Chuva de Vento, capítulo 7

7

 - A minha mãe infartou?

- Calma, mãe...

- Calma, dona Judite! Seu tio Geraldo já levou ela pro hospital...

- Senta aqui, mãe, senta.

- Fátima, me conta isso direito!

A empregada suspirou e contou. Contou que, quando Judite e Amélia saíram, D. Luíza quis levar a máquina fotográfica da filha, que ela esqueçeu na poltrona, aproveitando pra resmungar que a filha esquecia tudo, que era desorientada, e afins. Ao virar a esquina, viu Judite e Amélia entrando no carro de um desconhecido, e ficou intrigada. Quando Jane chegou, para deixar algumas travessas para a festa de ano novo, D. Luíza interrogou a filha, perguntando se ela conhecia alguém que tinha um "jipão preto"...

- E aí tia Jane simplesmente deixou escapar, né?

- Ah... Maria Rejane, você não podia ter falado...

- Mas é verdade o que ela disse, dona Judite?

- Fátima, se é verdade ou não é irrelevante. A minha mãe está no hospital, tudo por causa da idiota da minha irmã que deu com a língua nos dentes!

- Ah, então é verdade, né?

- Fátima, vai pra put...

E a discussão se seguiu, em níveis mais baixos, nos 25 minutos seguintes, até Amélia (que após se cansar de rir, já havia tomado banho e estava rindo novamente) sugerir que a mãe tomasse banho para elas irem ao hospital, atrás de D. Luíza. Chegando lá, deram de cara com Jane, de cara lívida e preparada para um possível embate com a irmã.