(continuação cap 20)
Breno está quase chegando no bloco G, para subir pra casa, quando olha uma pessoa andando e fica furioso.
Ele observa Jéssica passando pelo bloco D, defronte, e ela o encara. Ambos ficam se olhando por alguns minutos, até que Breno se vira, furioso, e quase quebra a porta de vidro ao empurra-la pra entrar. Ela anda até a frente do bloco E, e vê Pedro Henrique se aproximando. Ela vai até ele, que tenta se esquivar, mas ela o segura.
Jéssica- Desculpe... a ignorância.
Ele fica imóvel, e silencioso.
Jéssica- Obrigado por ter me avisado, mesmo assim. E diga ao seu chefe que ele pagará.
Ela o solta, e se vira.
Pedro Henrique respira fundo.
Pedro H- O quê eu fiz pra vir parar aqui nesse prédio?
Ele vê Isabela que vem chegando. Ela acena.
Isabela- Ei, eu vi a marginal suja de terra, o quê aconteceu, hein?
Pedro H- Não aconteceu...
Isabela- Como é?
Ele está ainda respirando fundo, de tão aliviado.
Pedro H- Pergunta mais tarde pro seu namorado. Cuidado, ele pode estar furioso.
Ele sai, deixando ela confusa.
(intervalo)
Mais tarde, umas cinco da tarde. A noite começa a cair. Isabela e Duílio estão conversando na sede da Gangue.
Isabela (acabando de contar)- ... e foi só isso que ele disse, que Breno poderia estar furioso.
Duílio- Ele parecia bem tranquilo, até feliz, quando a gente encontrou ele hoje de manhã. Tem algo a ver com Jéssica, isso tenho certeza.
Isabela assente, e se vira quando Duílio eleva a cabeça para observar Breno vindo. Ele está completamente de preto.
Duílio (caçoando)- Virou gótico, foi?
Breno não responde.
Isabela- Tá lindo. Gostei da bermuda...
Breno- Seria minha roupa pra expressar luto pela marginal hoje.
Duílio- Como é!?
Breno explica o plano fracassado pros dois. Isabela leva as mãos à boca. Duílio apenas sacode a cabeça, assustado.
Breno- Vou dar um minuto de silêncio pro choque de vocês, OK?
Isabela- Você extrapolou agora.
Breno- Dane-se. Quero me ver livre dessa marginal dos infernos de uma vez. Vamos, quero comprar mais coca, vamos beber ao fracasso do plano.
(intervalo)
Breno, Isabela e Duílio estão à caminho do Carrefour. Já é noite. Na volta, Breno nota uma estranha movimentação numa rua sem saída, ao lado do posto. Uns três pares de olhos olhavam para ele, cheios de raiva.
Breno- Vão indo, eu quero comprar uma coisa aqui no posto...
Isabela, rindo de uma piada feita por Duílio, sem escuta direito. Os dois seguem para o prédio e Breno, inseguro, entra na rua sem saída.
Ele passa pelos três pares de olhos, mas seus "donos" não o seguem. Ele, estranho, olha para os olhos enquanto caminha e, ao virar-se, dá de cara com o líder dos trombadinhas. Os outros três o seguiram e o puxaram para trás. Ele deu um giro e um chute, fazendo um derrubar. Outros dois o seguraram pelos braços.
Líder- Você ferrou comigo, cara.
Breno (furioso)- Eu pensei que você era mais inteligente, seu leso! Ali na rua do Gênesis vive passando polícia, tem um posto policial lá perto! Cacete! - Ele acrecenta, quando um dos dois torce o braço dele para trás.
Líder (com raiva)- Por sua causa prenderam Zé Nildo! O outro saiu porque era menor, mas Zé Nildo se lascou! Eu quero a sua parte no plano!
Breno (suave)- Ora, se é só isso... não precisa de tanto alarde.
Breno para de tentar se livrar, e os dois caras o soltam.
Breno- Aqui... o celular.
Ele tira o chip primeiro, e entrega para o líder.
Líder- Realmente, novinho. Agora escuta, imbecil. Eu disse que queria só o celular e eu fico grato, mas meu pessoal ficou com raiva de você e alguns deles podem querer se vingar. É melhor ficar esperto.
Breno- Pode deixar.
Líder- Aliás, alguém aqui quer dizer algo? Quer executar a vingança de uma vez?
Ninguém fala nada.
Breno- Então, eu vou indo. Espero que a gente faça negócio melhores agora.
Líder- Espero nunca mais te ver, Sr. Esperto.
(fim do capítulo 20)
Nenhum comentário:
Postar um comentário