Pra você que não tem preguiça de ler =)

quarta-feira, 13 de abril de 2011

(continuação, cap 24)





Pedro Henrique, Duílio e Peruh vão andando, mais tarde no mesmo dia, em direção à casa de Breno para visitá-lo. 
Pedro H- Cês acham que ele tá bem?

Duílio- Deixa de exagero, já é outro dia, ele só se cortou.
Pedro H- Mas será que ele ficou com algum trauma? Será que fez ele se tocar?

Peruh- Nada... deve estar o mesmo cabeça dura, quem dirá pior... vamos...
Eles passam pela fatídica porta do bloco H, agora com dois vãos onde estariam os vidros, e se depararam com Aleff sentado e ouvindo música no banco do bloco G. Pedro Henrique se adianta e vai até ele. Peruh e Duílio param, esperando.

Duílio (se adiantando)- Ah, vamos, que eu não quero levar esse daí junto.
Ele e Peruh se aproximam do bloco G, quando Pedro Henrique grita para esperá-lo. Depois ele vem, junto de Aleff.

Duílio- Breno não vai gostar.
Pedro H- Nós vamos dar só uma passada, ele nem vai notar. Eu ainda faço ele botar Aleff na Gangue...

Aleff parece com vontade de retrucar, mas todos lhe dão as costas e entram no bloco G.
Na casa de Breno...

Ouve-se o som da campainha. Breno, resmungando, vai até a porta e abre. Dá de cara com os três amigos e Aleff, atrás. Breno dá uma risadinha desdenhosa.

Breno- Ah, olha só...
Peruh- Amigo! Tá tudo bom contigo?

Breno- Tá sim... entrem.
Ele dá espaço pra todos entrarem e fecha a porta.

(intervalo)
Breno se vira. Todos se acomodam no sofá. Aleff está de cabeça baixa.

Breno- Mas, diz aí, como anda tudo, marginal dois?
Aleff levanta a cabeça. Parece inseguro.
Breno (abrindo os braços, fazendo graça; sorrindo)- Ué, não veio aqui pra me ver? Pra ver se eu estava bom? Eu estou ótimo, apenas de tipóia... mas ótimo.

Aleff se levanta, de cara dura.
Aleff (tentando ser irônico)- Tá de tipóia, é?

Breno- Tô, filhinho, tá cego? (ele ergue o braço direito)- Um pequeno contratempo, mas eu estou ótimo.
Aleff- Se está ótimo então eu posso fazer isso.

E Aleff dá um tapa forte na cara de Breno. O óculos dele voa e cai no chão, soltando uma lente. Pedro Henrique se levanta, e tenta forçar a saída de Aleff dali.
(intervalo)

Aleff tenta se manter firme, mas Pedro Henrique o empurra. Duílio apanha a lente e os óculos para Breno, que está apoiado com a mão esquerda na estante da televisão. Peruh continua sentado, sorrindo, excitado.
Aleff e Pedro Henrique já estão chegando na porta quando Breno, levantando o rosto e o tronco, dá várias risadinhas. Ele parece achar a situação hilária. Um filete de sangue escorre pelo canto esquerdo da boca de Breno, mas ele não parece se importar.

Breno- Espera.

Aleff vira. Pedro Henrique parece com medo e tenta abrir a porta, tremendo. Duílio fica atrás de Breno, na varanda, tentando consertar o óculos.

Breno- Vem cá, marginal dois.

Pedro Henrique abre a porta e tenta puxar Aleff, mas o amigo se solta e vai, de cabeça erguida, até o líder da Gangue, que limpa, lentamente, o filete de sangue da boca.

Breno- Eu me enganei com você, marginal dois.

Aleff- Ah, é?

Breno- É sim.

Aleff- Então vai me pedir desculpa?

Breno- Desculpa, de quê? Sua atitude foi honrosa.

Aleff- Como assim?

Breno (sorrindo, os dentes manchados de sangue e uma pequena olheira deixam seu rosto assustador)- Adorei esse tapa, adorei mesmo. Ninguém nunca tinha me batido na cara com tanto gosto, sabia? Nem a marginal...

Peruh ri, e Pedro Henrique lança um olhar aterrorizado pra o irmão.

Breno- Me enganei, marginal dois. Você é digno de Gangue sim. Agora eu pergunto, se você vai entrar ou não?

Aleff se espanta, assim como Peruh e Duílio.

(fim do capítulo 24)

 

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