(continuação, cap 23)
Na sede da Gangue...
Pedro Henrique, Peruh, Duílio e Isabela estão reúnidos, todos parecendo aflitíssimos. Aleff se junta à vigília e se senta entre Duílio e Pedro Henrique.
Isabela (se levanta, anda de um lado pro outro)- Tomara que ele esteja bem! Ai, meu deus!
Ela cai na cadeira, assustando todo mundo. Peruh dá uma risadinha desdenhosa.
Duílio (baixo)- Sem noção...
Pedro H- Mas quem de vocês viu direito o quê aconteceu?
Aleff- Só vi quando eu tava descendo. Vi Breno correndo e rindo, de Jéssica, e de repente ele parou na porta fechada do bloco H e ela empurrou ele.
Peruh- Foi de propósito?
Aleff- De onde eu tava, pareceu de propósito.
Duílio- Não acho que ela faria isso de propósito.
Pedro H- Também não.
Peruh- Eu acho! Pra se vingar do negócio dos trombadinhas!
Isabela (alto, de repente, cortando eles)- Quero subir no prédio!
Todos se entreolham. De repente Peruh dá uma risadinha e puxa o baralho.
Peruh- Oito maluco! Bora!
Todos se levantam, menos Aleff. Peruh, Duílio e Isabela ficam indiferentes quanto à ele, mas Pedro Henrique faz sinal pra ele os acompanhar. Aleff sorri e acompanha os três.
(intervalo)
No trauma...
Breno acorda, meio desorientado. Imagens do vidro caindo ainda passavam como flashes nos seus olhos. D. Mércia percebe e se levanta, ao lado do filho. Ele tinha acabado de levar os pontos. Ergue o braço, sujo de sangue seco, e encontra o pulso enfaixado. Ri e pousa o braço ao lado do corpo, com um olhar mortal e cheio de rancor.
Breno- Ela vai me pagar caro por ter me empurrado no vidro.
Mércia (sem mostrar alteração)- Ela te salvou.
Breno vira dois olhos espantados pra ela. Mas a expressão torna a ser a de rancor.
Breno- É mesmo?
Mércia- É. Te salvou, me ajudou a te pôr no carro, essas coisas.
Breno- Tá certo.
Mércia (insistindo)- Nenhum amigo seu, quer dizer, que você chama de amigo, te ajudou.
Breno- Muito compreensível. Vai ver se espantaram com ela me ajudando e não quiseram comparecer.
Mércia- É assim que funciona a coisa?
Breno- Mãe querida, a menina briga à anos comigo, a gente vive se engalfinhado, a gente se ODEIA. Aí eu me lasco e ela me ajuda, não é espantoso?
Mércia- Ela apenas tem bom coração, meu filho. Ela teve pena de você.
Breno fica calado. Parece estar com vontade de dar várias respostas malcriadas e autodefensivas. Num momento a médica que atendeu Breno pergunta se ele está bem, e logo em seguida o libera.
(intervalo)
No telhado do bloco E, Isabela, Duílio, Pedro Henrique e Aleff estão conversando. Isabela está sentada na borda, porém escondida por uma antena de TV via satélite. Peruh está tirando onda de Rayanne e nem se incomoda de Aleff rir.
Peruh (falando)- ... e se você falar "Rayanne! PUDIM!" ela ri, gente!
Todos ficam rindo,
Peruh- Ela fala "HAHAHA, pu+dim!" hehe...
Duílio rola na telha de tanto rir. Isabela parece fria e aflita, e não para de olhar com censura para todos.
Duílio- Bela, vai ficar de vigia aí, é?
Isabela- Nada, apenas, quero ficar aqui. Estou desanimada.
Peruh- Se anima um pouco! Ele não vai ter nada. Segundo ele mesmo, "vaso ruim não quebra"!
Todos riem, agora com exceção de Aleff.
Duílio- Sai daí, aposto que já te viram. A gente se lasca se nos virem de novo.
Peruh- É, e subimos por sua causa.
Duílio (ao ver o rosto dela)- Ah, se anima.
Isabela levanta e dá um gritinho. Lá da beirada ela observa o carro de D. Mércia entrar na garagem e parar, com Breno saltando em seguida.
Isabela (se encaminhando à janelinha da saída)- Esqueça, já me animei.
(fim do capítulo 23)
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