Pra você que não tem preguiça de ler =)

terça-feira, 31 de maio de 2011

(Auto)Crítica - Os Amantes da Sexta

Fala pessoal!

Seguinte, "Os Amantes de Sexta" foi muito bom pra mim, mas queria saber da opinião de vocês. Os casais felizes agradaram? O destino de Sarah também? E o final do T.G.I.F.?
Queria muito saber se eu tô escrevendo bem ou mal, quero publicar coisas de qualidade, e não há crítico melhor que o público.

Fica aí o pedido e não sejam caridosos.
Abraço!

segunda-feira, 30 de maio de 2011

(continuação, cap 47)




Amanhece um sábado sem nuvens. Há vento e pessoas animadas. Jéssica desce cedo e vai em direção ao Clã, com a intenção de jogar algum jogo com bola. Na sede, encontra Alysson, de costas. Ele escuta os passos dela e se vira. Os dois se entreolham, envergonhados.
Jéssica se aproxima e toca o rosto dele, no local em que Breno jogou uma lata, tempos atrás.

Jéssica- Nem dá pra ver as marcas dos pontos!
Alysson sorri, corando de leve. Ela disfarça e se vira para o arbusto onde escondem as bolas.

Jéssica- Cadê a pequenininha que a gente joga baleado?
Alysson- Tá atrás da de volley... vamo fazer um torneio?

Jéssica- Foi o quê eu tinha pensado!
Alysson- Certo! A gente não faz um tem tempo...

Jéssica- É... eu vou pegar a bola e a gente reúne a galera na quadra. Te vejo lá daqui a pouco!
Alysson- Falô! - e monta na bicicleta, passando pelos blocos.

Jéssica vai para o outro lado, e chama Duílio. Ao passar pelo bloco J ela hesita, mas acaba chamando Pedro Henrique, que arrasta Peruh contra a vontade dele. Os dois resolvem chamar Aleff, que desce. Logo todos se reúnem na quadra. Todos alegres.
As Pirralhas chamam Savanna, e ela acaba descendo. Peruh olha para a antiga amada, mas baixa os olhos. Savanna percebe e traça uma reta até ele, que fica de fora quando os times são traçados. Ela se senta no banco, ao lado de Peruh, e ele evita o olhar dela.

Peruh- Que é? Você não quis carinho quando eu quis lhe dar.
Savanna- Você pelo menos me escuta?

Peruh fica indiferente, mas Savanna se mantém do lado dele e tenta uma reaproximação. Welington vê os dois e, fuzilando Peruh com o olhar, tenta ir até o banco, mas Jéssica o segura pelo braço.
Jéssica- Ela falou comigo! Ela só tá querendo se desculpar porque foi grossa com ele!

Welington- Mas ele é doido por ela!
Jéssica- Se acalma, ele acha que vocês dois tão juntos.

Welington parece sorrir depois disso.
Num determinado momento, as Pirralhas estão fazendo coro para Alysson acertar a jogada, e Savanna e Peruh já estão mais calmos e comentando o jogo. Nessa hora, eis que Breno desce e vê a felicidade de todos. Percebe também que estão felizes, e sem ele.

(intervalo)

Breno então começa a dar a volta pelo prédio, lançando olhares malévolos à Jéssica, o Clã, e seus amigos renegados. Põe os fones de ouvido e nessa hora começa a tocar "Good Enough", do Evanescense. 
Ele atravessa a rua, e percebe que sua presença foi indiferente lá embaixo. Se dirige para a viela que contorna o condomínio e ali fica, parado. Tenta achar graça nos carros que vão passando, do lado de fora, e nas pessoas que caminham, apressadas, do outro lado do muro. De repente, Breno olha em volta, e percebe que ali ele está sozinho.
Sozinho. E ele se incomoda com isso. Anda e, desesperado, olha em volta e vê que está sozinho. Olha em volta e ninguém olha pra ele, ou melhor, ninguém quer vê-lo. Desesperado, Breno solta um grito, um grito que vai se tornando cada vez mais agudo e inaudível. As lágrimas rolam pela sua face e, triste, continua andando, até chegar no reservatório de água do bloco A, um enorme bloco quadrado de concreto fincado no chão.

