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quinta-feira, 28 de abril de 2011

Os Amantes da Sexta

Capítulo 2 - Interesses Revelados





Leandro pediu pra deixar Gabriela em casa, mas ela disse que precisava encontrar a prima. Ele concordou, e se despediu com um brilho no olhar que foi igualmente refletido no da moça. Já em casa, sua ausência na mesa do jantar incomodou dona Eulália, a autoritária mãe do rapaz. Alta, da altura do filho, os cabelos loiro-escuro presos no topo da cabeça, tinha uma ar de "Anos 90", de dona de casa tradicional.
A mãe, pomposa, entrou no quarto de Leandro, que, deitado com um short de dormir, parecia sonhar acordado.

- Que foi, meu filho, tá sem fome?
- Não mãe... não é isso. - desconversou Leandro.
- Aconteceu alguma coisa, filho?
- Não, mãe, é que...
 - Já disse que não quero você nesse bar nojento. Onde já se viu, sai até briga! - Exclamou dona Eulália escandalizada.
- Mãe! - Fez Leandro irritado. - Não aconteceu nada. Pro nosso bem, me deixa sozinho.
 - Meu filho, como...
- Na hora certa você deve saber. - Ele se levantou, obrigando a mãe a se retirar.

"Ele deve ter aprontado alguma coisa...", pensou Eulália. Disposta a descobrir, mas não naquela noite, Eulália se retirou e foi dormir.

O fim de semana passou rápido, pelo menos no sábado. No domingo, Leandro recebeu uma ligação inesperada de Renato, que ligou pra saber se ele tinha se ferido durante a briga. Os dois acabaram se encontrando num quiosque na orla de Ipanema.
- Mas, aí, conta, porque você não apareceu lá? - quis saber Leandro.
- Ah, não sei... não deu vontade.- Respondeu Renato, desviando o olhar.
- Tinha umas meninas bem bonitas...
- Ah, é?
- É... você tinha que se soltar mais, cara. - Disse Leandro dando um tapinha no ombro do colega, que deu um sorriso tímido.

Renato pareceu se lembrar de alguma coisa, e então se virou para falar.

- Tem uma pessoa... por quem eu perco o chão.
- Nossa! - riu Leandro - Pelo visto é apaixonado mesmo! Quem é ela?
- Não... não posso dizer agora. - Disse Renato, tímido, e voltando ao habitual semblante sério.

- - -

Num shopping, saindo do cinema, estão Gabriela e Sarah. Discutindo sobre o filme que acabaram de ver. Gabriela parece bem animada, mas Sarah está levemente entediada.

- Aff, que filme mais manjado. Não tem mais essa história de romance hoje em dia!
- Não acredito, Sarah. Você nunca ficou afim de alguém? 
- Afim, claro, priminha. Mas essa de amor é passado!
- Tá... - Disse Gabriela sorrindo.

As duas passaram a tarde no shopping, Gabriela servindo de encosto para as compras de Sarah. Numa determinada hora ela decidiu ir embora.

- Eu tô com fome, e vou fazer o jantar do Pedro.
- Ah, nossa, ele não se vira sozinho, não? - indagou Sarah, chateada.
- Eu gosto de fazer o jantar dele, prima. - Sorriu Gabriela. - Vou embora, ele já deve estar preocupado, e cheio de fome.

Sorrindo graciosamente, ela deu um beijinho na bochecha da outra, e saindo, com os cabelos esvoaçando.

- - -

Na segunda feira, corre-corre na UFI. Pessoas correndo para não perder as provas, pessoas correndo para estudar a prova, e outros correndo para achar o local da prova. Pouco depois, Henrique saiu da prova, suando um pouco, e foi até o bar do amado, que estava tentando consertar uma cadeira que foi quebrada durante a briga.

- Oi.
- Oi, amor... - Disse Rodrigo, sorrindo rapidamente.
- Tem certeza que você foi feito pra isso?
- Tenho, porque não? - Rodrigo dá uma risadinha.
- Não é melhor chamar um marceneiro, sei lá...
- Pra quê? Pra botar quatro parafusos?
- Ah, eu não saberia fazer...
- Deixa disso... você faria tudo certinho...

Henrique dá uma risada, e dá um "chute" na bunda de Rodrigo, que ri. Ele dá a volta no balcão, na mesma hora em que Leandro chega, ofegante, no bar.

- Oi, cara, tudo bom? - Diz Rodrigo.
- Tudo, tudo... precisando de uma mão?
- Ele já tem uma mão... - fala Henrique com um sorriso, erguendo as mãos, e sobe pro primeiro andar.

Os outros dois riem, Rodrigo balançando a cabeça. Leandro diz que vai pegar uma garrafa d'água, e Rodrigo só responde "um e cinquenta!". Logo depois, Leandro resolver ajudar Rodrigo de todo jeito, já que o outro perdeu os parafusos. Decorridos quinze minutos, a cadeira com todas as suas pernas de novo, Henrique apareceu pra soltar a frase "que lindo dois homens trabalhadores", fazendo Rodrigo se levantar.

- Vou ali dar umas palmadas nele... 
- Nossa - Disse Leandro.
- Se aparecer alguém, diz que tá fechado, Ok?
- Certo...

Leandro resolveu ligar a TV do bar, para ver um dos vários animes que Rodrigo colocara em sua memória. Aumentou o volume, para não ter que ouvir as "risadinhas" dos dois no andar de cima, quando, no segundo capítulo de "Tenchi Muyo", a sombra de alguém na porta do bar faz Leandro se virar. Era Gabriela.

- Ah, oi!
- Oi! - diz ela, sorrindo - Leandro, né?
- Sou eu...
- Você trabalha aqui?
- Não, sou só um colega.

Ela dá um sorrido.

- Desculpe.
- Sem problema...
- Eu esqueci meu óculos aqui... será que você poderia me ajudar a procurar?

Ele dá um sorriso.

- Está no meu carro, você esqueceu lá.
- Ah... - faz Gabriela. - Se importa?
- Porque a gente não dá um passeio?

O olhar dela era desafiador, e surpreso. Ela dá uma risadinha e faz um gracejo.

- Pode ser...

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