merece mais, sua vagabunda!

Ele chuta um pouco da lama no rosto dela; umas senhoras na sorveteria ficam chocadas e levam as mãos à boca.

(intervalo)

Laura continua caída na lama, como se não acreditasse no que Breno fez. A chuva continua caindo forte, e uma viatura policial decide parar na esquina adiante.

Breno, ainda furioso, pega Laura pelos cabelos e força o rosto dela na lama. Os clientes da sorveteria gritam. Laura fica se debatendo inutilmente, batendo na água suja de terra que a sufoca.

Breno- Sua vagabunda! Você nunca mereceu tudo que eu fiz por você! Eu te amava, sua desgraçada! Sua puta!

Ele puxa a cabeça dela da lama, e ela fica arquejando.

Breno- Não ouse me humilhar mais, sua vagabunda. Você não sabe do que eu sou capaz, agora!

Laura (lacrimejando)- Me... solta, me solta! Aaai...

Ele puxa o cabelo dela com mais força.

Breno- Está avisada, não é?

Ele cospe no rosto dela e a joga com toda na lama, e fica lá, rindo.

Laura, molhada, suja de terra e com o rosto coberto e lama, toca primeiro no couro cabeludo e depois limpa um pouco o rosto. Breno finge uma cara de pena.

Breno (irônico)- Algo a dizer, querida?

(intervalo)

Laura vai se ajeitando, enquanto trovões são sentidos por todos. Uma das senhoras da sorveteria, no entanto, caminha cuidadosamente até o carro dos policiais, que conversam, distraídos, com o rádio ligado.

Senhora- Moço, faça alguma coisa, você e seu amigo!

Policial- O quê foi, senhora?

Senhora (indignada)- Não tá vendo não? Ali na frente! A menina tá sendo espancada pelo namorado dela!

Policial (se adiantando)- Vamos, vamos lá!

A mulher dá espaço pros policiais saírem do carro, enquanto Breno ainda sorri para Laura.

Laura- Eu vou me vingar... e você vai me pedir perdão de joelhos.

Breno- Eu não preciso do seu perdão. Vagabunda como você eu encontro em qualquer lugar.

Ele empurra Laura com o pé e ela, pega de surpresa, desaba na lama novamente. O policial grita, indignado.

Policial- Ô garoto! Tá pensando que tá fazendo o quê?

(fim do capítulo 33) 

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Nos Sombreiros

Capítulo 33 - Tudo Começa a Ruir





Isabela chora, e é chutada copiosamente por Jéssica, na barriga, embora sejam chutes fracos. Duílio fica em dúvida se ajuda ou não, com medo de apanhar mais. 
Breno chega perto, espantado com a violência de Jéssica.

Breno- Eita, sua indigente,  quem foi que te deixou fora de si?

Jéssica- Cala a boca!
Duílio (num assomo de coragem)- Faz... alguma coisa!

Breno- Nem sei quem é...
E calou-se ao ver Isabela no chão, suja de areia. Lágrimas saim profusamente de seus olhos e ela parecia humilhada. Breno apenas deu uma risada.

Breno- Essa aí merece apanhar mesmo!
Jéssica (espantada)- O quê?

Breno- Você agora é surda! Essa aí merece apanhar!
Duílio- Você...

Breno (se virando para ele)- Cala a boca. Você merece apanhar também. Se cala, ou vai sofrer mais!
Breno dá um sorriso e faz uma reverência à Jéssica, que se espanta. Depois, sai do prédio. Jéssica olha de Duílio para Isabela com altivez, cospe na ex-amiga e vai para casa. Os amados se unem, então, com Duílio ajudando Isabela a se levantar.

(intervalo)
Breno não precisa andar muito para achar o quê lhe interessa : Laura. Encontra, por acaso, a amiga saindo do hipermercado, e ela dá um aceno de cabeça para ele.

Breno- Oi!
Laura- Oi, Breno. Tá indo aonde?

Nesse momento, um trovão anuncia que vem chuva. Breno pega Laura pelo braço.
Breno- Pra qualquer canto coberto onde a gente possa conversar. Tenho novidades.

Ela sorri e, junto dele, correm pela principal da chuva que começa a cair. Logo os dois vão parar numa sorveteria, perto da casa dela. Ela deixa as compras em casa e volta, seu vestido branco levemente molhado.
Laura (se sentando)- Então, querido. Conte as novas.

Breno- Eu sou livre agora.
Laura (sorrindo)- Livre? Quer dizer...

Breno (completando)- Solteiro.
Laura- Ah, que coisa... agradável. (ela sorri)- O quê aconteceu?

Breno- Eu fui traído. Só isso.
Laura dá uma risada que incomoda Breno. Algumas pessoas próximas riem.

Laura- Desculpe - Ela põe a mão no rosto rapidamente e sorri - Lembrei de uma ocasião em que fiz o mesmo.
Breno a encara, com raiva. 

(intervalo)