Senta ali e, agora que já começa a escurecer, deita-se. Olha o crepúsculo e não faz nada a não ser chorar.
Do lado de fora dos Sombreiros, através das grades, um ônibus para, e dele salta Matheus, que cruza a principal correndo. Ao olhar de relance para o interior do condomínio, Matheus percebe Breno deitado e chorando. Acelera o passo e, minutos depois, se aproxima devagar do menino, que chora, inconsolável.

Matheus (tentando entender)- Cara? O quê foi?
Breno não parece ter percebido que Matheus está ali e continua chorando.

Matheus se senta ao lado de Breno e, olhando em volta, hesita mas ergue Breno à vertical e o abraça. Breno de repente volta a si e, ao perceber quem o está abraçando, repara no toque e na respiração. Percebendo o que deve fazer, bola um plano rapidamente e, do nada, abraça o segurança que, surpreso, parece gostar.

Matheus- Fala, cara... o quê foi?
Breno (fingindo grande emoção; apertando o segurança)- Eles... eles me abandonaram! Eles não gostam mais de mim! Eles me julgam, me abandonaram, nem falam mais comigo! Eu estou sozinho... estou... sem ninguém que goste de mim...

Matheus (respirando descompassado)- Cara, eu tô aqui... eu sou seu amigo... eu gosto de você.

Ele o aperta e Breno, sorrindo sem Matheus ver, percebe que seu plano vai dar certo.

(intervalo)

Matheus repassa as conversas dos dois mentalmente, ainda abraçado com Breno. Ele olha em volta furtivamente e, quando Breno se acalma (ou finge se acalmar), ele o solta.

Matheus- Cara... tava aqui pensando nas coisas que a gente conversa... você me disse, certa vez, que tinha vontade de saber atirar, não é?

Breno arregala os olhos, não conseguindo esconder sua animação, mas rapidamente volta para o semblante de tristeza.

Breno- É... mas por que essa pergunta agora?

Matheus (olhando em volta)- Ah... assim, acho que é uma coisa que te animaria. 

Breno- É... - ele sorri, indecentemente - é, acho que seria legal.

Matheus- Você quer que eu te ensine a atirar?

Breno (sorrindo)- E você faria isso por mim?

Matheus (animado)- Claro! Faria tudo para te animar, cara!

Breno sorri, como se o avaliasse. Depois acena com a cabeça. Matheus sorri, empolgado, e se levanta para ir embora. Breno se deita quando ele sai e, de repente, vê uma situação inusitada: vê Pedro Henrique e Aleff, descendo correndo o bloco A, pelas frestas dos comnbogós. Os dois parecem querer disfarçar alguma coisa, mas ao mesmo tempo estão animados e Aleff segura um embrulho na mão.

Breno (pensando)- Huuum... aí tem coisa... e eu vou descobrir o quê é.

(fim do capítulo 47)

Nos Sombreiros

Capítulo 47 - Refazendo os Planos





Breno solta Laura, finalmente, e a joga no chão. Ela cai com um ruído seco, entre algumas folhas mortas que estão ali no chão. 

Breno (irônico)- Não sabia que a senhorita era tão esperta...
Laura- Não! Eu só... queria dar um susto em você, só isso...

Breno- Marcando a minha pele? - ele mostra o braço e os cortes.

Laura fecha os olhos quando o sangue pinga e cai na face dela.

Breno- Deixe de ser idiota, que eu te conheço. Você não é de susto, é de infarto. Você queria que eles acabassem comigo. Sorte que eu me fiz de vítima e acabei com eles primeiro. Mas agora é a sua vez de se ferrar, Laurinha...

Ele avança, e Laura se arrasta pra trás, pelas folhas secas; ela encosta num galho que está ali caído e o agarra. Breno não nota.

Laura (irônica)- Vai fazer o quê, me estuprar?

Breno (sorrindo com desdém)- Porque não? Ia só dar um sumiço em você na mata...

Nesse momento Laura age rápido, e bate o galho com toda força nas canelas de Breno, que grita de dor e cai no chão. Ela se levanta, ofegante, e limpa as roupas. Se afasta dele.

Laura- Você não perde por esperar, seu desgraçado. Eu ainda vou te matar.

Ela corre, sem olhar para trás. Breno ainda está massageando a perna onde foi atingido, e só consegue vislumbrar o vulto de Laura correndo quando levanta a cabeça.

Breno- Não, Laura... eu que vou te matar.

(intervalo)

Breno volta ao prédio, mancando. Passa pela portaria e chama a atenção de Aleff e Pedro Henrique, que estavam sentados no banco em frente ao bloco A.

