Capítulo 3 - Vendo a Grana Voar
Breno (irônico) - Posso saber o motivo da procissão na porta da minha casa?
Síndica- Deixe de gracinhas.
Mulher- Essa menina aí, e o bando dela, tão dizendo que você e sua ganguezinha estavam também em cima do prédio, o senhor super honesto confirma?
Todos da Gangue olham pra ele, pressentindo a resposta.
Breno- Uma acusação forte, senhora... (Peruh ri)
Síndica- Cale a boca!
Breno (cortando ela)- Confirmo sim.
Mulher- Ótimo! Então você que jogou a telha no vidro do carro do meu primo?
Breno- Não moça, eu não sou tão mau assim (a Gangue ri rapidamente). Ah, e peça desculpas a seu primo, não era nossa intenção.
Mulher- "Nossa"?
Breno- Nos apenas estavamos num agradável passei matinal pelos telhados do prédio, minha amiga. Não achavamos que essa corja de marginais (ele aponta pro Clã) iria aparecer lá.
Síndica- Você sabe que não se pode subir...
Breno (cortando)- Claro que sei, mulher! Tanto sei que ninguém nos viu subindo. Nós temos técnicas interessantes!
Mulher- Você é muito petulante,
Breno- É uma qualidade dos melhores.
Mulher- Como?
Breno (para si)- Ela não entendeu a metáfora...
Síndica- Então estavam todos lá, não é? E resolveram, como disse, dar um passeio matinal pelo telhado, não é, Sr. Breno?
Breno meramente ri.
Síndica- Pois bem. Acredito que o senhor vá pagar o prejuízo, não é?
Breno- Aí, eu discordo da senhora, dona Cil... não acha que o prejuízo é de todos? Afinal, todos nós (alteando a voz) estavamos no telhado. (encarando a síndica) Acho que o prejuízo será de todos, não é?
Síndica- Isso é com vocês. Já está no livro de ocorrências. Vou relatar tudo aos pais de vocês.
Breno (friamente)- Fique à vontade, querida.
(intervalo)
Duílio- Eu conheço você, Breno, e seu jeito. Mas porque você contou a verdade pra síndica?
Breno- O clã de imbecis iria desmentir tudo. Use sua cabeça, Duílio. A gente iria ser culpado pelo prejuízo de todo o jeito.
Duílio- E o prejú?
Breno- Todos nós vamos pagar. Eu usarei a força para exigir isso...
Todos se encolhem levemente.
Breno- É, meus queridos, vamos ficar lisos.
Um mês depois...
Breno (reclamando, está furioso)- QUE MERDA! Não vou ter mesada esse mês!
Duílio- Eu pior! Meu pai tirou o prejú da minha poupança! Ah... Breno.
Breno- Que é?
Duílio- Olha quem tá chegando...
Um carro cinza (Chevrolet Meriva) vem se aproximando. Entra em direção ao bloco E. Pouco depois, desce do carro Isabela, a curvilínea "mascote" da Gangue, então namoradinha de Breno.
Breno (sorrindo)- Hello!
Isabela (rindo)- Comigo é "hola", eu sou do Chile, seu leso!
Ela passa, dá um beijo na bochecha de Duílio, e depois vai até Breno, que a abraça. Ele ri, e dá um beijinho nela. Duílio fica ligeiramente constrangido e vira o rosto. Faz cara de "segurando vela".
Isabela (falando pra Breno)- Tava com saudades... principalmente de você...
Breno- Eu também... escuta... você me salvou da depressão. Escuta essa história...
Eles se sentam, no banco em frente ao bloco E. Duílio, sentido-se levemente deslocado.
(intervalo)
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