Pra você que não tem preguiça de ler =)

sábado, 14 de maio de 2011

(continuação, cap 42)




Wagner se vira e não esconde a irritação?
Wagner- Como é, cara?

Duílio- Sério, nada contra você, mas você é pessimista demais! Não consegue ver o lado bom da vida!
Wagner- Você acha mesmo?

Duílio- Não só acho como assino embaixo.
Wagner- Você quer que eu fale de você agora?

Jéssica- Gente...
Duílio (cortando)- Fala, então?

Wagner (se levantando)- Acho que só tá amigo da gente por medo do Breno, porque não quer levar mais porrada dele!
Duílio- Tu cala a boca que eu não vou ouvir desaforo teu!

Jéssica (se erguendo; pondo-se entre os dois)- Gente, para! Para que eu não quero bater nos dois! Vocês se aquietem! Eu não quero brigas de quem tiver do meu lado!
Wagner e Duílio se estranham e sentam nas extremidades do banco, com Jéssica, insegura, no meio dos dois.

(intervalo)
Na mesma terça-feira, Breno não aguentou ficar mais em casa com a mãe e desceu, rumando como sempre para a sede da Gangue, hoje vazia. Vislumbrou uma cadeira, de plástico, proxima a um jarro, mas sentou-se no chão, ao lado da cadeira, recostando-se no jarro. Uma lâmpada fixada acima piscou duas vezes e apagou, deixando Breno na sombra. Parece até de propósito, pensou Breno, quando um ruído de tênis se arrastando chamou a atenção de Breno, que se virou.

Um dos seguranças se dirigia até ali, e Breno vislumbrou Matheus, vindo por trás do bloco F, segurando outra cadeira. Sorriu ao ver o menino, que achou aquilo meio estranho. Parece até de propósito, pensou Breno, sorrindo. Matheus pôs a cadeira em frente a pilastra e se sentou. Indicou a outra cadeira com a mão.
Matheus- Porque não se senta?

Breno- Porque julgam que eu posso usar como arma, esqueceu?

Matheus sorri, com a cabeça baixa. Breno o olha, um tanto incomodado.

Matheus- Que foi?

Breno- Nada. Só estou achando engraçado que minha vida parece ter virado reality show. - Matheus ri. - Sou tão interessante assim?

Matheus apenas sorri, e Breno se vira, olhando a quadra.

Matheus- Você... não parece.

Breno- Não pareço com o quê?

Matheus- Com o quê dizem que você é.

Breno (sorri; se levantando)- Eu sei... eu sou mais bonito.

Ele sorri, acena pra Matheus e sai, deixando o segurança intrigado.

(intervalo)

No dia seguinte, ao fim do seu turno, Matheus se depara com a síndica, que o cumprimenta quando ele passa, em direção aos banheiros.

Síndica- Como vai!

Matheus- Bem, senhora. Bem.

Síndica- O diabozinho não tem dado trabalho, tem?

Matheus- Não, nenhum. É sobre isso que gostaria de lhe falar, senhora.

Síndica (encostando-se na mureta do parquinho)- Diga, então!

Matheus- Desculpe questionar o que não devo, sei que meu dever aqui é vigiar o prédio e principalmente esse garoto, mas, conversei com ele, e ele não parece ser o monstro que a senhora e o povo desse prédio falam.

A síndica sorri para ele e se aproxima um pouco.

Síndica- Então ele já lançou veneno pra você, foi?

Matheus (sorrindo)- Não entendi, senhora.

Síndica- Uma coisa que você precisa saber, Matheus... não se iluda com esse menino. Ele manipula quem ele quiser. O bandinho de amigos que ele tinha ele que manipulava. Isso é visível. Não caia na lábia dele. Seja esperto, pois com toda coisa que ele fala ele está sendo esperto com você.

Matheus- Como assim, senhora?

Síndica- Se ele lhe falou, e falou com você com interesse e manso desse jeito, é porque ele tem algum interesse ou plano. Qual é, eu não sei. Não se deixe enganar, menino. Um bom dia pra você.

Ela dá um tapinha no ombro dele e sai. Matheus sorri, interessado, e vai para o banheiro que lhe foi designado.

(fim do capítulo 42)

 

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