Aleff (preocupado)- Ei, cara! Tá tudo bem, cê foi assalta...

Breno (interrompendo, irado)- NÃO É DA TUA CONTA, IDIOTA!

Pedro Henrique faz Aleff sentar quando este se levanta para responder.

Pedro H- Deixa... ele se cuida melhor quando sozinho quando se machuca.

Aleff (irritado)- Será que esse cara nunca vai entrar na linha?

Pedro H- Cara, "entrar na linha" não existe no vocabulário dele...

Aleff- Eu ainda acho que ele vai pedir penico.

Pedro Henrique sorri, e eles voltam a falar de música.

No bloco I, na área de lazer...

Breno vai andando pra casa e encontra Isabela sozinha. Os dois trocam olhares fulminantes, mas ela repara na perna dele e demonstra preocupação.

Isabela- Breno, que foi isso?

Breno (irritado, empurrando ela)- Me deixa! Sai!

Isabela- Cara, deixa eu ajudar!

Breno- Ajudar o quê! Aaaai, aquela vagabunda...

Isabela- Que vagabunda? Breno, fala direito!

Breno (irritado)- Sai, me deixa em paz! Aquela vagabunda é problema meu!

Ele sai, no momento em que Duílio desce e sai pelas portas do bloco I. Isabela balança a cabeça e Duílio percebe Breno mancando, ao longe.

Duílio- Que foi?

Isabela- Sei lá! Ele só disse de uma vagabunda...

Duílio (interrompendo)- Ah, saquei tudo.

E, puxando Isabela pro banco, começa a contar a antiga história de Breno e Laura.

(intervalo)


domingo, 29 de maio de 2011

Música

E aí, galera! Tudo em paz?

Tô triste porém animado com o fim de "Os Amantes da Sexta". Consegui me envolver com a história, e acho que dei um desfecho digno para ela. Por isso, vou lhes deixar com uma música que eu viciei e me deixa animado e relaxado: a indiscritível Enya, cantando "Amarantine".
Aproveitem, relaxem e leiam o capítulo, hehe!
Boa semana pra vocês!

Os Amantes da Sexta (Último Capítulo)


Capítulo 15 -A Vida têm Que Continuar





Mais tarde naquele mesmo dia, Sarah chegou em casa, deparando-se com um carro azul, com uma familiar marca de impacto na lateral direita. Achando que aquilo deveria ser mentira, Sarah apressou-se e escancarou a porta, deparando-se com os pais, Leandro e Gabriela, que estava com um curativo no supercílio, além do braço direito enfaixado. A morena sorriu para Sarah quando ela entrou.

- Então, tia, aqui está a minha agressora... com a chave do carro na mão.
- O q-quê? - gagegou Sarah, olhando para a própria mão.

O pai dela não parecia estar nada contente e avançou contra a filha, segurando-a firmemente pelo braço, fazendo ela gemer. A mãe dela mantinha um olhar firme e duro.

- Quer dizer que você pega o carro que eu passei dois anos pagando e o usa como arma contra sua própria prima?
- Calma pai! Eu posso explicar...
 - Explicar o quê? - ele arrastou Sarah para fora de casa. Abre a porta e se depara com os dois carros amassados. Ele joga a filha no chão.

- Eu sabia que tinha que ter te mandando prum internato! 
- Pai, deixa eu explicar!
- Cale a boca! CALE a boca! - ele diz, quando Sarah tenta falar. - Não sabia que você era tão impulsiva, garota. Você destruiu um carro só porque perdeu o namorado, minha filha?
- Ela é uma safa...
- Safada é você! Você sabe que a gente não tem muito! Que eu trabalhei muito pra pagar um carro pra você! E você faz o quê? Você o destrói pra se vingar do seu ex-namorado!
- Pai...
- Nada de "pai"! Você vai morar com a sua avó, em Minas! Até tomar jeito! E eu vou garantir pessoalmente que ela não lhe dê nenhuma regalia!
- Pega leve, pai!
- Pega leve uma ova! Olha o quê você fez com o carro! - ele aponta o carro, histérico; voa cuspe de sua boca e uma veia no seu pescoço está ligeiramente saltada.

A mãe de Sarah faz Gabriela e Leandro voltar para dentro da casa.

