Pra você que não tem preguiça de ler =)

terça-feira, 12 de abril de 2011

Nos Sombreiros

Capítulo 24 - O Passado Bate a Porta




Isabela desceu do telhado do prédio sozinha naquela noite, mas Breno disse que conversariam no dia seguinte e ela foi pra casa contrariada. 
Breno (para si mesmo)- Hoje eu pretendo descobrir o quê aconteceu...

Ele sobe, e a noite passa.
O dia nasce. Escola para todos. Menos pra Breno, que convenceu sua mãe à ficar em casa.

O garoto montou "barricada" na sala, com umas revistas, dois livros e um copo d'água apoiados em dois banquinhos. Deitado no sofá, assistindo TV, ele parece entediado e irritado, como sempre.
Breno (para si)- Que droga... nada pra ver, nada pra fazer... nem condições pra aprontar...

De meio dia e quarenta, tocam a campainha da casa dele. Ele espera. Tocam uma segunda vez. Ele, irritado, lembra que a moça da faxina não veio e faz menção de se levantar, quando tocam pela terceira vez.
Breno (alto)- Já vai, porra!

Ele se arrasta do sofá, contorna a pequena mesa de jantar e gira a chave para abrir a porta. Para seu espanto, a sua maior rival Jéssica se encontrava, lívida e cansada, na porta. Segura ainda o material escolar; é evidente que veio do colégio direto pra casa de Breno.
Breno- Ah, você! Achei que você viria.

Jéssica- Posso... entrar?

Breno- Pode, não estou portando nenhuma arma.
Ele dá espaço pra rival passar,  e fecha a porta às costas dela.

(intervalo)
Ela fica imóvel na sala, enquanto Breno cruza novamente a sala em direção ao sofá. Jéssica deixa o material na mesa de jantar e se senta, puxando uma cadeira da mesma. Breno, no sofá, pega o copo ao seu lado e bebe um longo gole. Volta a abastecer o copo e só aí olha para a rival.

Breno (com ar de riso)- Pode começar a falar.
Jéssica- Falar o quê?

Breno (impaciente)- Eu iria dizer "por que me salvou", mas vou começar com "porque está aqui?"

Jéssica- Quero conversar com você?

Breno- Você? Conversar comigo? (ele ri) Cara, tava precisando de um acesso de humor. Desde quando algo seu me interessa?

Jéssica- Desde agora! Que você me deve sua vida!

Breno- Que nada, minha mãe já estava chegando quando você foi ajudar... 

Jéssica- Deixe de ser orgulhoso! A gente devia parar com isso!

Breno- Isso o quê?

Jéssica- Essas brigas! Essa guerra! Isso tudo! Isso tá acabando com nossa sanidade mental e física! A gente ainda pode ser amigo!

Breno joga um copo d'água nela, que se cala, chocada. Ele se levanta, enquanto ela, fazendo o mesmo, tira a água da cara.

Breno- NUNCA... mais repita isso. Nunca. Nunca seremos amigos de novo. Amigos não traem, e eu não perdoo traição. Sai daqui, anda!

Ela se assusta quando ele brande o copo ameaçando-a, e, agarrando seus livros, escancara a porta e sai. A porta bate debilmente no portal, até Breno, que, lívido, ainda brandia o copo pro alto, ir fechá-la.

Nenhum comentário:

Postar um comentário