(continuação, cap 44)

Jéssica se senta. As caras dos amigos não mudam, exceto Wagner, que se ergue.

Wagner- Jéssica, eu sei que você vai ficar irritada, mas eu tenho que falar. A gente não tem provas.

Edward- É... eu não vi quem a atacou, só a vi quebrada, caída no chão, puf...

Ele é repreendido por um olhar de Jéssica.

Edward- Mas aí eu não fui atrás de olhar quem foi, e sim, fui salvar ela, fui chamar a família de Alysson.

Todos concordam com ele.

Welington- É o que eu faria.

Eles olham para Jéssica, que está com a cara dura.

Jéssica- Eu tenho certeza que foi ele. Certeza. Quem mais poderia ter empurrado ela escada abaixo? Isso se não deu uma pancada nela antes...

Alysson- A pancada na cabeça foi quando ela bateu no combogó. E eu acho que foi ladrão, roubaram coisas da casa dela...

É verdade; o apartamento de Cinara tinha sido arrombado, e deram por falta da jóia da família que ela tinha herdado, além de estar tudo desarrumado.

Jéssica- Só nos resta esperar.

(inrtervalo)

Breno, sozinho em casa, se deita, estirado no sofá. De dentro do bolso externo do fichário, tira um ostensivo colar de pérolas, bancas, e uma única pérola negra incrustrada com madrepérola e alguns brilhantes.. Ele se lembra que, quando tudo se acalmou, resolveu arrombar a porta de Cinara, uma de suas proezas, revirou todo o apartamento no maior silêncio possível. Virou as almofadas do sofá e, por acaso, ao derrubar um pequeno baú escondido atrás de uns livros, achou o colar. Havia levado para o colégio, pois sabia de um professo que havia vendido jóias anteriormente, e quis saber onde poderia ganhar dinheiro com o colar.

Breno- Hum... esse colar não vai me sair nada mal...

Ele brinca, rindo, pensando em uma menina, se podia dá-lo para alguma. Pensa primeiro em Laura... depois, na bonitona do prédio, Juliana... depois, pensa em...

Alguém bate três vezes na porta, e ele se espanta. Ainda ostentando um feliz sorriso, Breno escode o colar no fichário e abre a porta.

Para seu espanto, Isabela estava lá. Vinha com uma cara dura, e parecia apessada, mas se assutou com a cara de felicidade do ex.

Isabela- Nossa, viu anjinhos, foi?

Breno- Não, minha querida... quer entrar?

Isabela olhou de relance para o peito nu de Breno, mas fechou a cara e entrou. Breno quis provocar a ex e, ainda sorrindo muito, sentou muito próximo a ela.

Breno- Então, veio plantar chifres na cabeça de Duílio, agora?

Isabela- Não... e não entendo o seu motivo pra ser tão engraçadinho.

Breno- É que o dinheiro vai me cair do céu, daqui à uns dias! Haha...

Isabela- E o quê você fez para isso?

Breno (inventando)- Digamos que eu fui um bom menino para a minha mamãe... não aprontando. Ela disse que ia me dar um bônus por isso.

Isabela- Nossa, que emoção...

Breno (sério)- Agora me diga por que veio aqui, rápido.

(intervalo)

Isabela- Quero deixar tudo claro entre nós.

Breno- Acho que está claro.

Isabela- Essa sua ação disse que não. Você ainda é louco por mim.

Breno- Eu estou apenas arrependido de nunca ter transado com você.

Isabela não aguenta e dá uma gargalhada. Breno volta a sua risada de felicidade, mas se ergue e levanta Isabela com ele.

Isabela- Aaaai...

Breno- Nunca é tarde para tentar, não acha?

Isabela- Cê não tá falando sério? Eu amo o Dudu!

Breno- E daí? Não pode transar comigo? Você já quase fez isso...

Isabela- NÃO! - e dá um pisão no pé dele, que geme. - Não faça isso de novo! Nem invente! Eu amo ele, e não trairia ele por um... gostosinho qualquer! E quero que isso fique bem claro!

Ele olha, espantado, ainda massageando o pé.

Isabela- Nunca mais olhe na minha cara. Finja que eu não existo. Eu quero ficar em paz, entenda isso.

Ela sai, deixando Breno espumando de raiva.

(fim do capítudo 44)