- Essa menina sempre nos deu muita dor de cabeça... você sabe.
- Não, apenas achava que ela era meio metida, sempre deixei isso claro pra senhora... mas dar pra se jogar de carro pra cima de mim...
- É... desculpe, minha filha. Eu nem sei mais sobre a filha que tenho... acho que é melhor vocês irem embora...
- Claro, tia. Desculpe por tudo.

Gabriela aperta a mão da tia com afeto, segura Leandro com a mão esquerda e sai. Sarah está agachada, tapa o rosto com as mãos, enquanto o pai liga para o seguro, tentando manter a calma. A estudante de moda repara quando a porta se abre e olha para a prima. As duas mantêm um olhar por um instante, até que Sarah dá um sorriso forçado.

- É, você ganhou.

Gabriela nada fala, e vai para o carro. Leandro a segue.

- Agora, pro hospital.

Henrique já estava acordado quando os dois chegaram ao hospital, ao lado de Maria. Assustado com os curativos de Gabriela, ela logo o tranquilizou e ele deu algumas risadas com a situação da Sarah. Maria já havia contado a história de Lucas e Rodrigo para ele.

- Isso é um absurdo! Eu faço um protesto, junto toda a galera que eu conheço para que o meu amor não seja preso! E que nem perca a licença dele!
- Amiguinho, não tem muita coisa pra gente fazer.
- Eu farei o possível! Darei meu melhor! Nem que tenha que protestar nu eu consigo o quê eu quero!

Os outros três deram risada.

- - -

Tal como prometido bravamente por Henrique, o protesto montado por ele surtiu efeito, e milhares de estudantes, fregueses do T.G.I.F. ou simplesmentes indignados pela injustiça contra Rodrigo, se encontravam protestando na frente da Reitoria da UFI. Árvores estavam apinhadas de estudantes, e a fonte em frente ao prédio estava cheia de estudantes, que protestavam, com cartazes. Ao lado de uma caminhonete cheia de estudantes que gritavam, estavam Henrique, Leandro e Gabriela. Henrique liderava um coro que gritava "Fora, Solandros!", e Gabriela acenou para Maria, que chegou de um lado.

- E aí?
- O Rodrigo tá lá dentro com um primo, que é advogado. Parece que estão o Solandros, o Lucas imbecil e os pais dele. - disse Leandro animado.
- Eles vão tentar um acordo, se vão...

Nesse momento, Renato brota do nada, entre a caminhonete e a fonte, acompanhado por ninguém menos que Olívia. Os dois pareciam tímidos, mas também empolgados. Olívia ficou um pouco para trás quando Renato foi cumprimentar os amigos. Ela esperou Renato puxar conversa com Gabriela para poder cutucar o ombro de Leandro.

- Oi... a gente já se falou, né?
- É... - ela começou, sem jeito. - Eu preciso falar uma coisa contigo.
- Ah. Pode falar. - diz ele, entusiasmado.
- Você se lembra de Miss Passion? - disse ela, corando levemente.

Leandro piscou algumas vezes.

- Lembro... sim. Não foi o quê eu pensava... mas como...
- Como eu sei disso?
- É.
- Porque... era eu.
 - Como é?

Ele fica incrédulo.

- Eu nem te conhecia...!
- Pois é... eu que... era obcecada por você. - ela fica nervosa, mas se controla. - E ela, a garota, utilizou da minha ideia e de minha fraqueza por você... para usurpar o meu sonho.
- Cara... tô sem palavras.
- Não precisa dizer nada. Eu já vi que você é feliz. - ela sorri.
- Cara... tomara que você encontre alguém que goste de você. Você me parece ser uma boa pessoa.
- É... eu já achei.

E Olívia olha com carinho, corando furiosamente, para Renato, que volta a olhar para ela, com o mesmo olhar. Leandro dá uma risadinha, e uns tapinhas no ombro de Olívia.

- Bem vinda ao grupo.

Nesse momento, uns seguranças da UFI aproximam-se da porta, ao perceber que pessoas querem sair. As portas se abrem, e a multidão tenta correr para lá. Leandro e Renato correm lá, assim como Henrique, no momento em que dois seguranças fazem uma barreira para deixar Rodrigo passar, em meio aos gritos contra Lucas e Solandros.

Os meninos arrastam as meninas com eles, até chegarem ao carro de Leandro, parado num terreno atrás da Reitoria.

- E então, cara?

A cara de Rodrigo não é das melhores, mas ele força um sorriso quando diz:

- Entrei num acordo.

