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sexta-feira, 4 de março de 2011

Chuva de Vento, capítulo 6



6


- O quê está passando na sua cabeça, meu filho?
- Faz tempo que você não me chama gentilmente de "fliho".
Risos.

- Seis anos, pra ser exato. - Ele continuou.
- Por favor, eu não quero falar muito do passado. O seu futuro que é importante e primordial pra mim agora. Você e Amélia são a minha família e minha vida, preciso cuidar de vocês. A felicidade de vocês é o que me interessa.
- Se minha felicidade lhe interessa, quer dizer que você está feliz pelo que sou?
- Estou feliz por você estar feliz, meu filho. Pode parecer que estou forçando a barra, mas não é. Não vou dizer que é o quê eu sempre desejei, mas eu desejei que você encontrasse uma pessoa que lhe fizesse feliz, e eu tenho certeza que o Marcelo faz.
- Jura?
- Eu vejo pelo olhar de vocês, como se amam. Como se respeitam. Vejo cumplicidade. Você não poderia estar melhor meu filho.
Mãe e filho se olharam, ligeiramente lacrimosos. Mãe e filho, depois, se abraçaram. André, feliz.Judite, tentando entender o momento. Mãe e filho choraram de emoção. Depois, mãe e filho recuperaram o tempo perdido. Conversas, fofocas, revelações, confidências, e acima de tudo, saudade. Toda a saudade de uma mãe que viu o filho a abandonar por causa de uma separação, e toda a saudade de um filho que negou sua mãe, mas se arrependeu até o presente momento, foram ao chão. O quê não fazia uma simples conversa? Eles recuaram um pouco com a chegada de Amélia, sorridente.

- Mãe, tá ficando tarde. A vó vai ficar meio irritada... 
- Vamo sim, filha... chama o seu cunhado pra gente ir.

Mais risos.
Aquele era um dia de felicidade. Era um dia de risos. De amor, acima de tudo. Era um dia para esquecer os males do passado, e pisar com o pé direito no ano que iria chegar. Judite se sentiu radiante. Tinha reencontrado com o filho, tinha recuperado a confiança dele, e de bônus, tinha conhecido o seu "noro". Não foi isso que idealizei, pensou ela novemante, mas foi o que fez ele feliz.

Na volta pra casa só felicidade, piadas, risos e mais ABBA. André prometeu à mãe chegar cedo para a festa que haveria na casa da avó e, sorrindo, beijou a mãe aos se despedir dela, fazendo a alegria de Amélia e de uma assustada Fátima, que havia corrido ao portão ao notar a presença dos recém chegados. Sua expressão rápida de felicidade logo voltou a expressão mortificada que estivera em seu rosto, ao correr ao portão.
- O que foi, Fátima?

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