Capítulo 13 - Reabilitação?
Breno vai pra casa. Meio satisfeito, meio enfurecido. A mãe dele nota. Já tinha muito tempo que os dois não conversavam, tampouco que ficavam à sós. Breno tira a camisa, como habitual, e vai para o quarto. Liga o computador e espera ele carregar. A mãe se aproxima.
Mãe- Filho... tá tudo bem?
Breno (indiferente)- Tá.
Mãe- Mesmo?
Ela entra no quarto e vai lentamente até ele.
Mãe- Eu não acho que tá tudo bem, meu filho.
Breno (virando-se na cadeira, levemente irritado)- Ah, é? E é o quê? Eu tô ficando doido?
Mãe- Sabia que às vezes dá vontade de falar que sim?
Breno (se erguendo, indo pra sala, falando alto)- Ah! Agora até você me chama de doido! Muito obrigado pelo seu apoio! Sério mesmo!
Mãe (seguindo o filho)- Meu filho, não é assim que você vai resolver tudo!
Breno (virando-se pra ela)- Ah, é? E como é?
Mãe- Você precisa de reabilitação! De uma boa conversa!
Breno (levemente histérico, alto)- REABILITAÇÃO!?
(intervalo)
Breno fica fora de si. A mãe tem medo dele.
Breno (cuspindo as palavras)- Você acha que eu sou algum doido, drogado, um infeliz desses?! Eu sou MUITO feliz, se você quer saber!
Mãe- Então pra que toda essa raiva? Esse ódio! Você parece disposto a querer destruir a vida daquela menina...
Breno- Ela é uma marginal! Uma idiota que quer destruir a minha vida! E se você também quer destruir a minha vida você também é uma marginal, sua infeliz!
A mãe vira um tapa na cara de Breno, que instintivamente, faz o mesmo com ela. Ele leva as mãos a boca depois. Ela de repente o empurra contra o sofá e desfere vários golpes contra ele, que grita.
Mãe- Você vai apanhar hoje tudo que eu nunca lhe dei, seu malcriado!
Breno (tentando se esquivar)- Ai, para! Para!
Mãe- Você tá merecendo, seu grosso! Eu nunca bati em você e você me mete um tapa na cara! Você nunca vai ser perdoado por isso! Eu tenho vontade de te enfiar num sanatório!
Breno- Para, me solta!
Ele de repente empurra a mãe, que se dá conta do que fez com o filho. Ela nunca gostou de bater nele e parece se arrepender, em parte. Olha pra Breno, respira fundo e aponta pro corredor.
Mãe- Vai pro seu quarto, e fica lá até eu te chamar. Não discuta.
Ele vai, levemente assustado, mas dá dedo pra mãe quando essa lhe vira as costas.
(intervalo)
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