- - -

A sexta-feira seguinte não foi uma "Thank God, It's Friday". As portas do T.G.I.F. mantiveram-se fechadas, e só abriram às cinco da tarde, no momento em que um caminhão se aproximou, para levar as coisas de Rodrigo para um depósito.

Henrique ajudava o namorado como podia, e os dois, com a ajuda dos carregadores, logo lotaram o caminhão, deixando o bar estranhamente vazio. Não havia mais neon, nem mesas, nem bancos altos ao balcão, nem TV passando animes. Os carregadores subiram, para tomar água e começar a levar as coisas do apartamento, e Rodrigo deitou-se no balcão, cansado. Henrique foi até a frente do bar, e viu a chegada dos amigos.

Leandro e Gabriela sorriram, sem jeito para ele. Do banco de trás, saltaram Olívia e Renato. Ambos pararam na frente do bar, e olharam para o letreiro agora desligado com melancolia.

- Dá pra acreditar que isso aqui vai fechar? - disse Gabriela. - Depois de tudo que a gente já passou aqui?
- Tem coisas que eu nem gostaria de lembrar. - Disse Renato, sorrindo amarelo.
- Oi, pessoas. - Disse Henrique, sem jeito. Todos entraram e deram de cara com Rodrigo, que se levantava, ficando em pé após saltar para o chão.

- Fica assim não, cara. - Fez Renato.
- Valeu.
- Seria mesmo o único jeito? - Perguntou Olívia.
- É... o Solandros nunca disse que gostou de mim, isso estava estampado na testa dele. - Rodrigo balançou a cabeça. - Ele já tinha tentado me fechar várias vezes, mas a galera nunca quis isso, sempre ficaram do meu lado. Mas agora, era isso... ou a minha cabeça rolava.
- É, nem pense! Eu não deixo! - disse Henrique, e todos riram.

Henrique passou uma garrafa d'água para Olívia, que havia pedido, e todos sentaram. Leandro e Rodrigo estavam encostados no balcão.

- Isso aqui era o teu sonho, né, cara?
- É...
- Olha, uma coisa...

Ele puxa a carteira e tira uma nota de dez reais.

- Tava te devendo isso há um tempão.

Rodrigo dá uma risada.

- Agora? Nem precisa mais... Aliás... foram tantas confusões que você armou aqui... achou que você me deve mais!

Ele sorri. Todos riem e escutam a conversa.

- É né... cara, eu estive pensando. Meu pai é dono de um ponto ótimo... em Copacabana...
- Ah, é?
- É... tá pra alugar, o último acabou de se mandar.
- To ligado.

Leandro sorriu pro amigo.

- E aí, vamo fazer uma sociedade?

Rodrigo olha incrédulo para ele, e todos o imitam.

- Depende... você me ajuda com as finanças?
- Claro! Acha que eu deixaria falir?

Todos dão uma risada, e nessa hora os carregadores descem, com um sofá. Acaba que todos vão ajudando a carregar as coisas, e já de noitinha, quando está tudo pronto, Maria chega, com uma colega do lado.

- Opa, perdi a festa?
- Festa? A festa vai começar agora! Diga alô pro meu novo sócio! - diz Rodrigo, sorrindo, e ele dá um abraço em Maria. 
- Não vai apresentar a sua colega? - diz Olivia, com seu jeito meigo.
- Colega? Que nada... - diz Maria sorrindo. - Essa é a Bruna... o meu amor.
- Ah... tá! - Olívia sorri, sem graça.
- Valeu, Maria! - diz Henrique, erguendo um abajur como se fosse um troféu. - Finalmente desencalhou!
- Pois é, meu querido. - diz Maria, sorrindo. - Tenho que seguir a vida, e a vida tem que continuar.

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Fim 

sexta-feira, 27 de maio de 2011

8 ou 80 (Em Breve) - Personagens

Aí vai uma breve lista com o perfil dos personagens da nova minissérie "8 ou 80". Diferente de "Os Amantes da Sexta", a nova minissérie não tem protagonistas, todos terão seu momento de destaque.

