Pra você que não tem preguiça de ler =)

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Nos Sombreiros

Capítulo 28 - Civilizados




Breno olha pro espantado Aleff e sorri.
Breno- Conversar? Claro, por quê não?

Aleff- Bem... porque... enfim. O quê tem feito?
Breno- Ah, nada demais, apenas saí caminhando por aí. Encontrei uma velha amiga.

Aleff (interessado)- É mesmo?
Breno- É. Laura, do IPEL. Fazia anos que eu não encontrava com ela.

Aleff- Legal...

Breno- Posso perguntar porque tá falando comigo agora?

Aleff- Só queria ser simpático. E percebi que você é simpático.
Breno- Ah... obrigado. Eu sei ser simpático quando o momento merece.

Ambos sorriem. Aleff acha o momento bem engraçado. 

Os dois falaram da vida. Breno falou de sua mãe, que a respetava apesar de tudo. Disse estar em dúvidas sobre Isabela e Duílio, e ouviu o conselho de Aleff de "deixar a situação acontecer sozinha, e ver aonde iria dar".

(intervalo)

Breno já estava contando piadas para Aleff, e, no meio de uma risada deste último, Pedro Henrique apareceu.

Pedro H (espantado)- Bem... preciso te mostrar aquilo que te prometi... (ele acena pra Aleff)- Vamos?

Aleff se levanta, vira pra Breno e acena. Breno ainda sorri, mas só depois de um minuto, nota que ficou sozinho. Toda a felicidade que passou junto de Laura, na tarde anterior, parecia ter se esvaziado.

Breno se levantou, levemente cambaleante. Tocou o rosto, levemente sujo pela mistura de garoa e suor, e tentou limpa-lo com a mão. Andou, vagarosamente, em direção à própria casa. No caminho, encontrou Savanna e Peruh discutindo; aparentemente, Peruh noucauteou o rival do Clã, e a amada estava-o repreendendo, mas Breno não pareceu escutar. Queria chegar em casa.

Abriu a porta. Olho de relance para a sala, na penumbra, e virou-se para fechar a porta, mas alguém tentava abrir do outro lado. Ele estranhou e deu espaço, e a mãe entrou. D. Mércia ligou a luz e viu o filho sujo, tanto de suor, tanto de rolar pelo gramado com Laura.

Breno nada diz, apenas larga a chave no balcão que separa a cozinha e a sala e vai beber água. D. Mércia deixa a bolsa na mesa de jantar, tira os sapatos de salto alto, fazendo cara de alívio. Depois se vira para o filho, que a observa.

Breno- Boa noite.

Mércia- Boa noite, filho.

Ele vira o copo de um gole e fica segurando como se fosse uma granada.

Mércia- Eu já te disse que estou preocupada com você, meu filho?

Breno- Já, milhões de vezes.

Mércia- Você ouviu alguma vez das millhões?

Breno vira e sorri.

Breno- O quê você quer, mãe? Seja sincera, estou num dia de sinceridade.

Mércia- Você aceitaria fazer análise, filho? Sabe, ir prum psicólogo?

Breno não esboça nenhuma reação, mas depois olha para a mãe como se avaliasse o pedido dela.

(intervalo)

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