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sábado, 21 de maio de 2011

Os Amantes da Sexta (Últimos Capítulos)

Capítulo 13 - Embate Familiar





Disposta a tirar tudo a limpo sobre Sarah e Leandro, Gabriela encurralou o ex-namorado quando ele saiu de uma aula e sentou com ele num banco ao lado do prédio de Contábeis. Foram seguidos por Marcela que, esperta, se escondeu atrás de um arbusto para ouvir a conversa. 

- Então, desde quando você tá correndo atrás da Sarah?
- Nunca corri atrás dela, é uma longa história...
- Tudo mentira, você tava botando chifre em mim com ela também...
- Eu não sou de botar chifre, Gabriela, eu sou um homem de uma mulher só. Me deixe explicar tudo...
- Explicar o quê, Leandro? Tá tudo muito claro! Sempre deveria ter sabido disso, que você era um safado...
- Mesmo quando eu disse "te amo"?

Ela para, se vira indignada para Leandro, que tem uma feição inflexível. Então ela faz que vai dar um tapa nele, mas para no meio do caminho e o empurra. Ele sorri.
- Para de rir. Não tenho tempo pra criancice. Quando você resolver o quê quer da vida, a gente pode até conversar. Mas nunca mais fique com a prima de uma ex sua.

Ela dá as costas e sai andando, deixando Leandro confuso; do seu canto escondida, Marcela dá uma risadinha e a segue.
- Ouvi tudo, amiga, baixaria a dele...
- Como é? - diz Gabriela, se virando.
- Eu também estaria muito pê da vida se fosse você. Te trair com a prima é dose!
- Ah, cala a boca, sua vagabunda! Você que é louca por ele, vai partir pra cima de mim agora?
- Eu não tenho tempo pra perder com uma oportunista feito você. - diz Marcela, se virando.
- OPORTUNISTA? - Gabriela fica possessa; anda até Marcela, que está de costas, e, virando ela com a mão esquerda, fecha o punho e dá um soco no rosto da outra, pulando no mesmo lugar por ter dado um soco de mal jeito. A outra, perplexa porém furiosa, se joga contra Gabriela e, agarrando os cabelos dela, cai no chão, levando a morena junto. As poucas pessoas que estão no corredor tentam separar as duas. Marcela ainda tenta bater com a outra com sua bolsa de pele de crocodilo, e exibe um lábio inchado. Ao tocar o mesmo, se desespera e corre até o banheiro mais próximo.

- - -

Na sexta-feira, Gabriela combinou de ir com Maria e Henrique, relutante, ao T.G.I.F, depois de ouvir Sarah conversando com uma colega que estaria lá com o namorado. Henrique quase discutiu com Gabriela quando chegaram.

- Não quero ficar aqui, só fico se ficar bêbado!
- Aff, para de beber, gato!- diz Maria, se sentando numa mesa discreta, longe do balcão. - E vocês dois já deviam ter conversado sobre isso.
- Conversar como? Se ele vem com sete pedras na mão?
- Se ele quiser falar contigo, fale. Não negue uma conversa...
- Tá bom, Gabi... tua prima chegou.

Ele apontou para a entrada do bar, onde Sarah, animada, arrastava Leandro consigo, até o balcão do bar, onde Rodrigo os recebeu de cara amarrada. Após uma cerveja, Leandro saiu e foi ao banheiro, deixando Sarah a esperá-lo, com um martini na mão. Gabriela, irritada, se levanta, segurando seu copo de caipirinha como se fosse uma granada. Henrique e Maria se entreolham, alegres. Gabriela chega na prima e a cutuca por trás, escondendo o copo.