A minissérie, assim como a antiga, terá 15 capítulos. Talvez eu alongue para 20, dependendo do andamento da história, mas a previsão é de 15.
Aí vai :

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Laila Fernandes (22 anos): Divertida, bonita e, principalmente, aérea. Laila é uma bela mulher, alta, cabelos quase ruivos, branca leitosa, olhos verdes. Parece estar sempre sorrindo. É taróloga, espírita, esotérica, astróloga e ambientalista, além de seu curso de Filosofia na universidade. Adora descansar embaixo de árvores. Tem como colegas de classe Siri, um moreno magro e alto, que usa óculos, e Tatá, uma negra oriunda de Angola. Laila é muito responsável e está sempre tentando confortar a mãe da recente perda do pai. Namora Tiago desde que se conheceram numa passeata, e diz que sua relação com ele é transcendental.
Tiago Gonçalves (21 anos): Filho de juíz com cardiologista. Alto, cabelos escuros e olhos cinzentos escondidos por grossas lentes. Tem a aparência de quem foi mimado a vida toda  e é bem arrumado demais. É cheio de tiques nervosos. Vive metido no seu quarto, quando não está na faculdade. Nunca teve uma namorada antes de Laila é é inseguro sobre isso. Estuda Física na universidade, e é completamente adepto às teorias e cálculos, e faz grandes confusões com quem discorda delas. Ao mesmo tempo que seu jeito cético de ser o faz discordar de Laila, ele se encanta com o jeito leve da namorada e leva os pais à loucura quando adere à alguma decisão dela.
Márcia Fernandes (47 anos): Uma mulher com rosto bonito, branca como a filha, e corpo de dar inveja a muita garotinha de 20 anos. Mãe de Laila, se diverte com o jeito dela. É uma advogada muito competente, mas lagou o emprego quando engravidou. Perdeu o marido, Glauco, há pouco tempo e se vê na obrigação de procurar trabalho novamente, depois de anos sustentada pelo marido. Após várias propostas negadas, é aceita na Wallace & Teixeira Publicidade, onde é bem aceita. Conhece Otávio, um estagiário, e vive um romance com ele, muitas vezes contestado pela filha, que não aceita que a mãe namore um rapaz mais novo que ela própria.
Otávio Nunes (19 anos): Estuda design numa faculdade privada, graças à uma bolsa de estudos. É órfão e mora sozinho. É moreno, quase negro, e possui um corpo atlético aliado ao jogo de vôlei de praia. Quase não possui amigos e tem como principal meta de vida ascender na carreira. Conhece Márcia no trabalho e se apaixona. Não é ambicioso, mas é acusado por Laila de ser quando começa a namorar com a mãe dela.
Alice Guerra (20 anos): Alta, magra, corpo esbelto e cabelos castanhos. Já tentou ser bailarina mas fracassou. Mimada, foi criada com luxo e com tudo o quê queria. É histérica e vive tendo acessos de raiva. Quer ser modelo e já fez algumas campanhas de moda locais. Seus únicos parentes próximos são seus pais, que morrem num acidente de carro. Desamparada, leva um golpe da vida ao saber que o sócio de seu pai e melhor amigo dele lhe tirou tudo. Vai parar no olho da rua e pede ajuda à Ricardo, quando ele a atropela, quando ela vagueia na chuva.
Wallace Martins (53 anos): Homem de sucesso, veio de baixo e fundou a Wallace & Teixeira Publicidade com um amigo de infância. Vive praticamente de trabalho. Costuma ficar doze horas na empresa e praticamente esquece da mulher e dos filhos. É um cinquentão charmoso que chama a atenção de suas secretárias e de várias mulheres. Casado com Fiona, uma mulher amargurada, é pai de Renata, uma fotógrafa que vive viajando, e de Ricardo, o mais novo, que é cozinheiro. Vive discutindo com o filho e fica sem saber o quê fazer quando a mulher simplesmente sai de casa.
Melina Fernandes (36 anos): Meia-irmã de Márcia. É professora de artes numa escola. É alta, branca, com cabelos negros e olhos azuis. Chama muito a atenção dos alunos por ser muito bonita. Aparentemente solitária, não tem filhos e vive sozinha. Tenta esconder de todos que é ninfomaníaca e relaciona-se tanto com homens e com mulheres. Mantém relações com mais de três professores da escola em que trabalha, além do jardineiro do lugar. É desejada por um aluno adolescente, Caio, que nem desconfia da vida de sua amada.
Ricardo Martins (30 anos): Filho de Fiona e Wallace, detesta o pai e a relação dele com sua mãe. Vive encorajando-a a pedir o divórcio. É homossexual e isso sempre desagradou o seu pai. Apesar disso não tem trejeitos e nem deixa isso explícito para todos, mesmo não tendo razões para esconder-se. É alto, forte, bonito e másculo, e chama muita atenção. Aprendeu a cozinhar desde pequeno e dá aulas de culinária numa escola onde é sócio. É apaixonado por um de seus alunos, Alexandre, um rapaz jovem e inocente, e num impulso se declara para ele, gerando dúvidas na cabeça do rapaz. É muito confuso e perturba-se fácil, principalmente quando tem uma discussão com o pai antes de alguma coisa.

