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quarta-feira, 18 de maio de 2011

Os Amantes da Sexta (Últimos Capítulos)

Capítulo 12 - Contas a Acertar





Leandro fez questão de deixar Sarah em casa, e ela agradeceu. Os dois prometeram se encontrar na UFI no decorrer da semana. Mas a primeira pessoa que Leandro encontrou foi Renato, quando passaram no T.G.I.F. para uma conversa, à tardinha, na segunda-feira.
- Sério que era ela?
- Pois é, Renato.
- Cara, não acredito! E eu sempre achei ela atirada...
- Posso falar a verdade, eu também, mas eu não a conhecia bem.
- E agora, realmente conhece. - disse Renato sorrindo.

Os dois foram interrompidos por Rodrigo, que bateu com força desnecessária com a caipiroska de Leandro, fazendo metade voar do copo.
- Opa! Vou pagar só meia, ok?
- Tá! Tá, tudo... tá.
- Você tá bem?
- Claro, estou apenas zangado com a cara de pau de alguns...
Ele lança um olhar malígno à Renato e sai, segurando com força um cardápio ao ponto de quase amassá-lo. Os dois se olham. Renato fica com a cabeça baixa, pensativo, enquanto Leandro bebe quase toda a a capiroska de um gole. Renato, subitamente, se levanta e vai até o lugar onde está Rodrigo, cabisbaixo.
- Preciso esclarecer umas coisas...
- Escuta aqui, ô seu cara de pau, sai fora senão eu vou bate...
- Fale baixo, eu não gritei com você. - diz Renato, com sua coragem repentina. - Você já foi ignorante demais comigo e com o seu namorado, agora é a minha vez de falar.

Rodrigo se vira espantado. Hesita por um minuto, voltando ao seu semblante de indignado, e indica a porta do apartamento para Renato. Leandro sorri e faz um gesto pro garçom mais próximo.
- Outra, por favor! O negócio vai esquentar!

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- Anda. Tenho muita coisa pra fazer.
- Não vai levar tempo.
- Então, comece.
- Pra começar, preciso dizer que nada do quê lhe disseram é verdade...
- Tá, tá! - Rodrigo corta. - O tal do Lucas não viu vocês dois se beijando no banheiro, tá certo!
- Não viu mesmo, não nos beijamos. Nos abraçamos, ou melhor, eu o abracei.
- Ao menos é sincero... essa sua cara nunca me enganou!
- Cala a boca, deixa eu falar! - disse Renato, espantado consigo mesmo. Rodrigo fez cara de desdém e se calou.
- Seu namorado é uma pessoa de ouro.
- Ah, é?
- É... - continuou Renato. - Me ajudou num momento ruim.
- Ah, eu consigo ver a "calorosa" ajuda que ele lhe deu...
- Será que você só pensa em traição? Será que você não acha que o seu namorado é uma pessoa, um homem, que sente? Que vê quando os outros a sua volta estão mal?

Rodrigo se espanta com as palavras dele.
- Vai me insultar, agora?
- Vou! Porque você é tão burro e tão egocêntrico que não acredita na palavra do seu namorado.
- Como é...
- Xingo você sim! Nunca tive nada com ele, nunca vou ter. Eu gosto de mulher, eu amo... - ele hesita. - amo a harpista da orquestra da faculdade, e no momento em que me puseram em uma situação em que me deixou mal, na frente dela, quando eu me senti mais vergonhoso do que qualquer pessoa na face da Terra, o seu namorado foi o primeiro que me ajudou a me pôr na linha, e ele nem me conhecia.
- Sério?
- Claro que é! Eu não tenho o porque de contar mentiras! Não tenho o porque de te prejudicar!

Rodrigo avança pela sala, sozinho, cabisbaixo. Renato está muito vermelho, e faz menção de sair dali quando Rodrigo se vira.

- O quê você acha que eu devo fazer?
- Reparar o erro que cometeu. Mas talvez, seja tarde demais.

Sorrindo sem graça, Renato sai. Rodrigo se senta no sofá, pensativo, e lágrimas rolam pelo seu rosto.

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Olívia, ainda pensativa sobre o que podia ter evitado no domingo, caminha pelos corredores da ala de Humanas, quando uma pessoa a puxa para dentro de um dos vários banheiro.
- Ai! Me solta!
- Solto não, sua vaca! - disse Marcela, empurrando a loira contra a parede, que gemeu. Olívia ergue o rosto para a sua agressora, que está indignada.
- Sua parte do nosso plano você já fez, que era atrair o Leandro pra o encontro. Agora você parece que não entendeu o recado quando a gente te falou pra sumir da nossa vida!
- Nada disso! - gritou Olivia. - Vocês roubaram o meu plano, eu quem deveria estar indignada!
- Rá! - soltou Marcela, rindo. - E você iria fazer o quê, queridinha? Teria a coragem de ir lá e dizer que é Miss Passion, ou iria murchar de vergonha?

Olívia não responde, mas dá um tapa na cara de Marcela, que fica incrédula.

- Vamos parar por aqui. Essa história de vocês duas já acabou! Não vou deixar que enganem o homem que eu amo.
- Então, vai! - grita Marcela, escancarando a porta do banheiro. - Vai atrás do seu amado Leandro, quero ver se ele vai acreditar em você.

Olívia, porém, olha insegura para o vão da porta. Marcela fecha a porta e dá uma gargalhada.  Anda até a harpista e segura ela pelo queixo, deixando-a assustada.

- Você não tem cacife pra isso, minha querida... você é só mais uma deslumbrada, aposto que... - ela fez cara de nojo. - virgem... esperando que ele fosse o seu primeiro e que quisesse que a levasse ao altar. É mentira?
- É... - começa Olívia. - Não...

Marcela dá outra gargalhada.
- Se toca, garota. As coisas não funcionam mais assim. Você teria que ter muita sorte se ele quisesse te olhar na cara depois da brincadeirinha de vocês.

Ela dá uma piscadela para Olívia, e abre a porta do banheiro, dando de cara, espantosamente, com Gabriela, que fazia menção de entrar. Marcela age rápido, e faz cara de espanto.
- Ah, você não é a ex do Leandro? De contábeis?
- Sou, o quê tem isso?
- Eu o vi saindo do apartamentinho aí da frente da UFI, com a sua prima, Sarah. Lamento, querida.

Fazendo cara de espanto, Marcela dá um sorrisinho irônico e sai, deixando Gabriela sem palavras, tão espantada quanto Olívia.

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