Pra você que não tem preguiça de ler =)

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Os Amantes da Sexta

Capítulo 11 - A Balada





Disposto a se encontrar com Miss Passion, Leandro chegou ao bar de Rodrigo, que estava cheio, com a galera que estava "aquecendo" para a balada que haveria mais tarde. Na companhia de Renato, que estava relutante, Leandro procurava pistas da menina, bebendo um pouco para criar coragem.
- Ela deve estar aqui...
- Eu nem acho, deve estar lá no ninho de amor de vocês.
Leandro registrou a ironia e sorriu.

- Eu deveria ir direto pra lá, não acha?
- Ih... agora não.
- Porque não?
- Olha quem acabou de entrar no bar...

Leandro se vira e quase cambaleia, um pouco alto. Gabriela havia entrado com Henrique e Maria, e escolheram uma mesa longe do balcão (à pedido de Henrique). Gabriela parecia saber que o ex-namorado estava lá, e não parava de lançar olhares aflitos em todo o bar. Meio escondidos atrás de um grupo de patricinhas, Leandro lançava olhares dúbios sobre Gabriela, em dúvida se ia até ela e se declarava ou se passava direto atrás de Miss Passion. Decidiu pela segunda opção.
- Espera aí, cara... - começou Renato, quando o amigo se levantou, cambeleando levemente.
- Vou fingir que nem vi ela quando passar...
- Vai com calma, Leandro.

O amigo ou o ignora, ou não parece ter escutado-o. Vai chegando perto da saída e, passando pela mesa de Gabriela, lhe dá um gelo, mas a moça se levanta e o segura pelo pulso. Ele tenta não se virar.
- Leandro, eu quero conversar contigo.
- Você? Que diz que a gente não tem nada pra conversar?
- Eu fui egoísta, deixa eu falar agora...
- Sai! Eu tô indo me encontrar com Miss Passion!
E dando um puxão no braço, se desvencilha de Gabriela e vai embora do bar, ao mesmo tempo em que um carro de som anuncia o início da balada. Porém, estranhamente escondida numa árvore ao lado do bar, Marcela pega um rádio walk-talk e fala "Ele acabou de sair. Câmbio.", seguido de uma risada.

- - -
Desolada, Gabriela se senta para não ser levada pela enxurrada de estudantes que vão saindo do bar em direção à balada, e quando pode, vai para o banheiro. Na volta, tentando conter as lágrimas, ela repara que estão quase sozinhos no bar, além de outas quatro mesas e uns amigos que discutiam animes no balcão. Perto deles, se encontravam Rodrigo, que não parava de lançar olhares rancorosos para Henrique, que nem ligava. Mirava uns rapazes que estavam na direção da balada e parecia animado. Maria se preocupou com o estado de Gabriela.

- Relaxa aí, gata! Bebe que é melhor...
- Nada disso! Eu tenho um filho me esperando em casa!
- Ah, um dia eu ainda digo isso! - solta Maria, animadinha. Henrique começa a se balançar ao som da música que começa a tocar na festa em frente.
- Não vai com a gente pra balada?
- Não, Henrique... o quê eu tinha que fazer aqui, bem... nem fiz e pelo visto nem foi fazer.
- Relaxa gata! - diz Maria. - Se eu descobrir quem é essa piranha, deixa que eu bato nela!

Gabriela tenta dar um sorriso, limpa os olhos e tira um dinheiro da carteira, entregando para Maria. Depois, se levanta e vai andando. Henrique se levanta e começa a dançar, chamando a atenção de todos no bar. Maria o acompanhar, deixando o dinheiro embaixo do porta-guardanapo, e os dois seguem pra festa, com Henrique gritando (e virando para Rodrigo ao fazê-lo) que vai passar o rodo geral.

- - -

Leandro circula na festa, ainda achando que Passion se encontraria lá. Após vinte minutos, muitos pisões de pé e esbarradas de ombro depois, convencido de que seria melhor encarar e ir até o local do encontro, Leandro sai da área da festa, sempre seguido por Marcela, toda de preto, confundido-se cada vez mais com a escuridão que se formava.

Leandro já estava nos portões da UFI onde encontrou Olívia, que parecia aflita. Ao ver Leandro parar, cambalear de leve e olhar para o apartamentinho alugado por ela, do outro lado da rua, ela pensou duas vezes sobre deixá-lo ir e tentar avisá-lo. No último instante, quando ele decidiu atravessar a passarela que ali havia, ela se adiantou e, num impulso, o segurou pelo punho, igualmente Gabriela.

- Você de novo...! Ah, oi?
- Ah... desculpe. - começou Olívia.
- Você não é a Gabriela...
- Não... eu preciso te avisar de uma coisa. - disse ela tensa, respirando fundo.
- Ahn... pode falar.
- Você está para ser... enganado.
- Enganado? Como assim? Você nem me conhece...
- Não! Mas...
- Ah, desculpe, eu tenho que encontrar alguém agora... cê me desculpa, tá, eu vou indo. Me encontra segunda, meu nome é Leandro, eu sou de Contábeis...!
- Como se eu não soubesse... - diz Olívia para sí, quando ele sai, e anda em direção à parada de ônibus mais próxima, sendo seguida de perto por Marcela, que estava indignada com a reação da outra.

Pouco depois, Leandro procura, à um custo, a chavezinha prateada que recebeu de Passion, em seu bolso, só depois reparando que ela estava pendurada no pescoço. Passou a chave na fechadura e se deparou com uma sala de estar, cheia de velas, com pétalas de rosas espalhadas por todo canto. Leandro olhou impressionado, alteando as sobrancelhas. Atravessou a sala em direção ao corredor estreito onde supôs que estariam os quartos. Já tirando o casaco que usava, abriu a primeira porta que encontrou.

Entrou num quarto, ricamente ornamentado com pétalas de rosa e velas. Uma caixa com chocolates, dos bombons que recebera, estava em cima de um móvel, juntamente de um pote que continha chantilly e morangos. Ainda reparando na decoração, não tinha olhado a garota, que se encontrava deitada na cama, vestindo apenas uma lingerie e um robe com renda cor-de-mel, quase transparente. Estava cercada por um cortinado dourado, e sorriu graciosamente ao trocar um olhar com Leandro, que percebeu, para leve espanto, que se tratava de Sarah.

- Hum... você?
- Ah... é - ela disse, tentando parecer tímida e retraída. - Espero que não esteja surpreso.
- Na verdade... estou. - Leandro contraiu um pouco o rosto, vislumbrando o corpo de Sarah. - Não achei que você fosse do tipo romântica.
- Mas eu sou... sou sim, e sempre fui... apaixonada por você.
- Ah, é?
- Sou sim... - e ela se adianta, abrindo o cortinado. - E só agora achei que estivesse livre pra mim, para que eu vivesse o meu amor com você... - ela começa a tirar a camisa dele. - Quero ser sua... quero te amar pra sempre.
- Eu... pra falar sério não sei o quê dizer... - diz Leandro, confuso, enquanto fecha os olhos ao perceber que Sarah tirou sua camisa.
- Diga que "sim". Veio aqui porque me quis... e eu também o quero.

Leandro se ergue por um instante; olha para Sarah e, vendo Gabriela, diz "sim". Se debruça sobre ela e a beija, segurando-a firmemente, pronto para uma noite de amor e sedução.

- - -
- - - 

Nenhum comentário:

Postar um comentário