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quinta-feira, 26 de maio de 2011

8 ou 80 (Em Breve) - Sinopse

"8 ou 80" vai contar a história de quatro mulheres e quatro homens. Todos tem ligações em comum e a principal delas é o casal Laila e Tiago.

Laila é uma esotéria, astróloga e taróloga, que estuda filosofia na UFPB, em João Pessoa. Após discutir abertamente durante uma passeata para legalização da Cannabis sativa, Laila acaba se encantando por Tiago, que é um estudante nerd de Física. Cético, chato e metódico, vive as turras com a namorada, o quê provoca várias brigas seguidas de fogosas reconciliações.
Do lado das mulheres, temos ainda Márcia, mãe de Laila e adovogada competente. Sempre foi sustentada pelo marido, mas, agora viúva, se vê perdida sobre como recomeçar. Sua irmã, Melina, é uma bonita professora de primário, competente e desejada por muitos. Mantém a imagem de pessoa solitária, mas na verdade é uma mulher viciada em sexo.

Há também a história de Alice Guerra, aspirante à modelo, filha de pais ricos e histérica por natureza. Perde os pais durante um acidente de carro, e descobre que o melhor amigo de seu pai lhe tirou tudo, obrigando Alice à encarar uma realidade que não é sua.

Entre os homens, temos Otávio, um estagiário da Wallace&Teixeira Publicidade. Otávio conhece Márcia quando ela é contratada pela firma e se encanta com ela, iniciando um relacionamento conturbado, questionado principalmente pela filha de, Laila.

Há também Wallace Martins, um dos donos da Wallace&Teixeira. Deslumbrado por dinheiro, poder e fama, trabalha doze horas por dia e não percebe que está perdendo a esposa, Fiona e os filhos. Seu filho mais velho é Ricardo, um cozinheiro desprezado pelo próprio pai. Ricardo dá aulas num curso de gastronomia e é apaixonado por um de seus alunos, o jovem Alexandre. O rapaz fica confuso com a revelação e muitas coisas entre os dois acontecem. 
(continuação, cap 46)




Breno não esperava que Laura estivesse enganando ele. Não percebeu os dois trombadinhas, pagos por ela, para bater nele, que seguiam os dois. Laura dava beijinhos no pescoço dele enquanto andavam.
Laura- Então, o quê há de novo?

Breno- Ah... nada demais. Eu virei uma aberração pra o povo desse prédio.
Laura (fingindo interesse)- É mesmo?

Breno- É... e tava precisando de alguém pra desabafar.
Laura (fazendo um carinho nele)- Oooooh, bichinho... você não merece isso tudo, eu te entendo.

Breno- Entende, é?
Laura- Entendo... (ela aperta o garoto com força)- e quero você perto de mim.

Breno- Desde quando?
Laura- Desde que eu percebi que eu fui burra em te deixar... (ela para e aperta ele, que retribui)- e estou disposta a... tirar o atraso (ela sorri).

Breno sorri, se achando um pouco, e a beija. Ela sorri, depois, indica o caminho para um beco que ali existe e os dois vão andando, um pouco mais apressados.
(intervalo)

Os trombadinhas dão risadinhas. Eles esperam Laura dar o sinal para avançarem. Breno a encosta no muro que margeia o beco, com certa violência, e ela dá um gemido.
Laura- Aai, vai com calma.

Breno- Calma nada... (e beija)- Você merece, você é safada...
Ela dá risadinhas e curte o amasso. Faz um gesto, por trás do ombro de Breno, para que os meninos  cheguem. Eles avançam, lentamente. Enquanto isso o amasso continua, cada vez mais obceno, com Breno arrancando gemidos de Laura a toda hora.

Num determinado instante, ela para e sorri para ele. Breno não entende.
Breno (inclinando a cabeça)- Que fo...

Nesse momento ele é puxado para trás, tropeça e cai. Um trombadinha puxa um canivete e tenta perfurá-lo, mas Breno rola pra um lado e consegue evitar.
Laura (alto)- Um presente pra você!