- Hum, oi prima!...- diz Sarah, pousando a taça de martini no balcão para abraçá-la. - Tudo bom?
- Tudo, vê se isso é bom também... - e joga a caipirinha no rosto da prima, que quase cai pra trás. Metade do bar silencia enquanto Sarah, chocada, enxuga o rosto com a mão.
- Isso por trair a minha confiança, e isso... - ela agarra o martini da prima e o derrama no cabelo de Sarah, que geme. - é por fazê-lo com o meu namorado!
- Você tá louca! - Sarah empurra a prima. 
- Louca sim, de raiva, tô quase te matando, infeliz! - ela puxa Sarah pelo cabelo, e ela dá um gritinho. Gabriela a leva pra fora do bar e a joga no terreno em frente ao bar, fazendo ela se sujar toda. - Você é uma cobrinha que eu mantive do meu lado!
- Cala a boca! Deixa eu explicar!
- Nada disso! - e ela chuta Sarah na barriga, que geme. - Você é uma vagabundinha ordinária, feito aquela Marcela de Contábeis, vocês devem estar juntas nisso.
- Não! Eu não a conheço! - diz Sarah, em desespero.
- Ah, você acabou de dizer que a conhece, sua burra!- bradou Gabriela, entre chutes e empurrões. - Sabia que eu dei uma surra nela também? Ela me chamou de oportunista e é isso que você é! Uma oportunista barata, sem coração, e que nunca vai ser alguém na vida!
- PARA! - diz Sarah, por fim. Gabriela se afasta, ofegante, e Sarah fica arquejando no chão.

Do bar, várias pessoas observam o acerto de contas. Henrique dá pulinhos de felicidade. De um lado, Leandro salta em direção ao terreno, aflito. Fica entre as duas, e ajuda Sarah a se levantar, mas ela o rejeita.

- SAI! Me solta!
- Soltar, tá bom? - Ele solta Sarah e ela vai ao chão, engolindo poeira. Gabriela não esconde o sorriso. Sarah se levanta, sozinha, limpa o rosto, joga o cabelo e, sempre de costas para Gabriela e Leandro, vai embora, fazendo sinal para um táxi adiante. Gabriela vai até Leandro e toca em seu ombro, assustando-o.
- Pronto, agora nós podemos conversar.

- - -

Mais tarde, após Leandro e Gabriela se desculparem um com o outro, eles, junto de Maria e Henrique, riem e bebem para comemorar a "queda da peruinha", segundo Henrique. Já está tarde e o bar já está fechando quando todos saem. Após pagarem a conta, Leandro sai com Gabriela e Maria vai atrás de um táxi para ela e Henrique, que corre ao banheiro. Na volta, ele tem o caminho impedido por Rodrigo.

- Espera...

Henrique se empertiga ao máximo quando vira para encará-lo.

- Não tô afim...
- Espera, eu quero falar contigo...
- Sai... - ele se vira para Rodrigo e por um instante hesita, mas se vira e vai embora. Maria está telefonando para uma amiga e Henrique, sem paciência, sai andando para o ponto de táxi, um pouco distante do bar. Rodrigo sai correndo atrás, quase esbarrando em Maria ao passar.

Henrique está caminhando, pela alameda escura, e não percebe a caminhonete de Lucas e seus amigos playboys, parada junto à uma árvore, enquanto um deles urina. Lucas olha com ódio para Henrique, que passa, agoniado, e num impulso, liga o carro para ir atrás dele. Rodrigo, mais para trás, vê a caminhonete saindo por trás dele e, alarmado, apressa o passo.

Lucas liga o farol alto contra Henrique, que se assusta. Joga o carro pra cima dele, fazendo Henrique salta e rolar para o lado, mas o carro não o atinge. Lucas pede para um dos amigos assumir a direção quando para o carro e, saltando desse junto de dois dos colegas, partem pra cima de Henrique, na maior covardia. O estudante de turismo se debate e não consegue se defender dos golpes.

- Toma, sua bichinha! Apanha! Tu merece muito mais! - grita Lucas, causando risos nos seu amigos.

Rodrigo, de longe, vê toda a cena. Apanha um galho caído no chão e, partindo pra cima de Lucas, que grita de dor. Os amigos dele, assustados sobem na caçamba na picape, imitados depois por Lucas, que é içado por eles enquanto outro dá a partida. Lucas sai gritando vingança, enquanto Rodrigo abraça Henrique, inconsciente e ensanguentado. Chorando, ele grita para Maria, que correu para lá alarmada pelos gritos, que chame uma ambulância.
- Aguenta, amor. Eu estou aqui contigo...

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