O outro trombadinha dá um chute nas costelas de Breno e ele geme. O trombadinha que está armado aproveita desse momento de fraqueza para puxar Breno, que rola pra um lado.
Trombadinha- Vô dar uma marcadinha nele...

Ele puxa o braço de Breno e faz um, dois, três cortes horizontais, abaixo do ombro dele. Breno grita, mas num impulso dá um chute no tornozelo do agressor e o derruba. Hesita e dá um soco nos testículos do outro trombadinha, que geme e cai. Então ele se levanta e começa a correr, pedindo socorro.
Laura (furiosa)- Não deixem ele escapar!

(intervalo)
Uma viatura policial, que faz ronda diariamente pelo bairro, vem descendo, devagar, a rua que margeia um dos lados do campinho de futebol. O policial que vai no banco do carona aponta para Breno, sujo, correndo. O policial percebe que o trombadinha está armado e acelera. Liga-se a sirene, e os trombadinhas, que já tinham alcançado Breno, ficam alarmados. Breno, percebendo a situação, finge que foi derrubado pelos dois e grita "Socorro!". A viatura freia, com o carona apontando uma arma para os trombadinhas.

Eles se rendem, e o policial os algema. O outro policial ajuda Breno a se levantar.
Policial- Tá bem, rapaz?

Breno (ligeiramente ofegante)- Tô... tô... só preciso achar a minha namorada... agora.
Os policiais levam os trombadinhas, e Breno corre de volta em direção ao beco. Laura, que estava escondida atrás de uma árvore, não é rápida o suficiente, e Breno acaba agarrando ela. Ele tapa a boca da menina, que fica calada, aterrorizada. Breno a arrasta até o beco e, após empurrá-la contra a parede, com muita força agora, dá um longo e demorado chupão no pescoço de Laura.

Breno (rindo, sádico)- Então é isso que você chama de tirar o atraso?
(fim do capítulo 46)

Nos Sombreiros

Capítulo 46 - "Quase" Vingança





Era quase um sonho, pensou Breno, enquanto estava contemplando o céu estrelado. Quem diria, o melhor amigo dele carregando um objeto muito desejado pelo líder da Gangue. Sim, era verdade, pensou ele. Não era sonho. Ele tinha uma arma. E eu vou pegar, custe o que custar,  disse Breno.

Ele se levantou. Estava um tanto escuro no condomínio; algumas pessoas ainda estavam conversando nos bancos. Breno viu Pedro Henrique conversando com Aleff, pensou em ir dar umas indiretas, mas não, era desnecessário. Eles não precisavam saber.
Breno resolve sentar em em um banco de alvenaria do bloco I. Dali ele observa os amigos, Jéssica e o Clã, e algumas pessoas nos outros bancos. Ele comça a pensar.
Breno (falando sozinho)- Esse cara é meio estranho... não sei...

Ele tenta lembrar de algumas coisas que conversaram.

Breno (coçando a cabeça)- Hum... e se ele fosse... hehe.

Breno sorri do nada; a síndica vai passando com um segurança e faz cara de desdém.

Síndica (dando uma indireta)- E agora deu pra falar sozinho...

Ela passa, rindo com o segurança; Breno parece nem notar.

Breno (sorrindo, falando para si mesmo)- Se for o quê eu tô pensando, roubar essa arma vai ser fácil demais!

Ele sorri e anda para o portão do prédio.

(intervalo)

Breno sai pelo portão, verifica o quê tem nos bolsos. Algum dinheiro. Ele pensa em sair para o hipermercado, mas a visão de Laura na frente dele o faz parar.

Breno (intrigado)- Olha, quem é vivo sempre aparece.

Laura dá um sorrisinho e se aproxima dele.

Laura- Oi, querido.

Breno - Desde quando eu sou querido pra você?

Laura- Ah, você sabe... aquilo foi apenas um mal-entendido.

Breno (irônico)- Foi, né?

Laura (se aproximando)- Foi, querido...

Breno sorri, com ironia, para ela. Os dois se abraçam.

Laura- Onde você tá indo?

Breno- Indo pro hipermercado...

Laura- Ah, vamos passear comigo... pelo escurinho ali...

Ela aponta o campinho de futebol na frente do outro condomínio, onde haviam umas árvores nas beiradas. Casais geralmente iam namorar ali. Gostando da ideia, Breno resolve acompanha-la.

(intervalo)